78 anos do CEC

Do torrão à glória nacional

Homenagem na praça do torrão

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Por Willi Backes

Em 19/05/2025 às 09:23
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Foto: Divulgação/Criciúma E.C.

Na primeira década do século XX, em 1910, o centro da Vila São José de Cresciuma era um espaço aberto, um torrão de terra batida, cercado já por algumas edificações comerciais e residenciais. A criançada e juventude da vila, principalmente em dias de chuva, improvisavam traves, convidavam o “dono da bola de couro duro”, escolhiam a turma daqui contra a turma de lá, e praticavam na forma de brincadeira algo recém chegado no Brasil, o jogo de futebol. Ainda sem regras rígidas, mas, com intuito de conduzir e chutar a bola para que entrasse por entre as duas varas enfiadas no chão. Bola pesada, muita bicanca.

Em 1915, papais zelosos e caprichosos com os cuidados que o espaço suplicava, plantaram grama, uma muda após a outra.

O logo verdejante gramado, além de servir para um campo de futebol mais organizado, foi também, passagem e passarela para famílias com senhoras elegantemente trajadas, irem às compras no comércio e principalmente aos cultos religiosos na Igreja central, inaugurada em 1917.

A Vila São José de Cresciuma foi comunidade e depois Distrito de Araranguá, durante 45 anos. Em 4 de novembro de 1925, Cresciuma conquistou Emancipação Político Administrativa de Araranguá.

Desde sempre, em inúmeras localidades da Vila São José de Cresciuma, a prática do futebol era a principal atividade desportiva coletiva da rapaziada. Os praticantes liderados se organizaram e fundaram os times para pelejas entre si e comunidades circunvizinhas. Assim nasceram os times/clubes: Mampituba F.B.C em 18 de maio de 1924, Atlético Operário F.C. em 03 de maio de 1935, Ouro Preto F.C. em 24 de dezembro de 1939, E.C. Próspera em 29 de março de 1946, o E.C. Metropol em 15 de novembro de 1946 e Comerciário E.C. em 13 de maio de 1947.

Os comerciantes, seus filhos e funcionários com atividades no “centro da cidade”, apesar do Mampituba e Ouro Preto do Dr. Sartori também serem do arredor do centro, perceberam que deveriam seguir e copiar o que já ocorrera nos bairros Operária, Próspera e Rio Maina/Metropol, já de forma semiprofissional e em evolução.

Em 1947, a Ata de Fundação do Comerciário EC – denominação decorrente das atividades da maioria dos fundadores - foi assinada por Carlos Augusto Borba, Antenor Longo, Sinval Rosário Bohrer, Salentino Ramos, Clemente Hertel, José Carlos Medeiros, Rui Rovaris, Carlos Rovaris, Homero Borba, Eddie Barreiros Mello, João Batista Brígido, Lédio Burigo, João Antunes, Nelson João Garcia, Hercílio Guimarães, Jacob Della Giustina e Jurê João Borba.

Na eleição, Antenor Longo foi designado Presidente de Honra e Sinval Rosário Bohrer primeiro Presidente da Diretoria Executiva.

Antes e depois da organização oficial do Comerciário EC, muitos foram os brasões/logomarcas e uniformes utilizados, na sua maioria nas cores azuis e brancas, com lista transversal e/ou verticais, até chegar no azul marinho total, detalhes em branco/preto.

Dentre as muitas formações de jogadores da equipe, como: Pedro Canarin, Gentil Pelozzatti, José Carlos Medeiros, Muricy Burigo, Jacó Della Giustina, Eraldo Oliveira, Lédio Burigo, João Batista, Carlitos Rovaris, Vante Rovaris, Jaci Lopes e Dando, na sua maioria foram nomes que assinaram a Ata de Fundação do clube em 1947.

O Comerciário EC é cofundador da Liga Amadora da Região Mineira – LARM, em 1948, da qual foi Campeão Regional em 8 oportunidades. Em 1968, o Comerciário EC, presidida por Aristides Bolan, foi Campeão Estadual de Futebol, competição promovida pela Federação Catarinense de Futebol. 

Em 02 de abril de 1978, o Comerciário EC passou a ser denominado de Criciúma Esporte Clube, mantendo as cores e formato dos uniformes da época. Em 13 de maio de 1984, o Criciúma EC estreou os novos uniformes nas cores amarelo (riquezas regionais), preto (simbolizando o carvão) e branco (cor comum utilizada e representando todos os clubes profissionais da cidade).

Em 13 de maio de 2025, o agora Criciúma EC comemorou 78 Anos de Fundação e inicio de atividades profissionais podendo ostentar orgulhosamente a condição de “maior e mais bem organizado clube de futebol de Santa Catarina”. As provas e comprovações estão visíveis nas estruturas físicas e administrativas, nas inserções nas competições e conquistas regionais, estaduais, nacionais e internacionais. A história do futebol nacional sempre destacará a fantástica e esplendorosa conquista invicta da Copa do Brasil de 1991 pelo gigante Criciúma Esporte Clube.

HOMENAGEM NA PRAÇA DO TORRÃO

Em 2025, o município de Criciúma comemora 100 Anos da Emancipação Político-Administrativa de Araranguá. Em registro histórico e homenagem a efetiva participação e construção da imagem institucional e promocional no decorrer dos 78 Anos de existência do Comerciário EC/Criciúma EC, também em 2025, o município de Criciúma edificou monumento histórico em homenagem aos fundadores da agremiação esportiva. O local determinado para localização do monumento não poderia ser mais simbólico e representativo, ao lado do pé da figueira na hoje Praça Nereu Ramos, local do antigo torrão, chão batido dos primeiros domínios e manejos com a bola de futebol. Foi ali que anos após, em 1947/1948, os rapazes do centro da cidade, “bolaram” a organização do Comerciário Esporte Clube, antecessor do Criciúma Esporte Clube.   

Reprodução fotográfica: Torrão/terreno no centro da Vila – Gramado/Passeio Social na Praça Central – Evolução Histórica da Logomarca do Clube – Monumento Histórico na Praça Nereu Ramos em 2025. 

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