Por Milena Nandi - culturaemcena@engeplus.com.br
Em 04/12/2020 às 08:00No dia em que católicos comemoram Santa Bárbara, protetora contra os raios e trovões e em nossa região, padroeira dos mineiros e as religiões de matriz africana celebra, Iansã, orixá dos fenômenos climáticos, a exposição “Diálogos Permanentes: Uma reflexão afrodescendente” é lançada oficialmente. Fruto do projeto de estágio das estudantes do curso de Artes Visuais da Unesc, Andreza Machado, Maria Julia de Jesus e Renata Ribeiro Costa Machado, a mostra fala sobre cultura africana, negritude, chama a atenção para o protagonismo negro e homenageia pessoas que estiveram e estão à frente de discussões étnico-raciais.
“As pessoas denigrem a palavra negro. Um exemplo são expressões pejorativas como ovelha negra e nuvem negra. Em Criciúma, o responsável pelo crescimento econômico da cidade foi o carvão, o ouro negro. Pensamos então em trazer a exposição no Dia de Santa Bárbara, padroeira dos mineiros e de Iansã, orixá de religiões de matriz africana justamente para fazer essa conexão e exaltar a cultura negra”, afirma Renata.
A exposição é composta pela série de retratos em aquarela “Voz Presente”, criada pelo artista Lip Wadocha, e poderá ser conferida no estúdio do artista e no ateliê de Renata, localizado na avenida dos Italianos, bairro Santa Augusta, em Criciúma, ou de maneira virtual, no Instagram @dialogospermanentes.
A ideia do grupo é trazer reflexões sobre a cultura africana além dos meses de maio e novembro, quando tradicionalmente os debates são realizados em virtude do Maio Negro e do Dia da Consciência Negra (20/11). Sobre a técnica escolhida para retratar as personalidades, o artista conta que optou pela aquarela, que exige leveza, para falar de um assunto tão pesado quanto o racismo.
Personalidades
A exposição traz retratos de 12 personalidades:
Nelson Mandela (líder negro e “Prêmio Nobel da Paz” pela sua luta contra o regime de segregação racial);
Martin Luther King (ativista negro que lutava por igualdade e não discriminação);
Malcolm X (líder negro que incentivava a resistência dos negros por “qualquer meio necessário”);
Zozibini Tunzi (primeira negra Miss Universo);
Machado de Assis (considerado por muitos críticos, estudiosos, escritores e leitores o maior nome da literatura do Brasil);
Marielle Franco (defensora do feminismo, dos direitos humanos, tendo denunciado casos de abuso de autoridade por parte de policiais contra moradores de comunidades carentes);
Dona Maria (atriz principal do filme “Escolhedeiras”, em 2019);
Maria Estela (ativista negra criciumense);
Normélia Lalau (professora da Unesc e líder do Neab – Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Universidade);
Cintia dos Santos (professora e voz presente na luta contra o racismo);
Alex Voz do Gueto (atuante nas periferias de Santa Catarina, tem projetos sociais e luta contra o preconceito e racismo);
Alex Sander da Silva (professor e pesquisador da Unesc, atuante nos debates e luta antirracista).
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