Por Redação Engeplus
Em 23/01/2018 às 19:10Lady Bird - A Hora de Voar cota a história de uma jovem que está no último ano do ensino médio e é criada por uma família tradicional do EUA. E com essa travessia entre o ensino médio e a faculdade amores, decepções e a ideia de desprendimento familiar começam a aflorar na garota que sonha em sair de cidade para estudar arte. Sua mãe, porém, é totalmente contra a ida da filha por questões pessoais e de dinheiro.
A obra em questão explora com maestria a estrutura de "Coming of Age", que nada mais é do que a transição da juventude para a vida adulta. Para isso, o longa utiliza principalmente diálogos e monólogos para representar essa passagem. Por isso é essencial que o roteiro tenha sido muito bem estruturado e a definição dos três atos tenha sido bem feita para o espectador conseguir sentir essa mudança. Os principais estágios desses três ato são: Confusão, Decepção e Confronto/Mudança. Lady Bird se utiliza muito bem disso tudo para entrarmos na cabeça da protagonista e entendermos suas questões pessoais.
A confusão de sua personalidade para com sua família já nos é apresentada logo no início do primeiro ato, ao nos depararmos com seu quarto totalmente desarrumado se comparado ao restante da casa. O que é uma coisa normal para uma adolescente aqui é usado de forma inteligente, demonstrando que Lady não quer sua mãe mexendo em suas coisas e consequentemente em sua vida. Ao mesmo tempo, a jovem depende da mãe para se locomover pela cidade, o que acaba criando uma dependência.
Passando para o segundo ato, a diretora e roteirista Greta Gerwig começa a nos apresentar vários pequenos avanços de Lady Bird em sua caminhada para “voar”, porém cada nova investida é um salto mais alto, e consequentemente a queda também é maior. A estrutura delicada do roteiro pode perder-se em apenas mostrar fracassos e pequenos avanços em um loop até a resolução, mas Greta é inteligente ao dar mais substância para sua obra e conseguir aprofundar algumas outras personagens, principalmente a Marion (mãe de Lady Bird).
Tirar o ar de vilania de Marion e a dar uma personalidade própria para criar um conflito no espectador sobre o que pode estar certo ou errado torna-se uma jogada inteligente de Greta para fazer o longa funcionar tanto para os jovens quanto para os adultos.
O clímax que vem junto com o terceiro ato é quase uma epopeia familiar, no qual Marion e Lady Bird entram em confronto diversas vezes criando diálogos maravilhosos no qual conseguimos sentir a intensidade de cada cena por causa da construção que foi feita em todo o restante da obra. Isso acontece principalmente por Lady Bird já não estar mais em conflito consigo mesma e estar decidida sobre suas escolhas, algo que acontece na transição entre o segundo e terceiro ato.
Lady Bird vai além de um "Coming of Age" normal de Hollywood, pois aqui ele abre uma vertente para relações familiares entre mãe e filha, afinal, a maioria dos "Coming of Age" alegres produzidos nos EUA são em sua maioria dirigidos e roteirizados por homens e mostram o conflito particular do sexo masculino. Aqui em Lady Bird vemos um real conflito entre as duas mulheres da família que têm suas próprias peculiaridades e personalidades sem cair em nenhum estereótipo de “desequilibrada, “maluca” ou tantos outros que os homens de Hollywood impõe em suas personagens femininas em filmes e séries.
Além disso a diretora Greta, junto de seu diretor de fotografia Sam Levy, são responsáveis por uma cinematografia muito simples, mas com nuances que ajudam a dar inserções necessárias na trama sem precisar verbalizar. Um exemplo disso é a primeira cena do filme quando vemos Lady Bird e sua mãe no carro discutindo e Lady se atira do carro e tem que engessar o braço. Isso é uma representação muito inteligente sobre estar “cortando as asas” da filha.
Por fim, Lady Bird pode desagradar algumas pessoas por sua casca ser bem simples, mas ao olharmos com um pouco mais atenção podemos perceber toda sua beleza e seu discurso necessário sobre liberdade versus família. E acima de tudo é um longa de suma importância para aqueles que estão passando por esse processo de amadurecimento ou que tenham filhos alçando seus primeiros voos . Afinal, um dia todos vamos precisar voar e é melhor que estejamos preparados para a queda.
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