São João do Sul

Na pior hipótese, pedágio a R$ 11 daqui a um ano

ANTT apresentou ponto da futura praça, na BR-101, mas recebeu fortes contestações em audiência

Por Denis Luciano - denis.luciano@engeplus.com.br

Em 24/03/2017 às 21:01
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Foto: Antônio Rozeng / AMREC / Divulgação

Se tudo der errado, a praça de pedágio de São João do Sul estará erguida no quilômetro 458 da BR-101 dentro de um ano, e cobrando uma tarifa entre R$ 10 e R$ 11 por carro de passeio. Se tudo der certo, a praça vai para Torres, no território gaúcho, a dois ou três quilômetros da divisa com Santa Catarina. Esta foi a principal conclusão da audiência pública promovida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), nesta sexta-feira.

“Viemos aqui para marcar posição contra esta injustiça para com os catarinenses”, realçou o deputado federal Jorge Boeira (PP), uma das vozes do acalorado debate realizado na Sociedade Esportiva São João do Sul. A certa altura, o deputado entrou em rota de colisão com os técnicos da ANTT.

“Assumimos o compromisso de levar o assunto à bancada federal catarinense em Brasília e interceder na ANTT, no Ministério dos Transportes, para que esse pedágio não fique em Santa Catarina”, afirmou a deputada federal Geovânia de Sá (PSDB). “Mas temos que nos manter vigilantes e pressionando, senão o nosso povo do sul vai pagar por um pedágio que é do Rio Grande do Sul”, comentou o deputado estadual José Milton Scheffer (PP). Abaixo, o flagrante do ponto da rodovia onde a ANTT pretende construir a praça para pedagiar o trecho da fronteira sul.

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Tarifa sobe
antes de vigorar

O valor atual proposto pela ANTT para o pedágio é de R$ 8,60. Porém, quando entrar em vigor, no primeiro trimestre de 2018, sofrerá correções acumuladas desde 2015, ano do projeto original, chegando então aos quase R$ 11. “Lutamos muitos anos pela duplicação da BR-101, bilhões de dinheiro público foram gastos e agora vem o governo onerar o povo com o pedágio. Não vamos permitir, nem que tenhamos que ir ao extremo”, bateu o prefeito de Morro Grande, Valdionir Rocha (PSD), presidente da Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense (AMESC).

Outra praça
no lado gaúcho

A gerente executiva da AMESC, Ester Barp, esteve participando de audiências com o mesmo foco realizadas no Rio Grande do Sul. “Se não houver mobilização permanente, essa praça será construída aqui”, previu. Antes da audiência desta sexta, o diretor que representou a ANTT, Marcelo Azevedo, reuniu-se com prefeitos e lideranças. “Além deste pedágio em São João do Sul, eles trabalham com a hipótese de mais um em Terra de Areia”, revelou a gerente, elencando outro fator que pode dificultar a tentativa catarinense de transferir a praça para o lado gaúcho.

Ficou definido que a ANTT desenvolverá novos estudos, com base na sugestão levantada, de a praça ser instalada em Torres, antes do ponto de fuga que seria a confluência da BR-101 com o acesso ao município que se interliga à rodovia Interpraias, no litoral gaúcho. Em paralelo, as lideranças comprometeram-se em aprofundar as articulações políticas em Brasília para evitar a instalação da praça em São João do Sul. 

“Os técnicos alegaram que já existe a área escolhida, com um quilômetro de espaço para o garrafão e as construções necessárias. Mas os prefeitos da região, que conhecem ali, apontaram que em Torres há áreas semelhantes”, observou o presidente da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (AMREC) Ademir Magagnin, prefeito de Cocal do Sul. "Ainda assim, estou otimista que poderemos vencer essa batalha", concluiu. Cerca de duzentas pessoas participaram da audiência.

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