Por Redação Engeplus
Em 21/12/2017 às 14:36Não é de hoje que o tema Bullying vem crescendo no mundo inteiro e já virou caso de saúde pública. Principalmente com a internet fazendo parte da vida de crianças e adolescentes isso ficou muito pior, já que a humilhação física/psicológica saiu do meio acadêmico e ganhou todo um universo. Para termos noção da gravidade disso: um em cada dez alunos brasileiros sofre ou já sofreu algum tipo de humilhação. E a principal causa disso? A aparência.
Extraordinário nasce justamente focando na aparência de seu personagem, que por ser deformada por uma doença, ironicamente acaba sendo a aparência mais verdadeira. O longa dirigido por Stephen Chbosky inicia com Auggie (personagem principal) imaginando ser um astronauta flutuando no espaço, em uma bela composição do azul do infinito, ao mesmo tempo que traz um gosto amargo de pensarmos que já vencemos a barreira do espaço e pisamos em outras superfícies fora da terra, mas continuamos a criar barreira invisíveis entre nossos iguais. Barreiras essas que não existem apenas pela aparência, mas também envolvem principalmente a classe social.
Outro elemento que Extraordinário nos dá é a importância da cultura pop na vida de uma pessoa solitária. Quem sofreu bullying (estou incluso aqui) sabe muito bem da importância de se transportar do mundo real para viver uma vida de glórias e batalhas vencidas. Chbosky conseguiu muito bem transpor isso para a tela ao colocar os personagens e histórias que Auggie gosta sendo retratado fielmente na tela, mostrando que essas narrativas não são apenas ficções. Elas quebram essa barreira e estão inclusas na sociedade, moldando a vida de uma criança/adolescente e construindo ali alicerces para a vida adulta.
Ademais, temos também a belíssima atuação de Jacob Tremblay, que mesmo com a maquiagem um tanto pesada consegue atuar com o olhar e o modo como anda. Percebemos quando seu personagem está nervoso pela quantidade de vezes que olha para os lados, ou quanto está triste e sempre anda de cabeça baixa e até mesmo demonstra o nervosismo apenas andando com o braço próximo ao corpo. É uma atuação na medida certa do menino que já tinha nos encantado em O Quarto de Jack.
Contrapondo isso temos o roteiro de Steve Conrad e Chbosky que não segue na mesma sintonia. Mesmo sendo dividido em partes mostrando o ponto de vista dos vários personagens, as narrações em off atrapalham o desenvolvimento da trama pois o que está sendo narrado já é demonstrado em tela. Como exemplo pegamos aquela parte da festa de Halloween onde Auggie narra do motivo dessa ser sua data favorita, mas no jeito de o personagem andar e gesticular já conseguimos perceber exatamente isso.
Por fim, Extraordinário é muito mais do que apenas um belo filme, é um longa importante para toda a família por discutir Bullying e o mais importante: por demonstrar como a gentileza e o amor ao próximo pode transformar a vida de alguém em um sonho, ao mesmo tempo que egoísmo e falta de respeito ao próximo pode levar a vida de outro embora. E assim como alguns personagens são reais para Auggie, ele é real para mim, desde quando li o livro já o tinha como meu amigo e fico muito satisfeito de ver ele imaginado para essa mídia que tanto me ajudou nos momentos difíceis. Obrigado, Auggie.
Leia mais sobre:
CINEMA,
Crítica.
Filmes em cartaz
Programação de Cinema
Filmes em cartaz
Programação de Cinema
Filmes em cartaz
Programação de Cinema
Filmes em cartaz
Programação de Cinema
Filmes em cartaz
Programação de Cinema
Filmes em cartaz
Programação de Cinema
Filmes em cartaz
Programação de Cinema
Filmes em cartaz
Programação de Cinema
Filmes em cartaz
Filmes em cartaz
Filmes em cartaz