Por Thiago Hockmüller - thiago.hockmuller@engeplus.com.br
Em 21/10/2021 às 11:15Com a construção civil aquecida durante a pandemia do novo coronavírus, o setor tem comemorado bons resultados. Com a Resicolor, empresa de Siderópolis especializada na fabricação de tintas, não é diferente e a expectativa é fechar 2021 com a comercialização de 35 milhões de litros de tintas. Isto significa um crescimento de 22% com relação ao ano passado, que também registrou avanço, mas na casa dos 32%.
A Feira CasaPronta foi um exemplo dos últimos dois anos vividos na Resicolor. As vendas no evento significaram 10% do faturamento mensal da empresa que projetou crescimento de até 30% com relação a última realizada em 2019. O reflexo positivo é recebido com entusiasmo pelo presidente da Resicolor, Jaime Dal Farra. Em entrevista ao Portal Engeplus, o empresário refletiu sobre o crescimento da economia ligada à construção civil e projetou abertura de uma nova unidade da empresa no Nordeste do país.
Vendas em 2021 aumentatam 22% com relação ao ano passado. (foto: Resicolor/Divulgação)
Atualmente a Resicolor possui duas unidades produtivas em Siderópolis, uma de tintas e outra de resina, e uma fábrica em Palmeiras de Goiás, no estado de Goiás. A capacidade atual de produção é de quatro milhões de litros de tinta por mês. “Vamos fechar este ano com 35 milhões de litros de tinta vendidos, é muita tinta pintando por este país afora. Estruturamos a fábrica para atendermos a demanda. Foi puxado, nosso pessoal trabalhou. As pessoas estavam em casa, reformando, construindo e precisavam de tinta. Tínhamos capacidade de produção e matéria-prima para isso”, explica o presidente.
Dal Farra conta que para atender a demanda foi necessário planejamento especial: estocou uma grande quantidade de matéria-prima e investiu cerca de R$ 9 milhões para suprir o parque fabril. Tudo isso após o susto vivido em março de 2020, quando a pandemia estourou no Brasil e as empresas e comerciantes pararam os seus negócios por 15 dias.
“Eu mesmo fiquei em casa por 15 dias. Naquele momento caíram as vendas pela metade, foi um susto a nível de negócio. Mas daí recuperou, tínhamos previsão de crescer 8% no ano e crescemos 32% em 2020. Este ano estamos crescendo em torno de 22% em relação ao ano passado, que já foi forte. A Resicolor cresceu um pouco mais porque tínhamos muito crédito com os fornecedores e dobramos o estoque”, revela.
Com o retorno gradativo das atividades, aliado ao bom planejamento para evitar a pandemia na própria empresa, a Resicolor aumentou o volume de produção enquanto concorrentes ainda estavam buscando por matéria-prima. Isto, claro, refletiu no desempenho das vendas. “Graças a Deus tínhamos estoque para entregar. As grandes fábricas do nosso setor chegaram atrasar 15 dias na entrega e nós tínhamos para entregar. O setor de tintas chegou a crescer entre 8% e 10% no Brasil inteiro. Foi um cenário bom no sentido de que as pessoas em casa passaram a reformar e acredito que o auxílio emergencial também ajudou as pessoas a comprarem mais”, argumenta.
Unidade em Goiás atende as regiões Norte e Centro-Oeste do país.
Prospecção de mercado
Com as unidades de Siderópolis (foto ao lado) e Palmeiras de Goiás, a Resicolor atende cerca de oito países da América do Sul e supre de tinta as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte do Brasil. Desde março, a empresa conta com um diretor de negócios em São Paulo, que está responsável por abrir caminho no competitivo mercado paulista. A expectativa é construir lá um grande depósito que será abastecido pelas fábricas de Goiás e Santa Catarina.
“Já estamos no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. Desde o início do ano colocamos um diretor de novos negócios em São Paulo e tivemos crescimento de 500% no estado. E temos também a situação da fábrica de Goiás que atende o Centro-Oeste e Norte muito forte”, afirma o presidente.
Mesmo que a Resicolor tenha negócios no Nordeste, a logística demorada e o alto custo para levar o produto até lá inviabilizam o mercado. Para atingir sucesso nos estados nordestinos, a ideia é implantar um novo parque fabril entre cinco e dez anos naquela região. Isto resolveria o problema.
“Já vendemos no passado, só que a logística é demorada e o custo é caro. Vamos ter que montar uma unidade no futuro e está dentro do nosso projeto nos próximos cinco a dez anos. Estamos fortes sim no Centro-Oeste, Norte, Sul e Sudeste. Agora estamos abrindo forte em SP, que é um mercado competitivo, tem quase 300 fábricas de tintas lá. No Sudeste vamos montar um depósito grande que será atendido pela fábrica de Goiás e Santa Catarina. A terceira fábrica de tintas será no Nordeste”, prospecta Dal Farra.
Pandemia sob controle
Temos uma capacidade produtiva para absorver o que teve de demanda e foi muito bom para a empresa, mas terrível para famílias que perderam entes queridos, para quem perdeu amigos e pessoas que normalmente não teriam falecido. É uma pandemia e não é culpa de ninguém, é uma coisa que veio. Não se pode culpar a China, isso ou aquilo… veio e temos que ter respostas do que aconteceu. Não tem uma cura, mas temos vacinas.
Jaime Dal Farra, presidente da Resicolor
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O sucesso de vendas no período de pandemia não seria possível sem o controle da doença no próprio quintal. A Resicolor estima que a contaminação em suas fábricas não ultrapassou o índice de 8% do quadro de recursos humanos. “Teve indústria que teve 30,4%”, lamenta Dal Farra.
Para o sucesso do controle da pandemia, foi necessário investimento em protocolos de segurança e o cumprimento de quarentena por funcionários com sintomas e sob suspeita de contaminação. A Resicolor também investiu na produção de álcool gel, uma necessidade de mercado e vendido, inclusive, em lojas de materiais de construção. Parte desta produção foi doada para prefeituras do Sul do estado e contribuiu como auxílio no combate à pandemia.
“Foi um ensinamento a nível de disciplina e nós como empresários orientamos os funcionários a se cuidarem, usarem máscara e higienizar as mãos com álcool gel. Nós mesmos produzimos e vendemos muito álcool gel porque tinha uma demanda na própria loja de material de construção. Tivemos uma venda excelente e no sentido de ajudar as pessoas a se protegerem também doamos cerca de 5 mil litros para as prefeituras de Criciúma, Siderópolis, Sombrio e Araranguá, ou seja, onde havia dificuldade ajudamos a entregar e doar com o objetivo de salvar pessoas”, conta o presidente.
Vacinado com duas doses há mais de 50 dias, Dal Farra já se permite viajar a negócios. Recentemente esteve em Rondônia e no Acre, dois estados onde a Resicolor está entre os líderes de mercado. Para conhecer mais sobre a empresa, acesse o site clicando aqui.
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