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Resenha | O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway

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Por Amanda Garcia Ludwig - entrelidasevindas@engeplus.com.br

Em 03/03/2021 às 13:03
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Foto: Amanda Garcia Ludwig

O Velho e o Mar talvez seja o livro mais conhecido de Ernest Hemingway. Não à toa, a obra esteve na lista de mais vendidas tanto no Brasil quanto no mundo. A história, considerada uma novela, foi a última ficção escrita pelo autor em vida. Para quem gosta de livros grandes, um aviso: aqui são poucas páginas – cerca de 120, dependendo a edição. Mas com certeza estão entre as páginas mais bonitas já escritas por alguém.

O livro conta a história do cubano Santiago, um velho pescador que já vinha desistindo aos poucos de sua sorte no mar. Há tempos o homem não pescava grandes peixes, e até mesmo o garoto Manolin, que costumava estar com ele durante as pescarias, tinha sido obrigado pela família a trabalhar com outros pescadores.

Ainda assim, o menino continuava cuidando do velho no dia a dia, acordando-o com um café quente e ajudando na preparação do barco antes que o cubano saísse para o mar. É pelo incentivo do jovem Manolin que o velho Santiago continua a sair todas as manhãs em busca de uma nova sorte no mar, mesmo achando que seu tempo já havia passado do ponto.

Apenas um parêntese nessa resenha para falar sobre Manolin: a relação entre o velho e o garoto talvez seja uma das mais bonitas já contadas na literatura mundial. Ainda que Hemingway não traga muitos detalhes sobre eles (como se conheceram? São parentes? Amigos? Trabalharam juntos muito tempo?), é possível ver em cada atitude e pensamento dos dois o carinho e respeito que ambos trazem para a convivência.

Sendo assim, após 84 dias sem pescar um único peixe, Santiago decidiu ir ao mar. Usando de seu conhecimento sobre seu próprio mundo, decidiu ir para longe dos outros pescadores. E a boa sorte veio: o velho finalmente pescou um gigantesco peixe, que lhe rendeu dias e noites de luta para trazer o animal à tona.

A maior parte do livro se passa a partir do momento em que o peixe fisga o anzol. São páginas e páginas em que o leitor acompanha essa batalha entre o homem e o peixe, e o homem e sua consciência. Santiago percebe suas limitações físicas, mas decide manter-se lúcido e utilizar de suas melhores técnicas para enfim levar a melhor sobre o enorme animal – e ele consegue.

O Velho e o Mar pode até parecer uma história de pescador, mas depois de terminar o leitor percebe que é muito mais: é uma reflexão sobre a vida, sobre o que o incentivo e amizade podem fazer, sobre o poder da autoconfiança e sobre o poder de uma vida vivida com intensidade.

Esse é um verdadeiro clássico, e há algum tempo falamos sobre ‘O que faz um clássico virar um clássico?’ nesta coluna. Quer relembrar? Clique aqui.

E a gente segue conversando pelo e-mail entrelidasevindas@engeplus.com.br. O que você acha sobre o assunto? Te espero lá.

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