Vida marinha

Viu um Dragão Azul? Entenda mais sobre a presença deste molusco no litoral Sul catarinense

Contato com este animal pode gerar os mesmos sintomas provocados pela água-viva

Por Thiago Hockmüller - thiago.hockmuller@engeplus.com.br

Em 03/02/2020 às 15:30
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Foto: Divulgação/Reprodução R7

A aparição numerosa de um molusco azul, da espécie Glaucus atlanticus, tem despertado a curiosidade de banhistas no litoral Sul catarinense. Chamado de Dragão Azul, o animal se alimenta de águas-vivas e desde a última sexta-feira, dia 31, tem infestado o mar com grandes colônias migratórias, um fato raro e que vem sendo melhor estudado pela ONG Educamar, com sede em Balneário Arroio do Silva e que atende de Morro dos Conventos à Passo de Torres. 

Embora a Educamar não tenha uma resposta determinante sobre a aparição em larga escala do Dragão Azul no litoral sul, há indícios que podem contribuir com a pesquisa. A grande incidência de águas-vivas é um deles. Segundo a bióloga marinha da Educamar, Samanta Costa Cristiano, o Dragão Azul, comum nos mares da Austrália e África do Sul, podem ter se deslocado para a costa catarinense em busca de alimento.  

“Não tem como afirmar o porquê da migração. Tudo indica que como a espécie se manifesta onde há água-viva, acreditamos que está vindo em busca de alimentos. Mas pode ter outras influências porque flutua conforme as correntes marítimas. São mais comuns na região da Austrália e da África do Sul, regiões onde é berçário e talvez esteja faltando alimento”, explica. 

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A bióloga também afirma que não há necessidade de pânico em função da aparição do Dragão Azul. O contato com este molusco pode causar os mesmos sintomas provocados pelas águas-vivas. Aí depende do grau de alergia de cada pessoa. 


Em caso de acidentes com água-viva ou Dragão Azul, é recomendável passar água do mar no local afetado ou vinagre.

“É a mesma situação, a mesma toxina da água viva. O sintoma é o mesmo. Não há motivo de alarme, de deixar em pânico a população. É o mesmo cuidado que se deve tomar com as águas vivas. Depende da pessoa, se tem um grau de alergia mais alto pode ter um transtorno maior com o contato deste animal. Não tem uma periculosidade alta para que a população seja alarmada e não vá mais à praia”, afirma. 

A ONG Educamar também recomenda evitar o contato com o molusco, mesmo que ele já esteja na orla – neste caso, normalmente acaba morrendo. “Realmente está com bastante incidência por todo o nosso litoral sul. Em praticamente todas as praias da nossa região já foram encontrados. À medida que as águas-vivas forem se deslocando o Dragão Azul também irá se dispersar. Gostaria de frisar para que não matem, não removam, não toquem. Deixe onde está”, alerta.  

Em caso de acidentes com água-viva ou Dragão Azul, é recomendável passar água do mar no local afetado ou vinagre. Não é recomendável a utilização de água doce. Em caso de pessoas com reações alérgicas, deve-se procurar ajuda médica. 

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