Por Fabrício Júnior - fabricio.junior@engeplus.com.br
Em 02/07/2025 às 12:05Dos campos da Catarinense e da Vila Isabel, no distrito de Rio Maina, aos principais palcos esportivos do Brasil e do futebol do Bahrein. Assim está sendo construída a história do volante Bruno Ritter, de 26 anos, natural de Criciúma.
Revelado pelo Vasco da Gama, o profissional defendeu na última temporada o Bahrain SC e renovou seu vínculo até junho de 2026. De férias no Brasil, o criciumense visitou o Portal Engeplus na manhã desta quarta-feira, dia 2, e contou sobre sua trajetória profissional.
A carreira de Ritter
Ainda criança, o volante deixou a cidade e foi morar em Porto Alegre, onde defendeu o Internacional até a categoria Sub-17. Com a saída da equipe gaúcha, Ritter retornou para casa e teve uma passagem breve na base do Tigre, até acertar com o Vasco da Gama.
Na segunda temporada no clube cruzmaltino, o volante recebeu a grande oportunidade de sua carreira. Estrear profissionalmente na Série A do Campeonato Brasileiro. No dia 14 de outubro de 2018, pela 29ª rodada da competição, o criciumense foi titular na vitória da equipe carioca por 2 a 0, contra o Cruzeiro.
A euforia da boa atuação na estreia deu lugar à frustração no jogo seguinte. Seis dias depois, em duelo com o Sport, o atleta sofreu uma lesão que o tirou dos gramados pelo restante da temporada. “Quando a gente é pequeno sonha em jogar em grandes ligas e clubes e eu pude jogar em um dos maiores times do Brasil”, pontua o jogador sobre a oportunidade no Vasco.
No ano seguinte, sem oportunidades no elenco profissional e atuando apenas no Sub-20, Ritter se transferiu para o Bahrein e defendeu o Manama Club, time da capital do país. As boas atuações despertaram o interesse do Al-Muharraq, time em que o brasileiro atuou na temporada seguinte e foi campeão nacional.
O desejo de estar perto dos familiares surgiu e fez com que Ritter voltasse ao Brasil, estando literalmente em casa. Por duas temporadas, o jogador defendeu o Caravaggio, de Nova Veneza, à 10 minutos de carro da residência de sua família. No Azulão da Montanha, Ritter assumiu o papel de liderança e ganhou a braçadeira de capitão da equipe.
Antes retornar ao Bahrein, o jogador atuou no Brasil ainda vestindo as cores do Velo Clube (SP), ASA (AL) e no Barcelona de Ilhéus (BA), onde chegou à semifinal do Campeonato Baiano, classificando a equipe para a Série D do Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil de 2025.
Na última temporada, Ritter vestiu a camisa do Bahrain SC em 25 dos 27 jogos oficiais que o clube disputou.
As abdicações da infância e da adolescência
O ciclo do jogador profissional inicia cedo, geralmente na infância ou na adolescência com o processo de formação. Por sair cedo de casa, Ritter precisou abrir mão de muitas coisas para buscar o sonho de se tornar um jogador profissional.
“Nem sempre é o que a gente vê. É uma rotina bem cansativa e difícil. É complicado abrir mão de muitas coisas, como datas e família. É como a gente costuma falar no futebol que são coisas que pessoas normais não abririam mão”, cita o jogador.
O volante lembra que até os dez anos anos teve uma rotina normal de criança, porém, depois disso o foco total foi na realização do sonho. “Eu queria com certeza ter aproveitado um pouco mais a minha infância, mas foi assim que Deus quis. Hoje estou aqui e estou feliz também”, destaca.
Abalado com a saída do Inter
Ritter recorda que o momento mais delicado da sua carreira foi quando saiu do Internacional, após defender o clube gaúcho nas categorias de base por mais de três anos e meio. “Ali foi muito difícil, eu pensei realmente em parar. Mas, alguma coisa me dizia que eu tinha que continuar”.
O sonho e a quase realidade de jogar no Tigre
O volante revelou que em 2019 tinha a possibilidade de jogar no Tigre. Caso renovasse contrato com o Vasco, o jogador teria duas opções de empréstimo: Criciúma o Cuiabá. A renovação com o time carioca não ocorreu e Ritter foi atuar no Bahrein.
Será que o criciumense tem o desejo de vestir a camisa do clube da sua cidade? Confira a resposta do jogador:
Adaptação e vida no Bahrein
Preste a iniciar a sua quarta temporada no continente asiático, Ritter afirma já estar adaptado ao país e suas culturas. “O mais difícil foi o idioma. A gente se obriga a aprender a falar inglês e também arriscar o árabe. A alimentação é totalmente diferente do Brasil, mas é um país fácil de se adaptar e bem receptivo”.
O jogador reforça também a importância da presença da esposa Maiara, que o auxilia na parte afetiva como companheira e na carreira, com os cuidados que o profissional precisa. Confira como é o convívio;
Ao lado da esposa, o atleta afirma ainda que o desejo para as próximas temporada é seguir no futebol do Bahrein, buscando evoluir ainda mais e almejando novas conquistas profissionais.
Orgulho da história que já foi escrita
Apoiado pelo pai desde a infância, Ritter ressalta que o maior troféu já conquistado como pessoa foi as amizades que fez ao longo de sua trajetória. “O respeito, o conhecimento e tudo que eu fiz ao longo desses anos, por mais que eu tenha passado tanto tempo fora, ainda tenho muitos amigos e minha família que me apoia. Sempre sou recebido com muito carinho e esse é o maior presente que ganhei na profissão”.
O criciumense deixa um recado para crianças e adolescentes que sonham em se tornar jogadores de futebol e finaliza a entrevista com uma mensagem em árabe. Confira:
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