Clima

Sul registra o inverno mais rigoroso desde 2016; julho foi o mês mais frio

Temperatura tem sido ideal para o cultivo da fruticultura de clima temperado

Por Thiago Hockmüller - thiago.hockmuller@engeplus.com.br

Em 21/08/2020 às 12:12
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Foto: Divulgação/PMRv

O inverno neste ano tem cumprido o seu papel diante da média história de temperatura no Sul do estado para o período. Desde 2016 não havia um inverno tão rigoroso, mas equilibrado, conforme explica o climatologista da Epagri, Márcio Sônego

Em Criciúma, entre abril e agosto, o mês com frio mais intenso foi julho. A observação é realizada por meio da medição de Horas de Frio (HF) - período de temperatura igual ou inferior a 7,2°C. Em julho, foram 105 HF, três registros de geadas e três madrugadas com temperaturas em 0°C.

Cabe lembrar que a média histórica é de quatro geadas na Capital do Carvão durante o inverno.

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“Comparado com o ano passado e anterior, foi mais frio. Talvez empate com 2016. Não é nenhum recorde, mas há alguns anos não víamos isso. A neve de ontem para hoje não foi nada de extraordinário. Em 2013, a neve pegou 100 municípios catarinenses. A de ontem foi localizada no Planalto Sul, em menos quantidade e em menor área. Em termos de neve, nada extravagante. Em termos de frio, voltou a média normal de inverno”, explica.

Em junho, a temperatura mínima em Criciúma atingiu 3,5°C, com 20 HF. Em maio, foram 57 HF e mínima de 4,3°C. “Abril não teve Horas de Frio, mas em Criciúma fez 8°C. Isso não acontecia desde 2009”, explica Sônego. Já em agosto, até agora foram 3 HF. “O frio chegou tarde em agosto”, pondera.

Bom para a fruticultura

Apesar de 2020 entregar um frio superior aos três últimos anos, tudo está dentro do padrão histórico da região. Inverno equilibrado e saudável para a fruticultura de clima temperado. “Predominou o bom tempo, teve um frio dentro da média histórica, o que é bom para a fruticultura... pêssego, ameixa, uva. E para a fruticultura tropical o que atrapalhou foi o ciclone-bomba, muito mais que o frio”, analisa.

O inverno encerra no dia 22 de setembro, marcando o início da primavera. Até lá, Sônego projeta, no mínimo, mais duas frentes frias rigorosas. “Tem algum frio ainda, estamos em transição para o La Niña, que é quando o Oceano Pacífico fica mais frio e reflete aqui. Podemos ter frio até o final inverno. No final de semana que vem e no começo de setembro, também. A primavera este ano também pode ser fria”, alerta. 

No Sul, a média histórica é de 146 Horas de Frio. Neste ano, já foram registradas 124 HF.

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