Por Denis Luciano - denis.luciano@engeplus.com.br
Em 08/03/2017 às 20:25Lá nos idos de 73, ele era o Betinho, filho do prefeito Alfredo Biava. E quando falavam em um dia passar asfalto pela Serra da Rocinha, logo o pai respondia: “só o dia que a galinha criar dentes”. Hoje, mais de 40 anos depois, Betinho é o Roberto Biava, terceiro da família a administrar Timbé do Sul. Antes dele e depois do patriarca, o irmão Nailor também comandou a cidade.
E não é que o asfalto está chegando. Iniciada em dezembro, a obra aguardada há tantos anos, a pavimentação da BR-285, ligando Santa Catarina e Rio Grande do Sul pela Serra da Rocinha, finalmente está saindo do papel no trecho catarinense. “Estou cobrando do meu pai, o seu Alfredo, hoje com 80 anos, que ache a galinha com dentes”, brinca o prefeito.
A obra, de fato, avança. Há muitas frentes de trabalho, seja preparando o solo para o anel de contorno de Timbé, nos quatro primeiros quilômetros da rodovia, na área urbana do município, seja na subida da serra, onde vai se consumir boa parte dos 29 meses previstos para conclusão.
Timbeenses
bastante animados
“Estamos animados demais até. A obra vai muito bem”, elogia o prefeito, que tem feito inspeções periódicas no trecho. “Cada dia que você vai, o canteiro já avançou mais”, comemora. Na primeira extensão, terraplenagem e aterro estão preparando o solo para receber o asfalto. Enquanto isso, o tráfego seguirá fechado na Serra da Rocinha, em um bloqueio que começou em 15 de dezembro e vai até o desfecho da obra. “Não tem como eles trabalharem com trânsito ali”, atesta Biava.
Embora o bloqueio total do trânsito esteja trazendo alguns prejuízos, o prefeito entende que a população está compreensiva, pelo impacto que a pavimentação terá. “Alguns mercados e madeireiras daqui com clientes em São José dos Ausentes estão fazendo o retorno por Praia Grande”, relata. “E a própria frente de obras já está deixando recursos aqui. Depois de pronta, a estrada vai incrementar o nosso turismo rural”, aposta o prefeito. “Mais de 90% da população de Timbé concorda que a estrada esteja fechada pela obra”, estima.
Toneladas de
pedras detonadas
Um dos maiores desafios é dinamitar os trechos pedregosos para permitir a execução da estrada como foi projetada. A previsão do consórcio Setep/Ivaí/Sultepa, que toca as obras, é retirar até 250 mil toneladas de pedras serra baixo, em direção a Timbé. “Segundo os engenheiros, a fase de dinamitar vai até dezembro. E tem detonação todo dia aqui”, conta.
O trecho integral do lote 2, em obras, tem 22 quilômetros. O lote 1, no lado gaúcho, ainda sofre com impedimentos ambientais. A obra está com recursos garantidos na fase catarinense, por conta de um aporte federal de R$ 60 milhões assegurado no final do ano passado pela bancada de Santa Catarina em Brasília.
Se as previsões forem confirmadas, em agosto de 2019 já será possível transitar no asfalto da BR-285. “Um sonho de 70 anos, que estamos realizando. É grande a chance de inaugurarmos no nosso mandato ainda”, conclui o prefeito.
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