História

Uma vida construída pelas próprias mãos: a história de um artesão

Eduardo Soares, de 31 anos, está na Praça Nereu Ramos oito horas diárias

Por Rafaela Custódio -

Em 03/05/2018 às 20:30
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Foto: Rafaela Custódio

Caminhar na Praça Nereu Ramos e não ver artesãos é difícil. Pessoas estão ali diariamente com seus trabalhos buscando trazer uma nova realidade e cultura a sociedade.

Durante esta semana o Portal Engeplus trabalha em uma série de reportagens com pessoas que realizam seus trabalhos nas ruas de Criciúma. Nessa quarta-feira, dia 2, conversamos com um malabarista. Você acompanha a terceira reportagem da série amanhã, dia 04.

Há três anos na praça, Eduardo Soares, de 31 anos, é uma das pessoas que está ali oito horas diariamente, muitas vezes seis dias por semana. Buscando paz consigo mesmo e com o intuito de trabalhar para si, Soares escolheu há 13 anos encontrar sua essência e trazer novos hábitos para sua vida.

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Soares já viajou o mundo e conheceu lugares como Argentina, Estados Unidos, Paraguai e México. Atualmente fala três idiomas e busca aprender um pouco mais todos os dias.

Pai de família, o artesão tem uma filha de 4 anos e é casado. Segundo Soares, ele busca diariamente mostrar à sociedade que existe cultura no artesanato.

“Acho ignorância quando as pessoas nos olham de forma diferente porque estamos vendendo artesanato aqui na praça. Sabe por que? Porque os filhos delas vem aqui comprar conosco”, ressalta.

Soares entende que seu trabalho e sua vida os pertence. “Prefiro viver uma vida simples. Plantamos para comer. Temos casa, família e com esse trabalho sustentamos tudo isso. Eu faço meu trabalho, eu vendo, eu me sustento, não recebo ordem de ninguém”, conta.

Preconceito

“Preconceito? Eu ignoro. Não nos acrescenta nada”, afirma. Com a testa frisada e mostrando seu descontentamento com a sociedade, Soares continua. “Não temos tempo a perder com preconceitos. Ninguém disse que seria fácil”, comenta.

Cultura

O artesão confessa que sua cultura está com ele 24 horas. Ele vende o que produz. Para Soares, o dinheiro é uma consequência, ele não pensa no material. O que realmente importa é a essência.

Soares ainda conta que está calejado em relação ao preconceito. “Há 13 anos, quando iniciei, se uma pessoa me olhasse torto ou falasse algo, eu rebatia, tentava argumentar. Hoje, entendo que ninguém está nem aí para nós e que esses olhares ou qualquer coisa do tipo não fazem diferença. É de nós não ligarmos para isso, estamos calejados”, relata. 

Ele ainda fala que toda pessoa que trabalha nas ruas de Criciúma ou de qualquer outra região precisa ter ética. Necessitam passar cultura e mostrarem sua identidade.

Família

Assim como sua esposa e filha compreendem e caminham ao lado dele, sua família e amigos também entendem.

“Todos ao meu redor entendem minha cultura. Além disso, eu trouxe algo novo para cada um, sendo que as pessoas em minha volta já tiveram uma palavra de aprendizado comigo e com isso, mudaram seus pensamentos, alimentação e o principal: evoluíram com a minha cultura”, expressa.

Projetos

Soares possui um projeto em que leva as escolas palestras sobre a cultura, ensinamentos sobre o que é ser rastafari. Além disso, traz conhecimentos do que aprendeu ao longo de sua vivência e segundo ele, aprendizados sobre uma nova educação.

Festa das Etnias

O artesão critica ainda a Festa das Etnias realizada pela Prefeitura Municipal. “Nessa festa, podemos ver etnias italiana, alemã, entre outras e a negra se resumiu em apenas uma etnia”, questiona.

Produtos

Soares vende pulseiras, bolsas, incensos, colares, brincos, entre outros produtos.

 

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