Por Jessica Rosso Crepaldi - jessica.rosso@engeplus.com.br
Em 29/05/2025 às 15:09Treviso terá uma queda em sua receita com relação a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) de aproximadamente 26% e um impacto sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 14%. Os dados foram levantados pela equipe econômica da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (AMREC) após solicitação do prefeito Luciano Miotelli (MDB), devido ao anúncio do encerramento das atividades da Unidade de Extração Mina Cruz de Malta no município.
O impacto traz uma grande preocupação para a gestão atual. “Afinal, nós precisamos manter os serviços públicos e, inevitavelmente, com essa queda de arrecadação, determinados serviços sofrerão algum tipo de prejuízo”, disse o chefe do Executivo, que apresentará a situação na próxima terça-feira, dia 3, durante a visita do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), na Associação Empresarial de Criciúma (Acic).
“Nesse primeiro momento nós vamos tratar de uma pauta a nível regional, mas pretendemos aproveitar a oportunidade para apresentar uma emergência municipal em função do impacto que acabamos sofrendo com esse desligamento da unidade Cruz de Malta”, afirmou Miotelli. “É inevitável uma redução da receita agora no momento inicial. A gente sabe que não se recupera do dia para a noite. Não é com um toque de mágica, é preciso um planejamento e um trabalho intenso e dedicado. E são alternativas que a gente quer também apontar ao governo, da grande necessidade de um olhar extremamente atento à nossa região, em função desses ápices que possam acontecer em momentos como o nosso”, complementou.
O prefeito explicou que entre as demandas para o município, as prioridades são a aquisição de uma área industrial e a possibilidade de subsídios financeiros. “Ou até mesmo subsidiar juros de financiamento e implementação de parques fotovoltaicos na região carbonífera. Acho que essa é uma pauta não somente de Treviso, mas de toda a região impactada, como uma alternativa de transição. Lógico que quem vai fundamentar tudo isso é a entidade contratada, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Mas de forma mais prática e imediata eu vejo como uma grande saída”, pontuou o gestor, que disse estar junto com outros prefeitos, que são os maiores interessados com relação a isso, tentando viabilizar uma agenda com o governador para estudar estratégias mais pontuais. Conforme o gestor, além de gerar energia limpa, os parques fotovoltaicos também gerariam receita aos municípios.
Diversificação
Miotelli frisou que Treviso tem um grande potencial na área turística, e por isso, tem investido em infraestrutura no interior, e que o governo tem trabalhado em função da diversificação econômica.
“Desde que assumimos o governo nós estamos trabalhando na situação de uma nova área industrial para que possamos desenvolver atividades econômicas paralelas ao carvão. Nós ainda temos a Carbonífera Metropolitana, que vem investindo, nós também como governo estamos fazendo investimentos em infraestrutura para gerar possibilidades na área do turismo, até mesmo em áreas que dão acesso à Carbonífera, em função de novos projetos que a empresa vem desenvolvendo, com novas tecnologias”, disse.
Utilização do rejeito
O prefeito ainda ressaltou os estudos que acabam gerando oportunidades sobre a utilização do rejeito do carvão. “A empresa que aqui opera tem se dedicado. Investimentos de modernização, atendendo às legislações ambientais e também possíveis novos projetos para utilização do rejeito, como a usina do cimento ou até o mesmo adubo químico, mas são projetos futuros que precisam, sim, do olhar especial e de um apoio do governo com relação a subsídios de investimentos. Eu sempre digo, nós temos um grande potencial sobre as áreas inutilizadas deAção Civil Pública(CP). Nessas áreas nós precisamos encontrar uma alternativa”, pontuou.
O chefe do Executivo ainda comentou que o anúncio do fechamento da Unidade de Extração Mina Cruz de Malta no município aconteceu de forma antecipada. Mas segundo ele, era algo inevitável, visto que já era algo esperado. “Não é agora, com quatro meses de governo, que a gente vai resolver isso, a grande verdade é que também não estamos aqui para julgar aquilo que foi feito ou foi deixado de fazer, mas encontrar soluções para os problemas no qual o município enfrenta, e é para isso que nós estamos aqui”, afirmou Miotelli. O prefeito pontuou que essa deve ser a demanda mais importante até o momento em sua gestão.
Leia mais sobre:
receita,
treviso,
alternativas,
projeta,
fechamento de mina.
Levantamento
Avanço
Economia
Economia
Recorde
Novos Caged
Economia
PIB cresce 1,4% no primeiro trimestre de 2025