Lembrança positiva

Grizzo revive as memórias do confronto entre Criciúma e Remo; em 91, Tigre levou a melhor

Equipes se enfrentam na noite desta terça, pela segunda fase da Copa do Brasil

Por Thiago Hockmüller - thiago.hockmuller@engeplus.com.br

Em 11/03/2025 às 17:05
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Foto: Caio Marcelo/Arquivo Criciúma

Mais de 20 anos depois, Criciúma e Remo se encontram novamente na Copa do Brasil. Em 1991, o Tigre derrotou o clube paraense na semifinal do torneio, abrindo caminho para superar o Grêmio na final e erguer o principal título da sua história e até então único para o estado de Santa Catarina. O jogo acontece na noite desta terça-feira, dia 11, no estádio Mangueirão, em Belém, no Pará (PA).

As duas partidas jogadas em 1991, uma no Baenão e a outra no estádio Heriberto Hülse, seguem vivas na memória de Grizzo. Ele era o camisa 10 do time treinado por Felipão e formava o meio-campo com Roberto Cavalo, Gélson e Zé Roberto.  

“Eu lembro de tudo, como vou esquecer? Eliminamos o Atlético Mineiro com duas vitórias em dois jogos difíceis e depois o Goiás. Então tínhamos o Remo, que era um super time como o nosso era. O Remo daquela época era muito competitivo, mas estudamos eles porque teríamos um time muito forte pela frente”, recorda.

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Tanto o Criciúma quanto o Remo eram bicampeões estaduais e conquistariam mais tarde o tricampeonato. As duas equipes faziam campanhas surpreendentes. Enquanto os catarinenses tinham eliminado Ubiratan (MS), Atlético Mineiro e Goiás, os paraenses tinham derrotado Rio Branco (AC), Vasco e Vitória. Até por isso, as torcidas acreditam que era possível ficar com a taça.

“Foi uma loucura total. O povo lá é apaixonado por futebol. Até hoje é incrível o amor e a paixão deles. O Baenão estava lotado, um monte de gente querendo entrar, passamos uma barreira da polícia e para entrar no vestiário foi muito difícil. Antes, treinamos no campo do Paysandu e foi um clima incrível de decisão. Tínhamos uma maneira consistente de jogar, marcamos muito bem e amadurecemos ao longo da competição e com os títulos conquistados no Catarinense”, explica, lembrando que inúmeros torcedores do Paysandu, rival do Remo, acompanharam os treinamentos em apoio ao Tigre.

Criciúma de Grizzo e companhia foi campeão em 1991. (Fotos: Criciúma/Divulgação)

Vitória lá, vitória cá

Embora as dificuldades sofridas no jogo de ida disputado no dia 12 de maio de 1991, o Criciúma treinado por Luiz Felipe Scolari venceu com gol de Soares. No segundo confronto, quase 20 mil criciumenses estiveram no estádio Heriberto Hülse e acompanharam a vitória do Tigre por 2 a 0, com gols do zagueiro Chico Monte Alegre (contra) e mais uma vez Soares.

“Estudamos eles e sabíamos que eram fortes. Com gramado ruim, nos pressionaram, mas marcamos muito bem. Naquela época todos marcavam. Eu não ia jogar com o Felipão se não marcasse. No time vencedor, todo mundo marcou e competiu. Os que não competiam e não competem agora também não chegam. O Remo era campeão estadual e jogava há bastante tempo com o mesmo time”, conta. “Tocamos a bola quando podíamos e travamos eles. Fizemos o gol no final do primeiro tempo. E tivemos mais chances de ampliar. A arbitragem prejudicou muito, era muito caseira porque os jogos não eram televisionados. A gente conseguiu essa vitória lá, depois sobramos aqui e podíamos meter uma goleada. Jogamos bem melhor que eles aqui”, afirma.

Rivalidade 

O confronto em 1991, de alguma forma, serve de combustível para os dois times em 2025. Em recente entrevista, o zagueiro Rafael Castro, titular do Remo, lembrou a eliminação sofrida naquela ocasião e tratou o assunto como uma pendência a ser resolvida. Grizzo gosta deste clima de rivalidade e afirma que os dois elencos podem usar do passado para alimentar um “tempero a mais” pensando na noite de hoje.  

Volta olímpica aconteceu no Heriberto Hülse, após dois empates com o Grêmio.

“Que bom que eles têm esse pensamento, que é um combustível para eles, e serve também como combustível para o Criciúma. Acho que o Criciúma tem que pegar isso e levar para o grupo para manter essa escrita. Nós quebramos barreiras, e agora eles tem que segurar a bronca. O Criciúma tem que ser gigante hoje, como sempre foi. Eu acho que é uma oportunidade de ouro dos jogadores provarem que têm condições de recuperar a autoestima", avalia. 

Quase uma década depois daquela semifinal, Grizzo atuou no Remo antes de voltar ao Sul do país, onde rodou por times catarinenses e gaúchos até encerrar a carreira em Passo Fundo. Hoje, claro, promete torcer pelo Tigre e acredita que ainda é possível o clube erguer a Copa do Brasil.

“O Criciúma tem um nome muito forte, muito respeitado no Brasil inteiro. Eu joguei uns jogos no Remo também, mas respeito muito o Criciúma. Então, o que é que precisa fazer para conquistar a Copa do Brasil? É ter coragem, não ter medo. É olhar o gigante olho no olho, não olhar o gigante de baixo para cima. É olhar olho no olho”, sustenta.

Criciúma e Remo entram em campo às 19h30, pela segunda fase da Copa do Brasil. Assim como na primeira fase, o jogo acontece em partida única e classifica quem vencer. Em caso de empates, a decisão será nos pênaltis. 

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