Por Amanda Ludwig - entrelidasevindas@engeplus.com.br
Em 12/06/2023 às 16:41Seis meses se passaram desde a última resenha que eu publiquei nesta coluna. Então, em primeiro lugar, fica aqui meu pedido de desculpas. A justificativa é simples e honesta: trabalho demais e tempo de menos para ler. Mas cá estamos, de volta. Dessa vez para falar do livro A Biblioteca da Meia-noite, de Matt Haig. Escolhi esse livro para o retorno à leitura por indicação de uma amiga.
É um bom livro, com uma temática e discussão um pouco diferentes das que estamos acostumados. Trata-se da história de Nora Seed, uma mulher de 35 anos que decide morrer. Isso não é um spoiler, porque recebemos essa informação logo de cara, nas primeiras páginas. Apesar de ser uma pessoa extremamente talentosa (sabe tocar piano muito bem, era nadadora na infância/adolescência, tem memória fotográfica e é formada em Filosofia), Nora se vê perdida quanto ao rumo que deve tomar na vida.
Em determinado momento, após arrebanhar uma série de decepções e precisar lidar com a morte de seu gato, Nora toma a decisão de encerrar sua particapação na vida. Neste momento, no entanto, ela se vê de repente na Biblioteca da Meia-noite, um local comandado por uma bibliotecária que fez parte de sua vida no passado.
Na biblioteca, Nora encontra diversos livros, cada um deles contendo uma vida (dela mesma) diferente. Em um, ela é uma nadadora bem-sucedida... em outro, uma rockstar. O mais bacana é: ela pode entrar em cada uma dessas vidas para experimentá-la. Se decidir por ficar, tudo bem. A bibliotecária explica que assim que ela estivesse confortável na vida que escolhesse, acabaria por esquecer a vida anterior e a própria experiência na Biblioteca da Meia-noite.
Um dos livros tem destaque: ele se chama Livro dos Arrependimentos. Um livro pesado, que traz cada um dos arrependimentos que Nora teve na vida. Ao revisitá-los, ela passa a compreender que não precisaria ter se arrependido por simplesmente tudo em sua vida. Ao escolher um arrependimento, ela pode experimentar uma vida em que aquele determinado momento não aconteceria. Por exemplo: se arrependeu de ter abandonado a natação... em seguida pôde visitar uma vida em que era nadadora profissional.
É aí que a mágica acontece: ao transitar por algumas vidas, Nora acaba por entender que em todos os momentos, decepções acontecem. Que a vida pode ter aspectos bons e ruins em uma mesma proporção. E cabe a cada um lidar com esses aspectos da melhor forma possível.
Eu recomendo o livro para quem gosta de uma conversa sobre as complexidades da vida. Ele não é uma história de amor, ou um suspense/terror, nem uma ação policial. Trata mais sobre a existência humana e as batalhas internas que travamos no dia a dia. Não é o tipo de livro que eu escolheria ler de pronto, mas fico contente por ter dedicado um tempo a lê-lo.
E a gente segue conversando pelo e-mail entrelidasevindas@engeplus.com.br ou pelo perfil @amandagarcialudwig, no Instagram. O que você acha sobre o assunto? Te espero lá.
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