O Mundo dos Negócios

Freio na globalização: quais os impactos para o Brasil?

Guerra comercial entre EUA e China, por exemplo, reflete no mercado nacional

Por Redação Engeplus

Em 11/07/2018 às 11:00
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Uma das grandes características da globalização é a expansão econômica, o comércio feito entre países de diferentes partes do mundo. Com a chamada Terceira Revolução Industrial ou Revolução Tecno-científica, houve uma evolução das tecnologias de transporte e comunicação, de modo que a distância e as fronteiras geográficas se tornam cada vez menores. Isso contribuiu diretamente para o aumento das trocas comerciais entre os países, sobretudo para a velocidade em que elas acontecem.

Porém, nos últimos anos, algumas movimentações com o objetivo de proteger indústrias locais tem feito líderes políticos de importantes países tomarem decisões contrárias à globalização, que afetaram, afetam e ainda podem impactar o Brasil.

Em 2012, o governo argentino, comandado pela então presidente Cristina Kirchner, determinou, devido à suspeita da doença da vaca louca no Estado do Paraná, o embargo da carne bovina brasileira. Mesmo não sendo exportador do produto para a Argentina, o Brasil se ressentia do embargo, que só terminou em 2015, gerar uma má imagem da carne nacional para outros países compradores.

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O embargo só foi derrubado após o governo brasileiro, em resposta, embargar a entrada de maçãs, peras e marmelos argentinos, depois de constatada a presença da praga Cydia Pomonella, mas que acabou sendo retirado em seguida.


País pode ser prejudicado em algumas situações, mas beneficiado em outras, como a abertura de novos mercados para a soja

Outro episódio envolvendo os dois países aconteceu ao fim do mandato de Cristina, também em 2015. Naquela época, a presidente argentina iniciou protecionismo extremo, justificando como controle de inflação e no abastecimento interno. Como não poderia tarifar produtos dos países do Mercosul, devido ao acordo entre os membros, impôs um controle cambial sobre as exportações e barreiras alfandegárias nas importações de produtos das nacionalidades do bloco.

Em alguns casos, as mercadorias ficavam paradas entre 60 e 90 dias na aduana, o que prejudicava os negócios, principalmente para produtos perecíveis. Mas, ao assumir o governo, o atual presidente da Argentina, Mauricio Macri, viu que essa gestão caminhava para o isolamento do país e passou a realizar mudanças em diferentes pontos na política e economia, muitas delas diretamente voltadas ao comércio exterior.

Novos fatos e seus impactos

Mas não são somente as decisões tomadas pela Argentina que afetam o Brasil. Mais recentemente, momentos como o pedido feito pelo Reino Unido de sair da União Europeia e a guerra comercial entre Estados Unidos e China podem ainda gerar mudanças negativas e positivas para outros países como o Brasil.

Em 23 de junho de 2016, os britânicos decidiram deixar bloco europeu. A saída oficial deveria ocorrer no dia 29 de março de 2019, mas, após negociações, a transição deve ser completada somente em 31 de dezembro de 2020.

Até lá as incertezas quanto aos desdobramentos do ato ainda existem. No caso do Brasil, mesmo não sendo um grande aliado comercial do Reino Unido, o país se beneficiaria eventualmente, porque poderia exportar para os britânicos produtos primários que sofrem algum tipo de impedimento na entrada na União Europeia.

Ao mesmo tempo, a saída dos britânicos pode ocasionar o enfraquecimento do bloco e provocar a retração de negociações feitas ao longo de muitos anos. Isso pode prejudicar o Brasil e outros países, tendo em vista que o bloco como um todo, sim, é um importador dos produtos aqui produzidos”, destaca o diretor da UNQ Import & Export, Marcelo Raupp.

O mesmo acontece com a tensão ocasionada pela “briga” entre EUA e China. A guerra comercial entre os países acarreta na oscilação imediata do dólar, pois nos países com câmbio flutuante e economia volúvel, como o Brasil, tensões como essa geram um aumento imediato no câmbio. Outro ponto, entre os produtos sobretaxados por ambos os países, estão o aço, a soja e as frutas, todos podendo beneficiar ou prejudicar o Brasil.

Com China não importando a soja dos EUA, por exemplo, será necessário buscar outras opções de suprimento e o Brasil pode aproveitar dessa oportunidade. Se o aço brasileiro não for exportado para os EUA, haverá mais disponibilidade para o mercado local e os preços podem reduzir. No outro lado, com a restrição de importação de frutas americanas, os chineses podem buscar no Brasil a substituição. Com a redução de disponibilidade no mercado nacional, o preço pode aumentar”, concluiu Raupp.

 

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