Por Laura Bazzei - jornalismo@engeplus.com.br
Em 20/08/2024 às 12:04Quem nunca sonhou em trabalhar na televisão? A criciumense Fabrine Jeremias não esperava que o sonho de muitos iria acontecer com ela. Após a morte do empresário e apresentador Silvio Santos, ocorrido no último sábado, dia 17, a nostalgia de muitos momentos do comunicador voltaram à mídia. E, como é comum encontrar criciumenses por todos os cantos do mundo, não poderia faltar uma história local envolvendo o ícone da televisão.
Fabrine começou sua carreira como modelo ainda jovem. Em 2006, aos 19 anos, mudou-se para São Paulo em busca de novas oportunidades. Apenas três meses depois, ela foi chamada para um teste para o programa "Topa ou Não Topa", exibido pelo SBT.
“No teste a gente apenas dizia nosso nome e respondia perguntas comuns como idade, cidade. No primeiro teste, escutei alguém falando que ele iria gostar do sotaque do sul. Eu não fazia ideia que estavam falando do Silvio Santos”, comentou Fabrine.
A jovem criciumense participou de outras etapas até se tornar uma das finalistas. Silvio Santos, pessoalmente, junto com a equipe de produção, participou do processo final da seleção. “Ele me fez algumas perguntas e comentou que eu era a mais nova. No dia seguinte, recebi uma ligação para assinar o contrato. Fiquei eufórica e a primeira pessoa com quem compartilhei a notícia foi minha avó, que sempre foi uma grande fã do Silvio,” revelou.
De modelo criciumense a “garota da maleta”
O programa estreou no Brasil em 2006 e era um jogo que oferecia aos participantes a chance de ganhar até R$ 1 milhão. No formato, 26 malas, cada uma guardada por modelos, contêm valores variados que vão de 1 real a R$ 1 milhão.
Fabrine, com seus 19 anos, era a modelo da mala 22. “Minha função era basicamente entrar pela escada quando ele chamava as modelos. Aguardar o participante escolher o meu número para abrir a maleta e fazer cara de feliz ou triste, dependendo de como estava o jogo”, segundo ela, também tinha a possibilidade de ser escolhida como maleta principal. “Fui duas vezes até ao lado do Silvio no palco e fiquei até o fim”, contou.
Relacionamento patrão e funcionária
Trabalhando como modelo da maleta por uma ano, Fabrine comentou que Silvio era educado, acessível e demonstrava se importar com as modelos. “Quando chegava no estúdio ele sempre quebrava o clima de tensão que estávamos, fazendo piadas, perguntando das nossas cidades e ele sabia o nome de cada uma de nós. Nem eu sabia o nome de todas as colegas”, relembrou rindo.
Segundo ela, quando iniciou as gravações ficou admirada com o poder de liderança que Silvio transmitia, sempre com educação. Durante um dos primeiros programas deu problema nas luzes que tinham que piscar durante a música. “Ele não xingou, não gritou, ele reclamou e explicou o porquê. Sei que educação é o mínimo que se espera das pessoas, mas sabemos que nos cargos de liderança ainda é um problema”, afirmou.
Fabrine comentou que Silvio marcou não somente a sua, mas a história da comunicação com a espontaneidade e alegria de fazer o que gosta. “Ele já havia conversado comigo, sempre falava de eu ser a mais novinha do programa e de ser de Criciúma. Mas quando ele começou a falar isso no programa, ao vivo, senti orgulho”, relatou.
Lições e legado
Sobre as lições que levou da experiência, Fabrine destaca a importância de fazer o que ama. “Talvez as pessoas esperem ensinamentos de liderança, de seriedade, mas isso é o que eu mais gostava de ver nele. De chegar feliz pra conversar com a equipe, modelos, de ficar conversando com a plateia nos intervalos que poderia sair e descansar. Ele realmente estava presente ali, vivendo o programa” relembrou nostálgica.
Com 93 anos, Silvio Santos morreu no último sábado, dia 17, e deixou um legado para a história da comunicação brasileira. Apesar de dividir o palco apenas por um ano, a criciumense ainda relembra com carinho a experiência vivida há 18 anos atrás.
“Senti muita nostalgia. Meus amigos me chamaram pra contar e fiquei conversando e relembrando quando trabalhei com ele. Sou criadora de conteúdo na internet, de maternidade respeitosa, na hora senti vontade de compartilhar com os seguidores sobre essa minha experiência. Uma forma de agradecimento pelo que vivi”, comentou Fabrine sobre como foi após saber da morte do ex-chefe.
Após compartilhar sua história nas plataformas digitais, a criciumense relatou que uma mulher chamada Fabrine compartilhou uma curiosidade: ela descobriu que seu nome foi inspirado na Fabrine da maleta 22 do programa do Silvio Santos que sua mãe assistiu. "Quem poderia imaginar que eu descobriria isso 18 anos depois? Sinto uma profunda nostalgia e gratidão por ele ter me escolhido para ser uma das modelos do programa," finalizou Fabrine.
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