Por André Abreu
Em 08/07/2020 às 08:50Do canal norte-americano CNN ao jornal italiano Corriere Della Sera, passando pela emissora árabe Al Jazeera, a imprensa do mundo todo deu destaque para a confirmação de contaminação de Jair Bolsonaro pela Covid-19.
O canal de televisão Sky News interrompeu sua programação e noticiou o resultado do teste do chefe de Estado ao vivo, praticamente no momento em que o presidente anunciava que havia sido contaminado.
A emissora ressaltou que “o político populista causou indignação no Brasil por ignorar as medidas de quarentena e se recusar a usar máscara em público”.
“Após alguns alarmes falso, agora é certeza: Jair Bolsonaro integrou a lista do dirigentes que tiveram resultado positivo no teste do novo coronavírus”, anunciou a revista francesa Le Point, que lembra o nome de outros líderes mundial contaminados, entre o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, o príncipe Albert de Mônaco ou ainda o presidente de Honduras, Juan Hernandez.
O jornal português Público também deu destaque em sua primeira página, como o título “Bolsonaro tem Covid-19, mas diz estar 'perfeitamente bem'".
O chefe de Estado não parecia surpreso com o diagnóstico, como afirma o jornal The New York Times. "Eu sou o presidente da República (...) Eu gosto de estar no meio do povo. Então tendo em vista esse meu contato com povo, bastante intenso nos últimos meses, eu achava até que já tivesse contraído sem ter percebido", disse o chefe de Estado, em declaração reproduzida pelo diário norte-americano.
Praticamente todos os veículos, como a versão francesa do Huffigton Post, lembraram que Bolsonaro, “não parou de minimizar o coronavírus” desde o início da pandemia. Agora ele “acabou sendo contaminado”, afirma o site, com uma ponta de sarcasmo.
Jornais, emissoras de rádio e televisão, mas também sites de notícias reproduziram as declarações do representante de Brasília em março, no início da pandemia, quando o presidente não apenas chamou a Covid-19 de “gripezinha”, como também disse que, se fosse contaminado, não deveria se preocupar em razão de seu “passado de esportista”, como escreve o jornal Le Monde.
“Desde então, Bolsonaro continuou a participar de eventos sociais e comícios políticos, muitas vezes usando máscaras incorretamente ou sem usá-las”, relata o britânico The Guardian.
O português Público aponta que essa atitude do chefe de Estado não mudou e que ele “continua a insistir na reabertura da economia, apesar de o número de contágios e mortes se manter em rápida expansão no país. Só nas últimas 24 horas, foram registados mais de 21 mil novos casos e 656 mortos”, detalha o diário.
Ministro interino e vice no comando
“Quem vai comandar o país?”,foi a pergunta de um dos apresentadores do canal Deutsche Welle, ao vivo com seu correspondente no Rio de Janeiro, lembrando que o chefe de Estado ficará alguns dias em casa e que o ministro da Saúde atual é apenas um interino. O jornalista explicou aos telespectadores europeus que o vice-presidente Hamilton Mourão assumirá o poder e diz que essa não é a primeira vez que Bolsonaro tem que ser substituído, lembrando da cirurgia à qual foi submetido no ano passado e que o obrigou a deixar o cargo por alguns dias.
Mas Bolsonaro não pretende parar totalmente suas atividades, como ressalta o belga La Libre. O site conta que o presidente pretende continuar trabalhando à distância o máximo possível. E relata que, no fim da declaração à imprensa, Bolsonaro não aguentou e retirou a máscara de proteção, antes de dizer: “É para vocês verem meu rosto, como estou bem. Eu estou bem tranquilo. Tudo em paz".
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