Por Lucas Renan Domingos -
Em 07/04/2022 às 20:36Depois de ser lançado no mês de março, o projeto da Cidade do Conhecimento, encabeçado pela Satc, está avançando. Nesta semana Uzy Zwebner e David Shemesh, CEO e CTO da BaseCamp, respectivamente, estão visitando a região carbonífera pela primeira vez. A proposta do roteiro é conhecer o ecossistema de inovação do Sul de Santa Catarina para elaborar o plano de ações para a execução do modelo.
A BaseCamp é uma empresa israelense que projetou o Parque Tecnológico Gav-Yam, construído no meio do deserto, em Beersheva, capital do Negev, em Israel. Em apenas nove anos de funcionamento já são mais de 3 mil pessoas trabalhando em 80 empresas que se instalaram no espaço, entre elas, gigantes multinacionais, como IBM e Microsoft. A empresa é a responsável pelo desenvolvimento do projeto que visa criar um distrito de inovação em Criciúma.
A intenção é de que o modelo seja replicado em Criciúma, em uma área de 70 hectares, desenvolvendo uma cidade sustentável, voltada à inovação, tecnologia e novos negócios. Além disso, o local terá um grande centro de eventos, hotéis, apartamentos residenciais e estrutura de lazer para que os integrantes possam morar no distrito. Em Beersheva, por exemplo, 82% das pessoas que trabalham no Gav-Yam também moram no local.
“Este projeto é um pilar para a nova economia da região carbonífera, olhando para o horizonte de 2040, quando vamos ter um movimento de desativação de usinas térmicas ou da ativação de usinas de zero emissão de carbono. Temos duas leis, uma estadual e outra federal, que são dispositivos legais para desenvolver a transição energética justa, com busca de recursos, busca de projetos, atraindo novas indústrias para cá, novas startups e criando um ecossistema de inovação”, afirmou o diretor executivo da Satc, Fernando Luiz Zancan.
Impressões da região
O primeiro passo para que o projeto possa ser implantado é entender a vocação da região. Tem sido essa a missão dos membros da BaseCamp em Santa Catarina. Ao longo da semana, eles visitaram pontos estratégicos, como a Prefeitura de Criciúma, a Associação Empresarial de Criciúma (Acic) e instituições de ensino. A agenda terminará em Florianópolis, onde os visitantes conhecerão a Fundação de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento e Inovação de Santa Catarina (Fapesc) e o ambientes de inovação na Capital.
“Nesses dois dias vi mais do que eu esperava. Há uma boa equipe, que além de qualificada, tem boas intenções e é apaixonada pelo projeto, são quesitos essenciais para que ele aconteça. Encontramos em Criciúma startups, empresas e instituições de ensino que me deixaram muito otimista com o resultado que pretendemos ter”, destacou Zwebner.
O CEO da BaseCamp acredita que, com parcerias que possam surgir em Criciúma e região, é possível criar na cidade um ecossistema muito parecido ao que há em Israel. “A expectativa é de que os jovens da região tenham o espírito de que podem tomar risco, desenvolver suas startps, ideias e que isso pode falhar, mas a gente vai estar aqui para que isso aconteça da melhor maneira possível. As startups são importantes para o ecossistema”, acrescentou.
O desafio é a formação de talentos
A tarefa de tornar a Cidade do Conhecimento uma realidade vai ser mais simples em Criciúma. A cidade já conta com ambientes de inovação construídos, diferente do deserto encontrado pela BaseCamp no Oriente Médio.
Uzy Zwebner e David Shemesh, CEO e CTO da BaseCamp - Foto: Thiago Hockmüller/Portal Engeplus
“Quando a gente começou era só deserto. Ao mesmo tempo a gente tinha uma ótima universidade próxima ao parque onde seria construído. E aqui já encontramos toda a parte da academia, escolas, as indústrias, as startups que são a semente disso. Israel é conhecida como a nação das startups. As pessoas jovens já têm este espírito de empreendedorismo, de criar os seus negócios, as suas startups. O objetivo aqui é fazer isso, fazer com que os jovens tenham interesse em empreender”, disse o CEO.
A ideia é que a empresa avalie que tipo de tecnologia de Israel pode ser testada no Brasil e transformar Criciúma em um laboratório vivo de tecnologia. “Estamos nesta fase de entender o capital intelectual da região e fazendo pesquisa sobre o ecossistema que temos aqui. Tem campos que podemos desenvolver aqui que é a saúde, podendo desenvolver parcerias com empresas de Israel para a tecnologia medicinal. Outro campo que podemos desenvolver é o de cibersegurança que é muito forte em Israel”, concluiu Zwebner.
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