Mundo dos Negócios

Importância da qualificação para um profissional de comércio exterior

Vice-presidente da Cecrisa destaca a importância da formação

Por Redação Engeplus

Em 08/06/2018 às 13:35
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Foto: Divulgação

Muitos dos 30 anos da trajetória do executivo Paulo César Benetton na Cecrisa - uma das maiores fabricantes de revestimentos cerâmicos do Brasil - foram dedicados ao comércio internacional.

Benetton também já lecionou por 16 anos no curso superior em Administração na Unesc. Atualmente, é vice-presidente comercial da empresa e conhece bem a importância da qualificação de um profissional de comércio exterior. Ele defende que os acadêmicos não esperem entrar na empresa para começar a buscar conhecimentos específicos das áreas em que querem atuar, como o domínio de idiomas e características dos mercados e culturas.

O Mundo dos Negócios: Qual a importância da qualificação para um profissional de comércio exterior?

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Paulo Benetton: É fundamental ter qualificação, mas junto com a prática. Eu dei aula por 16 anos na universidade, incluindo comércio exterior, e uma das coisas que a gente primava era a educação formal, porque é importante saber aspectos como os termos técnicos, mas, também, que se tenha uma experiência profissional, independente da posição que ocupa. Tudo isso para poder unir a teoria e a prática. É o ideal, o que deve ser buscado. A gente sabe que, muitas vezes, a teoria e a prática destoam. Aprende-se algumas coisas e, depois, na hora de praticar, não é exatamente ao que você estudou. O relacionamento com os clientes, por exemplo, depende muito da prática. Trabalhar com o mercado americano é diferente de trabalhar com o mercado latino. Na hora de aprender, é sobre exportação de um modo geral, e não para um país específico. É muito importante juntar, dentro do possível, a teoria e a prática.

OMDN: Qual a distância que existe entre a universidade e o mercado?

Paulo: As universidades, de uma forma geral, deveriam sempre buscar aproximação da prática, do dia a dia. Particularmente, penso que é possível melhorar a experiência, criar programas e trocas de informações com as empresas, palestras. Sendo arrojado, e tendo a pretensão de provocar, vejo que temos que estar mais próximos. As universidades e as empresas ainda estão muito distantes. O encontro deve ser dado pelos dois lados. As empresas têm que abrir as portas, a universidade tem que estar pronta para entrar e vice-versa.


Na avaliação de Paulo Benetton, dedicação deve ser constante em qualquer etapa da carreira

OMDN: Como poderia ser essa aproximação na prática?

Paulo:  Há muito campo ainda, principalmente na pesquisa. Uns anos atrás, nós recebemos por aqui uma escola americana interessada em estudar a empresa. Eles faziam de forma gratuita e prestavam uma “assessoria gratuita”, porque os estudantes aprendiam, conheciam a empresa e entregavam, como trabalho final, em São Paulo, a apresentação do que levantaram a respeito. Por exemplo, se precisasse entender o mercado do Caribe, eles iam lá e estudavam, para produzir um relatório apontando os caminhos que tínhamos que trilhar como empresa. É claro que eram trabalhos supervisionados por um professor.

OMDN: Na sua opinião, esse tipo de iniciativa seria viável por aqui?

Paulo: Acredito que sim.

OMDN: Quais as características que se espera de um profissional que está começando?

Paulo: O ponto fundamental é interesse. É preciso ter uma pegada, uma vontade. Muitas vezes as coisas precisam de tempo para acontecer, e não se pode desistir. Tudo começa com interesse em pesquisa, estudo, dedicação e entendimento das coisas. Um exemplo concreto: se você trabalha no mercado argentino, tem que estudar, conhecer e entender esse mercado. O interesse é o ignitor. Você incendeia com o interesse. Depois vêm o estudo e a dedicação, e, finalmente, o comprometimento no dia a dia com os objetivos e resultados da empresa. Isso também é requisito para um profissional maduro. Não vejo uma distância entre o que devem ter o jovem iniciante e alguém mais experiente.

OMDN: Que recado você daria para um profissional que esteja começando ou pensando em entrar nessa área?

Paulo: O comércio exterior é um campo vasto, que permite a flexibilidade entre importação e exportação. Você consegue trafegar muito em períodos de variações cambiais. É um campo profícuo, importante estrategicamente e que ainda precisa de bons profissionais. Quem está começando ou interessada nessa área, deve procurar desenvolvimento, aperfeiçoamento e se esmerar porque lá no fim do arco-íris tem um pote de ouro. Tem uma bela profissão, uma bela recompensa, uma valorização, mas da qual só os profissionais mais capacitados serão dignos. Às vezes a pessoa tem interesse na área, mas não o preparo. Por exemplo, entrar no comércio exterior sem interesse de aprender outro idioma é como querer trabalhar numa oficina sem entender de mecânica.  Dedicação é falar multilínguas, estudar sobre mercados. Não é só o glamour da viagem, conhecer novos países. Isso é um bônus, mas não o principal. O mais importante é conhecer as necessidades de um mercado e atendê-las. Só quem se dedica conhece internalizar e vivenciar o mercado, para extrair o resultado desejado. Minha mensagem é: estudem, dediquem-se, conheçam para tirar o melhor da profissão e os melhores resultados para suas carreiras e suas empresa.

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