Crítica

A Grande Muralha rende bilheteria, mas será esquecido rapidamente

Por Redação Engeplus

Em 24/03/2017 às 18:33
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Especial: Willian Bongiolo

Talvez o único motivo para A Grande Muralha ter saído do papel é seu apelo ao público chinês. Ultimamente Hollywood percebeu que o mercado de cinema da China vem crescendo exponencialmente ao longo dos anos, porém a política para filmes estrangeiros é muito restrita. Então, criar um blockbuster que se passa na China, com alguns personagens chineses, daria carta branca para passar por essa política apenas falando que o filme é uma co-produção EUA e China, fazendo com que o filme se torne praticamente chinês e não estrangeiro.

O longa se passa no século XV e acompanha um grupo de guerreiro britânicos que se depara com a construção da Grande Muralha da China. Porém, com o passar do tempo eles descobrem que aquela muralha não é para se proteger de outros combatentes, e sim de algo muito mais misterioso e perigoso. A ideia do longa é boa, mas mal executada ao extremo.

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A direção de Zhang Yimou é fora de qualquer padrão estético autoral, e o que mais prevalece é a estética do que a eficácia. Então, temos cenas em que o slow motion é colocado apenas para evidenciar o robusto design de produção, mas sem qualquer preocupação com elementos narrativos.

Outro ponto é a falta de habilidade em transparecer emoção. O longa nos exibe tamanho apreço pela beleza ao empregar várias tomadas abertas para nos mostrar a imensidão da muralha, mas peca muito em nos fornecer qualquer apego aos personagens. Alguns morrem, outros se relacionam, outro se odeiam, porém a artificialidade é comum em todas essas relações. Muito disso vem pela falta de um bom roteiro, que aqui nos brinda com diálogos cada vez mais terríveis, principalmente pelo personagem de Pero Trovar que existe na trama basicamente para verbalizar o que se passa na trama.

Bom, algumas pessoas realmente vão adorá-lo pelo espetáculo visual, e isso realmente ele tem de sobra. A muralha é muito bem retratada como uma construção imensa, e mesmo que bonita percebemos seu valor bélico. Além disso, temos também as armas que são muito diversificadas, indo de arco e flechas até um pó negro que explode ao ser queimado.

Já as cenas de ação são eficazes até certo ponto, pois mesmo não tendo nenhuma novidade ainda assim não chega a ser uma poluição visual e conseguimos perceber toda movimentação em cena. Mas isso fica em segundo plano, visto o péssimo roteiro e desenvolvimento.

Por fim, A Grande Muralha pode até servir como espetáculo visual. Mas toda essa magnitude visual está a cargo de um péssimo roteiro e um horroroso desenvolvimento tanto de trama quanto de personagens, criando uma obra que renderá bilheteria, mas será esquecida rapidamente.

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