Reconhecimento

Primeiro mestre indigena da Unesc tem artigo publicado em revista

Texto de Fabiano Alves, o Kárai, faz parte de edição 52 da Tellus

Por Redação Engeplus

Em 12/07/2024 às 15:59
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Foto: Divulgação/Assessoria de Imprensa

O primeiro mestre indígena formado pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), Fabiano Alves, conhecido como o Kárai, teve o primeiro artigo publicado. O texto intitulado “Nhandereko Yvyrupá Py: modo de viver Guarani na terra indígena Tekoá marangatu, Imaruí, SC, Brasil: Parte I” faz parte da edição 52 da revista Tellus, de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

O artigo é parte da dissertação de mestrado do indígena Guarani. A pesquisa foi realizada em parceria com os pesquisadores Juliano Bitencourt Campos; Orivaldo Nunes Júnior; Francisco Silva Noelli; João Alberto Ramos Batanolli e José Gustavo Santos da Silva, que também tiveram o nome publicado na revista.

“A publicação do artigo amplia a minha trajetória acadêmica, por isso agradeço ao PPGCA e à Unesc. Fazer mestrado foi importante, já que permitiu que eu adquirisse um grande conhecimento para dar mais visibilidade à minha aldeia e ao povo Guarani. Obrigado a todos que me apoiam em minha vida acadêmica”, ressalta Alves.

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A dissertação de Fabiano teve a orientação do professor Juliano Bitencourt Campos. Segundo ele, o objetivo da pesquisa foi descrever a importância do “Nhandereko Modo de Viver Guarani” para mostrar no espaço da academia e para a sociedade. “Essa ideia está aprofundada no artigo, em que citei valores e práticas sociais, da espiritualidade e da cosmologia Mbyá Guarani”, salienta.

A Revista Tellus está voltada para a publicação de resultados de pesquisa e documentação sobre as populações indígenas, especialmente sul-americanas, e é vinculada ao Núcleo de Estudos e Pesquisas das Populações Indígenas (NEPPI) da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). O objetivo da publicação é veicular materiais diversos relacionados à etnologia indígena ou estudos interdisciplinares que tenham interface com a antropologia e possibilitar a divulgação de textos escritos por autores indígenas.

“A publicação do artigo do Fabiano é um exemplo claro da riqueza e profundidade dos saberes indígenas que merecem ser reconhecidos e valorizados no meio acadêmico e na sociedade em geral. Fabiano, por meio desse trabalho e dedicação, nos brinda com uma perspectiva única sobre a cultura e os modos de vida Guarani, que contribui significativamente para a ampliação do conhecimento sobre as populações indígenas brasileiras”, comenta a reitora Luciane Bisognin Ceretta.

A reitora afirma, ainda, que Alves é um exemplo inspirador de como a educação é uma ferramenta para transformação social e fortalecimento das identidades culturais. “Na Unesc, acreditamos firmemente na importância de oferecer oportunidades iguais para todos, na promoção de um ambiente onde a diversidade cultural é respeitada e incentivada”, acrescenta.


Foto: Divulgação/Agecom/Unesc

Alegria e satisfação

A coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi), Normélia Ondina Lalau de Farias, diz que recebeu a notícia da publicação com alegria e satisfação. “O Fabiano nos proporcionou uma rica troca de informações importantes sobre cultura e saberes indígenas. Para nós, enquanto Universidade e Neabi, receber a notícia de que a revista Tellus publicou o artigo do Fabiano, não tem preço”, enfatiza.

Normélia também explica que a reitora da universidade está sempre à frente das questões voltadas à políticas afirmativas, dando oportunidades para que indígenas e negros ingresses na Unesc. “Só nos estabelecemos como seres humanos de fato quando temos esta percepção. Quando acreditamos na possibilidade de que todos podem estar onde quiserem e promover as culturas sem se modificar e entregar à cultura do outro em detrimento a sua. A Unesc desempenha lindamente este papel”, reforça.

O coordenador do PPGCA, Carlyle Menezes, diz que o trabalho também representa as possibilidades e o grande potencial de transformação que se abre a partir da promoção e valorização da diversidade biocultural e do respeito às outras formas de relação com a natureza e do uso dos recursos naturais de forma prudente

“Para nós, enquanto integrantes do Programa de Pós-Graduação na área das Ciências Ambientais, que tem o campo do conhecimento da Etnobiologja e Etnoecologia como um dos pilares teórico-conceituais e aplicados, é gratificante perceber os avanços obtidos ao longo dos últimos anos na construção e fortalecimento dos espaços de troca e valorização de saberes. Isso contribui também para o fortalecimento e consolidação do nosso programa e da universidade enquanto instituição comprometida com a qualidade do ambiente de vida e da sustentabilidade em todas as suas dimensões”, cita.

Colaboração: Marciano Bortolin/Agecom/Unesc

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