Por Willi Backes
Em 26/07/2021 às 10:09O PRINCÍPIO FOI ASSIM.
No início do Século XIX o continente Europeu sofria com as consequências do que se convencionou chamar de período das Guerras Napoleônicas – 18 de Maio de 1.803 à 20 de Novembro de 1.815 - notadamente entre a França e o Reino Unido. Em 1.806 a França declarou bloqueio continental para impedir relações dos demais países com os ingleses. O Reino de Portugal discordante da medida radical, em 1808, transferiu a Família Real sob Regência de D. João VI e Corte Portuguesa, aos milhares, para o Brasil.
Durante décadas, principalmente nos 10 anos em que o Brasil foi capital do Reino de Portugal, a Família Real trabalhou ardorosamente para conquistar confiança de famílias europeias, também atingidas pelas guerras, para atraí-las para o mundo novo, inóspito e desconhecido no velho continente.
Sem ou com raras alternativas econômicas e sociais nos seus países de origem, centenas de milhares famílias italianas, alemãs, portuguesas e polonesas em destaque, embarcaram para aventura transatlântica.
Da Alemanha, o primeiro grupo de imigrantes aportou no Rio de Janeiro, Brasil, em 1825 e foram alojados no Vale dos Sinos, hoje São Leopoldo, na Capitania de São Pedro, hoje Estado do Rio Grande do Sul.
Na Província de Santa Catarina, com chegada no Porto do Desterro, hoje Florianópolis, tendo como primeiro destino o Rio de Janeiro e objetivo em acessar terras no sul catarinense, em 1828 chegaram famílias alemãs oriundas da região do Mosela (Rio Mosel, Mosella) na Alemanha. Inicialmente foram alojados precariamente em palhoças, sistema construtivo que mais tarde iria denominar o município de Palhoça.
Parte das famílias alemãs colonizadoras seguiu para áreas agricultáveis de São Pedro de Alcântara, outras se estabeleceram ao longo do Rio Cubatão, em terras próximas ao hoje município de Santo Amaro da Imperatriz.
A partir de 1.870, inúmeras famílias transferiram suas moradas ao longo do Rio Cubatão, formaram comunidades como Rio dos Bugres e Vargem Grande, e para mais ao sul, se estabelecendo na região que hoje forma o município de São Martinho.
Nesta região, os imigrantes alemães se integraram com desbravadores de origem açoriana, fundadores das comunidades mais tarde municípios de Gravatal e Armazém, bem como, a outros grupos de alemães oriundos da Westfália, Alemanha, e estabelecidos na colônia do Capivari. Desbravadores, esses grupos de colonizadores, através dos Rios Tubarão e Rio Braço do Norte vieram a fundar e produzir em localidades que hoje são os prósperos municípios de Braço do Norte e São Ludgero.
No fim do Século XIX e início do Século XX, circulavam informações nas colônias alemãs, dando conta que mais ao sul, existência de amplas planícies férteis em região denominada Vale do Rio Araranguá. Dava-se assim o início da colonização alemã em Forquilhinha e regiões circunvizinhas.
ORIGEM DAS FAMÍLIAS COLONIZADORAS DE FORQUILHINHA.
Origem das Famílias Alemãs vindas do Continente Europeu para o Brasil, Santa Catarina e mais tarde para a Colônia de Forquilhinha:
ARNS – Alemanha, Aldeia de Pünderich, margens Rio Mosel, 1.846.
BACK – Alemanha, de Briedel, próximo ao Rio Mosel, 1.847.
BACKES – Alemanha, de Löffelscheid, montanhas do Hunsrück, 1.828.
BECKHAUSER – Alemanha, Birkenfeld/Hamback, do Hunsrück, 1.862.
BERKENBROCK – Alemanha, Borghorst, Münsterland, Westfália, 1.863.
BÖEING – Alemanha, de Borken/Münster, norte da Westfália, 1.863.
BORGET – Alemanha, Legden, norte da Westfália, próxima Holanda, 1.862
BUSS – Alemanha, de Stadlohn/Münster, norte da Westfália.
EYNG – Alemanha, Coesfeld, norte da Westfália, próximo Holanda, 1.862
FEUSER – Alemanha, Rheinbach, Vilarejo de Busch, Westfália, 1.860.
FRITZEN – Alemanha, de Löffelscheid/Hunsrück, Prússia Ocidental, 1.846
HEERDT – Alemanha, Borghorst, norte da Westfália, e, Luxemburgo,1.864..
HOBOLD – Alemanha, Coesfeld/Münster, norte da Westfália, 1.862.
HOEPERS – Alemanha, Südlohn, Westfália, próximo da Holanda, 1.862.
HORR – Polônia, antiga Prússia Ocidental, 1.846.
JUNKES – Alemanha, Kenn/Trier-Saarburg, Rio Mosel, 1.829.
KAMMER – Luxemburgo, Obereisenbach, Vianden e Diekirch, 1.844.
KESTERING – Alemanha, Metelen e Wreden/Münster, Westfália, 1.862.
KUHNEN – Alemanha, de Briedel, Rio Mosel, Renânia.
KURTZ – Alemanha, de Saarbrüken, Frankfurt, 1.862.
KÜLKAMP – Alemanha, Ahaus, Asbeck/Münster, Westfália, 1.860 e 1.868.
LOCH – Alemanha, Trier, região do Rio Mosel, Renânia, 1.836.
MAAG – Alemanha, Norte da Westfália.
MEURER – Alemanha, Hatzenport e Löffelscheid, Rio Mosel, na Renânia.
MICHELS – Alemanha, Posterah, Beuren, Renânia, 1.828.
NUERNBERG – Alemanha, Asbeck, Ledgen, norte da Westfália, 1.862.
PREIS – Alemanha, de Schweich, região do Rio Mosel, 1.828.
RICKEN – Alemanha, de Warburg/Detmold, norte da Westfália.
SCHMITZ – Alemanha, Löffelscheid, Montanhas Hunsrück, Renânia.
SCHMOELLER – Alemanha, Metelen/Münster, Westfália, 1.862.
SCHNEIDER – Alemanha, Birkenfeld, montanhas do Hunsrück.
SEHNEM – Alemanha, Briedel, Rio Mosel, Renânia, 1.846.
SPEGEL – Alemanha, Neuötting, Baviera, 1.928.
STEINER – Alemanha, Niederbreiubach, Waldbreitbach, Koblenz, 1.860.
TISCOSKI – Polônia, Prússia Oriental (nome de origem alemã Rosner).
WARMLING – Alemanha, Horstmar, norte da Westfália, 1.861 e 1.864.
WESSLER – Alemanha, Korndoerfer, 1.863.
WESTRUP – Dinamarca, aldeia de Vestrup, Randers, 1.828.
Nas primeiras décadas após a fundação de Forquilhinha em 1.912, além das inúmeras Famílias com sobrenomes alemães, também contribuíram de forma significativa para a implantação e desenvolvimento da comunidade, sobrenomes germânicos e europeus como: Berlanda, Hahmann, Kalfels e Semler.
OS ALEMÂES NA VILA SÃO JOSÉ DE CRESCIUMA.
Segundo pesquisa e publicação do Livro “Aqui Descansam em Deus”, dos jornalistas Nei Manique e Arse Griebeler, em 2018, após 1.890, inúmeras Famílias Alemãs, na sua maioria com orientação religiosa Luterana, se instalaram na Vila São José de Cresciuma, nas localidades depois denominadas Linha Anta e Linha Três Ribeirões. Foram elas: Johann Hector Bernhardt, Otto Grützmacher, Robert Pietsch, Conrad Georg Nagel, Karl Meister, Reinold Nonnenmacher, Robert Maier, Wilhelm Lineburger, Julius Disner e Adolf Brillinger.
A partir de 1.898, Cresciuma passou a contar com primeiro Cartório de Registro Civil e no Livro inicial constam enlaces matrimoniais com sobrenomes de origem alemã, como: Azzenheimer, Neumann, Bernhardt, Blumtritt,Balezzak, Daufenbach, Hartwig, Feldmann, Schulz, Fischer, Schäffer, Meerlânder, Schippul, Grützmacher, Schwalb, Hildebrandt, Brillinger, Janzat, Maier, Krüger, Steinbrenner, Langer, Lansch, Lineburger, Luchtemberg, Klehm, Maier, Hakbart, Meister, Kurtz, Moser, Strelau, Ruloff, Zucovski, Ruloff, Peplau, Piepke, Büch, Ries, Baier, Schmitz, Schwitzer, Stekler, Küsser, Strege, Schwartz, Thiergarten, Werner, Aentski, Zarski e Moser.
Parte significativa das famílias imigraram logo a seguir para terras mais ao sul, no Vale do Rio Araranguá e também para o Estado do Rio Grande do Sul.
Leia mais sobre:
25 de julho,
imigração alemã.
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