Por Douglas Saviato - douglas.saviato@engeplus.com.br
Em 18/11/2016 às 12:17A direção do Hospital São José de Criciúma concedeu uma entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira para tratar dos assuntos relacionados ao pagamento das dívidas do Estado e do Município ao Hospital São José. A instituição aponta uma dívida de R$ 25 milhões de dezembro de 2015 até setembro deste ano.
“O hospital vive esse impasse e está com muita dificuldade de honrar a folha de pagamento dos funcionários e cumprir com os deveres com os médicos. Teremos que pagar o 13º salário dos trabalhadores, uma nova folha de pagamento até o dia 5 de dezembro, além de toda a cadeia de fornecedores e insumos”, frisa o representante jurídico da instituição, Paulo Henrique Góes.
Sem o pagamento, o Hospital São José poderá restringir os atendimentos já na próxima segunda-feira, dia 21. A previsão é que pouco mais de R$ 3,5 milhões sejam pagos ainda no início desta tarde. Caso o pagamento seja confirmado, a paralisação será adiada para a próxima quinta-feira, dia 24.
De acordo com a diretora financeira do Hospital São José, Terezinha Buss, a condição básica é receber no início desta tarde o valor que é da média complexidade, os incentivos e mais alguns valores atrasados que a prefeitura já teria que ter repassado e ainda não fez. “Além dos fornecedores, não houve o pagamento aos médicos neste mês. Este valor é imprescindível. Não entrando esse dinheiro hoje, na segunda-feira estaremos parados a partir das 8 horas”, adianta.
Saiba o que para – De acordo com o diretor técnico do hospital, Rafael Elias Farias, a paralisação planejada está envolvendo o serviço do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo mantidos os serviços de quimioterapia e radioterapia em andamento, o serviço de hemodiálise e a urgência e emergência referenciada, portanto, pacientes encaminhados por bombeiros, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e pelos postos 24 horas.
Quem já está internado no hospital dará continuidade ao tratamento. Todas as pessoas que precisarem de atendimento médico de urgência, emergência ou de parto deverão procurar em Criciúma os postos 24 horas, além dos hospitais da região. “Nós temos de 10 a 12 mil atendimentos por mês na nossa emergência. Com a paralisação iremos atender em torno de 5% da demanda atual do hospital”, destaca Farias.
No pronto-socorro são em torno de 1.100 internações por mês. “Muitas delas deixarão de ser executadas e internações para cirurgias eletivas também, portanto, todo um complexo hospitalar vai deixar de ser prestado ao público. O desejo do hospital é que isso não ocorra e sim que os gestores públicos cheguem em uma solução”, completa o diretor técnico.
Ainda segundo Terezinha, no pronto-socorro em torno de 40% dos pacientes são de outros municípios. “Vale lembrar que o São José atende desde a divisa com o Rio Grande do Sul até Imbituba”.
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