Por Cyntia Amorim - cyntia.amorim@engeplus.com.br
Em 24/10/2014 às 12:59A construtora de imóveis Criciúma Construções oficializou na manhã desta sexta-feira a demissão de todos os trabalhadores das obras e parte dos profissionais do escritório. A decisão foi anunciada em uma assembleia organizada pelo Sindicato dos Ceramistas da Construção Civil de Criciúma e Região. Conforme informações preliminares, mais de 400 profissionais foram demitidos.
Na ocasião, os trabalhadores da construtora estavam revoltados e pontuaram a situação salarial. A partir de agora, o Ministério Público do Trabalho acompanhará o caso, junto com o sindicato, para resolver os problemas de cada profissional lesado com a crise financeira da empresa.
Conforme a supervisora jurídica da construtora, Carolina Hillmamn, a empresa, que sofreu uma ação judicial no mês de agosto pelo Ministério Público de Santa Catarina, continua aberta, porém, por causa da crise financeira não está sendo possível honrar o compromisso mensal dos trabalhadores. “Não é justo deixar eles parados na obra sem receber. Vamos conseguir o dinheiro de forma parcelada para pagar os direitos de cada um”, explica.
Ainda conforme a advogada, nos próximos 90 dias um novo planejamento e uma nova estratégia de gestão será projetada. “A empresa vai se reerguer, as obras paralisam agora mas serão retomadas. O cronograma de retorno será discutido ao longo desta semana”, frisa Carolina.
O promotor do trabalho Luciano Leivas ressalta que o Ministério Público acompanhará o caso para garantir os pagamentos das rescisões de contrato e dos direitos trabalhistas de todos os profissionais. De 2008 até hoje Leivas afirma que não se tem conhecimento de outra empresa da região sofrer algo semelhante.
“Em primeiro momento vamos buscar o fundo de garantia e seguro-desemprego para os trabalhadores. Depois, vamos pesquisar todo o patrimônio da empresa para garantia dos créditos trabalhistas”, destaca o promotor e acrescenta, “não é um processo que se resolve em um curto período de tempo”.
Para o presidente do sindicato dos ceramistas, Itaci de Sá, apesar do otimismo da empresa, é preciso trabalhar com a realidade. “A empresa não tem uma proposta para sair da crise, ela só alegou que está em crise. Agora precisamos entrar em um acordo e encontrar soluções. Tem trabalhador que foi demitido há três meses que não recebeu a rescisão do contrato ainda. Tem trabalhador que não recebeu o salário de outubro. Está sendo difícil para todos, e a gente reconhece, foi um golpe”, lamenta.
Trabalhadores revoltados - Juliano da Silva, que trabalhava no almoxarifado da empresa, foi demitido há um mês. Antes disso, ele já não recebia o salário há dois meses. “Também fiquei um mês de férias e não fui pago. Alguns dias depois que retornei ao trabalho, fui mandado embora. Eles parcelaram o que me deviam por causa da minha saída, mas até hoje não recebi nada. Hoje é o dia que deveria ser paga a primeira parcela. Também não homologaram meu seguro-desemprego”, disse.
O mestre de obras Fabiano José está entre os funcionários que serão demitidos no dia 31 de outubro. Ele questiona sobre as garantias que terá sobre o acordo entre o sindicato e a empresa. “Sou casado e tenho uma filha, e precisamos ter certeza de que o que foi acordado será cumprido. Nossa Carteira de Trabalho está presa com eles, e logo no final do ano temos essa notícia. Passaremos o Natal sem o 13º salário”, comenta.
O auxiliar Joaquim Gonçalves saiu da reunião insatisfeitos com o resultado. “Acreditei que hoje seria decidido algo. A empresa já sabia disso há muito tempo, se fossem honestos, não deixariam chegar onde chegou. Agora fiquei até sem esperança”, pontua.
A próxima reunião entre os trabalhadores, empresa, sindicato e promotoria foi marcada para terça-feira, dia 28.
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