Criciúma Esporte Clube

Moacir Fernandes: projeto de quatro anos para o Tigre e foco em investidores locais

Empresário fala em ajudar na transição, mas não descarta seu nome como novo presidente

Por Lucas Renan Domingos -

Em 01/09/2020 às 19:13
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Foto: Arquivo/Portal Engeplus

O nome do próximo presidente do Criciúma ainda é uma dúvida. O sucessor de Jaime Dal Farra, que prometeu deixar o cargo de mandatário do clube após o fim da atual temporada, deverá ser, conforme as regras estatutárias do Tigre, definido pelos conselheiros em eleição. Mas até lá um velho conhecido da torcida carvoeira tem se movimentado para ajudar nos próximos passas do tricolor criciumense. O empresário e ex-presidente do Criciúma, Moacir Fernandes, é, atualmente, a principal peça para comandar a transição entre a saída de Dal Farra do comando do time até entrega do bastão de presidente ao gestor que será eleito.

Fernandes participou do Debate Tabelando na noite dessa segunda-feira, dia 31, e contou detalhes de qual será o seu papel no atual momento do Tigre. A intenção do empresário é apresentar um projeto de planejamento para os próximos quatro anos. Seria um ano de transição e mais três com o novo presidente eleito.

No primeiro ano, Fernandes colocou seu próprio nome à disposição para assumir o Criciúma. “Eu até me proponho a fazer um trabalho de transição, se não houver outro candidato. Faria uma transição de um ano e depois uma eleição para completar os quatro anos com um outro presidente”, disse. O retorno do empresário ao clube onde foi duas vezes presidente sempre foi uma dúvida. Aconselhado pela esposa e filhos, Fernandes relutava em reassumir o comando da equipe. Hoje, já não descarta o retorno como mandatário.

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“Se neste meio tempo (entre o ano de transição e uma nova eleição) o projeto dar certo, a gente conseguir mais investidores e com a empolgação que pode surgir no futebol, eu poderia, sim, em ficar mais tempo” 
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Moacir Fernandes, empresário e ex-presidente do Criciúma
 

O fato é que Fernandes tem apoio para isso. Chegou a ser procurado pelo próprio presidente Jaime Dal Farra que pediu para que ele fosse um dos líderes do processo de transição. Também esteve reunido recentemente com 20 empresários de Criciúma que manifestaram apoio com o projeto de Moacir Fernandes.

“Nesta reunião já ficou definido uma coisa, que o Anselmo Freitas (empresário e um dos apoiadores de Fernandes) assume a vice-presidência administrativa do clube e já faria parte de uma equipe de transição”, lembrou. Ele também já pensa em outros nomes para a diretoria. “Tem uma dúvida sobre o vice-presidente financeiro, que é uma função muito importante. No patrimônio o desejo seria manter o Vilmar Casagrande”, comentou. E também quer consigo alguém que tenha trânsito tanto na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) quanto nas federações.

“O próprio Anselmo já trabalhou com a gente no Criciúma. O (Waldeci) Rampinelli já trabalhou com conosco. O Lesbon (Aguiar) a mesma coisa. Eu só não gostaria que fosse alguém que não tivesse uma experiência em futebol. Mas já tivemos bastante pessoas que tiveram passagens pelo Criciúma e que conviveram, sofreram com o Criciúma. Eles têm condições de continuar um trabalho. O importante é fazer essa transição para que ela fique bem firme, coesa e forte”, analisou.

Não muito adepto aos investimentos estrangeiros

O modelo de gestão pensado por Moacir Fernandes ainda está em fase de elaboração. “Devemos ter algo mais concreto nesta semana ou na próxima”, projetou. Mas já é sabido que o desejo do empresário é contar com mais investidores. Em uma das reuniões que participou para discutir formas de gerir o Criciúma, sugeriu um sistema de vendas de cotas para conseguir dinheiro, mas com a participação de empresários locais.

“A maior preocupação é a parte financeira. Existe um projeto de quatro anos. E existem investidores possíveis que são daqui. Eles não querem lucro, querem apenas retorno do que vão aportar. Claro, se possível, que tenham ganhos. Mas se não tiver, não tem problema. Tenho evitado investidores de fora. Vejo com preocupação, por conta de fatos concretos que já aconteceram no Brasil. Eles vêm com opção de ganhar dinheiro, se não for rentável, abandonam o barco e vão embora”, enfatizou o Fernandes. “O clube fica com muitos problemas, como foi o exemplo do Figueirense. Prefiro, embora a conta-gotas, menores quantidades, mas investimentos daqui da região. É o que estamos trilhando. E estamos conseguindo o que pretendemos”, detalhou.

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Desde quando deixou o Criciúma em sua última passagem pelo clube, em 2007, o empresário se afastou do futebol. Mas garante ainda ter conhecimento suficiente para ajudar o Tigre. “O futebol não mudou. Continua tendo bons jogadores e os pernas de pau”, brincou.

“A gestão financeira que é um pouco diferente. No passado, com três grupos econômicos a gente fechava o caixa e começava o ano seguinte sem problemas. Hoje não é por aí. Vamos continuar tendo grupos econômicos, apoios de empresários. Mas hoje o futebol é a segunda economia que mais movimenta dinheiro no mundo, só perde para o petróleo. Então tem que ser muito profissional com visão de retorno financeiro, pensando novas formas de gerar receita”, pontuou.

Uma das modalidades seria aumentar a quantidade de sócio. “Tem que ter uma movimentação. Acredito que algo entre 10 mil, 11 mil sócios seja uma quantidade boa para a gente fazer uma projeção. Antigamente a gente pensava em camarotes. Hoje isto já é feito. Então temos que pensar como arrecadar de maneira diferentes, para o clube ter uma vida sustentável”, completou.

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