Música

De carta ao pop punk: Hero aposta em som autoral no Sul de SC

Trio da região carbonífera investe em composições próprias e releituras de clássicos

Por Emanuela Teixeira - emanuela.teixeira@engeplus.com.br

Em 30/05/2025 às 15:00
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Foto: Divulgação/Banda

Fundada em 2022, a banda Hero é formada por três integrantes: Gabriel Guzzatti, Eduardo Valcanaia Luis Fernando Castagnetti. O grupo segue um estilo musical voltado ao pop punk e ao rock alternativo, com canções autorais mas também covers. Tanto a ideia de criar a banda como o nome surgiu com o guitarrista, vocalista e compositor, Guzatti. Os músicos são da região carbonífera, e tocam pelo Sul de Santa Catarina. 

Segundo Guzzatti, o nome 'Hero’, herói em português; foi inspirado em sua carta favorita de um jogo que costumava jogar quando criança. "A ideia inicial surgiu em 2019, mas ainda não tinha um nome. Comecei a gravar bastante material, várias músicas. Só depois procurei integrantes, e fui formar o grupo mesmo só em 2022", contou o vocalista. 

O grupo já possui um álbum, um EP e cinco singles lançados. “Estamos para soltar mais um álbum, e dois singles ‘Caminhos Tortos’ e ‘Não Sei o Que Faço’ já foram lançados”, adiantou Guzzatti. O primeiro trabalho da Hero foi o álbum ‘All In’, com 12 faixas, lançado em 2023.  

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Confira o vídeo clipe do último single da banda:

Apesar do repertório autoral, durante suas apresentações, a banda inclui covers de outros artistas. “Em shows a gente tem que tocar músicas de outros artistas. Para poder entreter o público. A gente sabe que o show de uma banda aqui na região, uma banda pequena, não se sustenta com músicas autorais”, afirmou Guzzatti. 

Eles interpretam clássicos do pop punk, além de versões de músicas de hip hop, trap, pop internacional e sucessos das últimas décadas. O trio costuma se apresentar em festivais, festas privadas e casas de eventos. O último festival do qual participaram foi de músicas autorais em Praia Grande, no Extremo Sul catarinense. 

Vocalista da banda, Gabriel Guzatti - Foto: Divulgação da banda.

De onde surgiu o rock

O vocalista conta que sua ligação com a música começou cedo. “Meu foco sempre foi compor. Sempre quis deixar um legado. Nem que seja para mim. Componho desde os 10 anos e vou guardando em um gravadorzinho as minhas ideias”, frisou. Ele começou a tocar guitarra e outros instrumentos aos 7 anos, e aos 12 já fazia participações especiais em shows, por intermédio do pai, Thales Guzzatti. “Ele me levava aos shows. Eu tocava uma música, duas, no começo. Com o tempo fui entrando em algumas bandas. A primeira em que fui membro fixo foi a banda V8”, relembrou. 

Guzzatti já integrou outras bandas da região, como Vigário Jack, Reverendo John Paul,da qual ainda faz parte; e Quatro Quartos, todas elas com influência do rock. Além disso, participou de projetos como covers de Charlie Brown Jr., shows com A República, Beto Cardoso, Quadra Acústica e Rivotril.

Responsável pelo baixo, Valcanaia afirmou que sua paixão pela música surgiu dentro de casa. “Meus pais tocavam instrumentos e cantavam desde a minha infância. Eles até tiveram uma banda quando eram adolescentes. Então cresci ouvindo eles tocarem em casa”, destacou. Ele lembra que, desde pequeno, já era incentivado a explorar os instrumentos. Com o tempo ele se apaixonou pelo rock, influenciado por seu irmão mais velho Henrique Valcanaia. “Quando meu irmão foi estudar fora, eu substituí ele na banda dele, a Ventuno. A gente fez coisas muito legais, como abrir o show do CPM22, eu tinha 16 anos e foi o maior público da história da banda,” contou o baixista. 

Sua primeira apresentação com a Hero foi em março deste ano, após a banda ficar sem baixista.“O primeiro show foi um momento marcante, acredito que para a banda também, porque estávamos como apoio do Marcelo Strike, vocalista da banda Strike", ressaltou. 

Para Castagnetti, o baterista da Hero, a música surgiu também na infância. “A música é minha vida desde pequeno, sempre em meio aos discos da minha família, ouvindo The Police, Phil Collins, Rádio Táxi, Roupa Nova e outras bandas. A bateria surgiu para mim aos 14 anos e virou minha paixão”, descreveu. 

Edu Valcanaia (baixista), Marcelo Strike (vocalista da banda Strike), Luis Castagnetti (baterista), e Gabriel Guzzatti (vocalista).

Mudanças no mercado

Comparado com seu início na música, o baixista sente que a cena de rock vem mudando e evoluindo. A abertura para tocar nos locais, vem aumentando, principalmente em locais que não era tão aberto assim antes. “A maior dificuldade que a gente sente no cenário musical de Criciúma seriam poucos lugares para tocar. São sempre os mesmos lugares e também os mesmos organizadores de shows”, contou o baixista. Ele também comenta sobre a relação do público com o gênero. “O Brasil não tem esse gênero tão popularizado e às vezes tem certa resistência das pessoas”, completou. 

Outro ponto citado pelos músicos como uma dificuldade, é a falta de valorização das músicas autorais no ambiente do rock. “Há pouco ou quase nenhuma procura legítima do público por conteúdo autoral, isso impacta as casas de show e pubs, que acabam contratando ou valorizando apenas mais do mesmo. Quando se fala em gêneros alternativos como o punk ou rock mesmo, fica ainda mais restrito de opções”, enfatizou Castagnetti.

Além da banda, os integrantes mantêm outros trabalhos e estudam. “A música, para mim, é um escape. Passamos a semana toda na correria com estresse e cansaço. Chega na hora do ensaio, temos uma hora para se conectar com o instrumento. Fazer o som e tirar de dentro tudo que está sentindo, é terapêutico. Ajuda muito a trazer foco na semana e na vida no geral’, observou Guzzatti. 

Segundo o baixista, mesmo não sendo sua renda, o grupo busca entregar o máximo de profissionalismo. “Apesar de ser aquele momento de lazer e descontração para gente, procuramos pessoas que buscam entregar o melhor, investimos em equipamento porque a gente quer entregar o melhor”, frisou ele.

“Ter uma banda é a melhor expressão de arte que conheço, serve de escape para toda ansiedade da rotina, possibilita transmitir uma mensagem, e nada explica a energia que é um show”, contou o baterista. Ele ainda cita que um dos seus momentos mais especiais na banda foi quando lançaram seu último single, ‘Não Sei o Que Faço’. “Tive a honra de dirigir e gravar, e no lançamento meu filho, Francisco, dividiu palco e tocou bateria comigo, esses dias ficaram na memória", finalizou Castagnetti. 

Confira mais sobre a banda no canal do YouTube, e também pelo Instagram, clicando aqui.               

Divulgação/Banda

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