A manhã deste sábado, dia 11, foi marcada por um protesto de familiares de detentos do Presídio Santa Augusta, em Criciúma. As famílias pedem por melhorias na unidade prisional e querem entregar roupas de inverno e cobertores aos presos. Porém, em virtude da pandemia do coronavírus, o Governo de Santa Catarina limitou a entrada dos donativos nas prisões de todo o Estado.

As famílias ainda relataram que os banhos são gelados e as refeições também. Ane Michele Florentino Mazzuco participou do protesto na manhã de hoje e foi enfática ao falar sobre os presos. “Não queremos bater de frente com ninguém, queremos a liberação das roupas, que os presos não tomem banho gelados. São tratados iguais bichos. Eles não possuem nem roupa de frio”, conta. 

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A Polícia Militar (PM) reforçou a segurança de quatro ruas próximas ao Presídio Santa Augusta com a intenção de trazer segurança ao sistema prisional, aos moradores e também para não trazer aglomeração em virtude da Covid-19. Diversas guarnições atuaram na manhã deste sábado no local. 

Juíza rebate todas as acusações

A juíza Débora Driwin Rieger Zanini afirmou que atualmente 21 presos estão contaminados com coronavírus. Eles estão em isolamento e foram divididos em dois grupos separados de outros detentos. Atualmente, o Presídio Santa Augusta conta com mais de mil presos. 

“Eles estão cumprindo a pena com dignidade. Não tem porque soltarmos eles [em virtude da pandemia]. Como ficam as vítimas? Vamos agir dentro da legalidade. Ninguém aqui quer o mal de ninguém. Não queremos que ninguém morra”, declarou Débora. 

Sobre os banhos e refeições gelados, Débora relatou que houve problemas com a água, mas já foi solucionado. “O sistema de água é por caldeira. Os banhos dos detentos são em média em duas horas ao todo e eram realizados ao final do dia, porém isso mudou quando percebemos o problema e agora eles tomam banho no final da manhã”, relatou. “Já almocei aqui no presídio e a comida não é fria. As marmitas sempre foram iguais e existe um nutricionista que cuida das refeições”, acrescentou. 

De acordo com o gerente da Unidade Prisional, Rodrigo Ferreira, todos os detentos recebem roupas, toalhas, cobertores e kits de higiene ao entrarem no presídio. “Estamos trabalhando para manter a ordem. Não é o momento de criarmos pânico. Se acontecer uma manifestação dentro do presídio vai ser pior”, frisou. “Nosso trabalho é manter a dignidade deles”, completou. 

Ferreira ainda relatou que os detentos recebem uma vez por mês a oportunidade de conversar com familiares por meio online. “São dez minutos por detento. Eles também recebem cartas por e-mail, pois não queremos que tenham contato com o papel que pode estar contaminado. Temos todo um cuidado com todos os presos. Nossa unidade é muito transparente a toda a sociedade. Recebemos visitas diárias de advogados, a juíza também está sempre aqui. Queremos que todos tenham dignidade aqui dentro”, finaliza. 

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