Por Laura Bazzei - laura.bazzei@engeplus.com.br
Em 31/01/2025 às 13:00Assim como muitos adolescentes dos anos 2000, criar uma banda de garagem com os amigos era uma meta a ser conquistada. E não foi diferente com a Lady Die. Fundada em 2007 pelo vocalista Gilmar Biehl, o grupo musical surgiu como em um clássico filme de ensino médio, em que o amor pela música e a parceria falavam mais alto.
O nome do grupo muitas vezes é associado com Diana, a Princesa de Gales, mais conhecida por Lady Di, mas no início, a intenção não era essa. “Eu queria um nome com trocadilho e o rock tem um pouco dessa brincadeira, desse flerte. Em Joinville tinha uma Lady Murphy, aí eu pensei em formas que poderia usar o ‘Lady”. Assim surgiu o nome Lady Die. Um nome fácil, e com o trocadilho que eu queria. Assim a gente deu uma segunda mensagem dentro do nome”, conta o vocalista.
A formação atual conta com Janio Soares na guitarra, Lucas Pavei no baixo e Gilmar Biehl no vocal. André Cardozo, André Goulart e Gil Brasil complementam a equipe em algumas apresentações. A banda trabalha com o rock e suas variações e existe para homenagear o estilo de música que os integrantes gostam, além de levar o ritmo musical para novos públicos. “Um dos nossos valores é manter o rock vivo por meio de tributos que a gente faz para todos os artistas que a gente admira. E com tudo isso, fazemos amizades, e claro, nos divertimos”, comenta Biehl.
Desafios de ser independente
Segundo Biehl, os maiores desafios de participar de uma banda independente são a banalização de preços cobrados (cachês) e a falta de renovação no rock, já que o ritmo musical não está se comunicando com a juventude e não está na mídia. “O rock, ele tá virando música de velho. Esse é um grande desafio que a gente tem. O ritmo se comunica muito pouco com a galera mais nova. O que é um erro nosso também, a Lady Die ajuda a contribuir para isso. A gente fica tocando músicas lá de 20, 30, 40 anos atrás. Então, bandas novas são muito pouco privilegiadas ou acompanhadas por quem gosta. Porque a galera fica muito presa no que está lá atrás”, destaca o vocalista.
Para ser um artista independente, fazer o que o público quer ouvir é o que traz retorno. Pensando nessa forma, a banda realiza apresentações de tributo em homenagem às bandas famosas que ficaram marcadas na história do rock. “Eu digo que a gente também contribui para isso. Porque a gente pensa que às vezes deveríamos fazer a nossa própria música. Mas não, a gente pensa na agenda de shows, o público não se interessa por música própria. A gente fica fazendo tributo. Por quê? Porque isso rende um cachê e porque isso rende agenda”, pontua.
Apresentações: o apoio e as lições
As apresentações da banda acontecem normalmente nos pubs da Região Carbonífera, encontros de moto, festas particulares, casamentos, aniversários, formaturas e até mesmo em festas de empresas. Black Sabbath e ACDC são as principais bandas no repertório de apresentações. Porém, o grupo não deixa de tocar rock nacional, que marcou a vida de muitas pessoas que acompanham os artistas. As músicas de Raul Seixas e Titãs sempre são solicitadas e aclamadas pelo público. “A gente tem um repertório exclusivo que é só ACDC, de Black Sabbath e Titãs, que a gente toca nos tributos”, afirma.
Para o vocalista, o apoio da família foi essencial para iniciar a banda e continuar com o projeto até os dias atuais, mais de 15 anos desde sua criação. “Até hoje o meu pai acompanha muito a turma e vai nos shows. É sempre o mais louco do grupo. No dia que as pessoas forem ao show, e verem um senhor lá, meio engraçado e loqueando. É o meu pai”, relembra. Valorizar os bons amigos é uma lição que Biehl aprendeu ao longo desses anos com a música. “A banda é um ciclo que precisa tratar com respeito. E eu digo mais, é saber que cada um tem a sua função dentro do projeto”, complementa.
Somente em 2023, o grupo realizou 101 shows e no último ano ultrapassou a marca de 80 apresentações. “A gente escolhe os lugares que vamos tocar. Filtramos e nivelamos, participamos de muitas coisas bacanas. Então, eu diria que a gente está meio que dentro do que nos propomos a fazer”, ressalta.
Aos novos artistas que pensam em se profissionalizar ou focar no ramo, o conselho do vocalista da Lady Die é que perca o medo, o receio, a vergonha e toque ao vivo. “Mete a cara, vai para o palco. Tem muita banda que fica ensaiando, ou um músico que fica tocando somente dentro do quarto. Vai para o palco, vai mostrar. Porque é uma constante apreciada. Ninguém começa bom”, finaliza.
Se você ficou interessado em conhecer mais sobre a banda criciumense que toca rock com paixão e tem o nome semelhante ao de uma ex-princesa, acesse o Instagram, clicando aqui.
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