Saúde

Técnica hipopressiva ajuda mães na recuperação do corpo no pós-parto

Método ficou conhecido por causar o efeito barriga chapada

Por Jessica Rosso - jessica.rosso@engeplus.com.br

Em 13/06/2019 às 22:35
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Foto: Sibele Parreto

A técnica do hipopressivo que vêm conquistando cada vez mais adeptos, também pode auxiliar mães na recuperação do corpo no pós-parto. O professor de Educação Física e especialista em atividade física na gestação e pós-parto Alexandre Alves, trabalha com hipopressivo há 7 anos. Segundo ele a técnica recupera as principais mudanças que o corpo da mãe sofre.

“Ajuda a reduzir a diástase, ajuda a melhorar disfunções, problemas no assoalho pélvico que geram incontinência urinária, prolapso e melhora muito a postura. Sabemos que as mães têm muitas dores nas costas e ajuda muito a aliviar esses sintomas”, afirma. A técnica segundo Alves é muito difundida na Europa, especialmente na Espanha e Portugal e até atletas fazem, entretanto existem diferenças ao aplicá-la no pós-parto.

”Como é a minha especialidade e tenho muitos anos trabalhando com isso e estudei, estou começando a ensinar pessoas que têm formações genéricas ou básicas para saberem como aplicá-la nas mães no pós-parto. Tem diferença sim, porque se você usar a técnica convencional que seria para todos, você pode fazer mal para as mães no pós-parto. Tem posição de barriga para baixo que as mães que têm diástase não podem ficar, porque se não pode aumentar essa diástase. São feitas adaptações da técnica original para poder ser aplicada com esse público”, explicou.

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A fisioterapeuta  Bruna Blauth conta que o criador da técnica hipopressiva Marcel Caufriez respeitou muito a fisiologia da mulher e destacou a importância do método adaptado para as mães no pós-parto. "Temos que respeitar esse  tempo de conexão que a mãe tem que ter com o bebê, o aleitamento materno, respeitar cada fase. E o que me chamou a atenção e é uma coisa que eu sempre falo para o Alexandre, além da generosidade dele em passar conhecimento, é o critério que ele tem em diferenciar esse estágio que a mulher está passando. Os hipopressivos comuns serviriam? Serviriam, mas também poderiam prejudicar, então a gente tem que respeitar esse momento que a mulher está passando", comenta.

Alves afirma que a técnica é postural e respiratória, por isso o ideal para as pessoas que não estão acostumadas a fazer são aulas individuais. Ele explica que a aluna inicia aprendendo as respirações e posturas e depois de estar mais familiarizada com a técnica pode ser incluída em aulas com outras mães que estejam no mesmo patamar de conhecimento da técnica.

“Então daria para dar uma aula para três ou quatro mães para ser uma boa aula. É importante dizer que é uma  técnica postural e respiratória, que são coisas que a gente perde muito durante a vida. Muitas pessoas têm má postura, seja por ficar na frente do computador ou nos casos das mães, porque elas dormem mal, se adaptam para o bebê ficar confortável e perdem sustentação por essa distensão do abdômen. Então, a postura e a respiração se perde muito durante a vida e não é só com as mães".  

O profissional diz que para suas alunas ele utiliza esse exemplo para explicar o que irá ensinar: "eu falou assim, olha como  o seu bebê respira, é assim que eu to te ensinando a respirar, quer dizer, você não precisou ensinar o seu bebê, a gente nasce programado para respirar certo, e vamos desaprendendo, desprogramando os nossos músculos durante a vida. Vai fazendo exercícios erroneamente, ficando em más posturas, e isso vai piorando tanto a postura quanto a respiração.

O professor explica que qualquer pessoa pode fazer a técnica, com exceção de gestantes e hipertensos. As mães no pós-parto podem iniciar a técnica a partir de 90 dias. As aulas seguem um padrão de 30 minutos por sessão e a durabilidade de aprendizagem vai de cada pessoa - homens também podem fazer. Uma dica recomendada por ele para mulheres que têm intenção de engravidar é procurar fazer a técnica antes e depois da gravidez.

“Se a mulher pensa em engravidar ela pode fazer antes da gravidez, porque ela vai ter algumas musculaturas, que vão ser afetadas durante a gestação, melhor trabalhadas para que depois quando ela engravidar os efeitos sejam menores. E aí ela tem que parar de fazer hipopressivos, mas depois quando voltar é muito mais fácil”, comenta. No pós-parto, o profissional explica que geralmente pede para a mãe não fazer nenhum outro exercício por pelo pelo menos de quatro a seis meses. “Nesse período peço que faça exclusivamente a técnica do hipopressivo para ter controle sobre o que ela está fazendo e para não fazer mau a ela. Depois disso eu libero”, ressalta.

A técnica segundo Alvez pode parecer chata e difícil no começo, por isso quem aplica sempre deve procurar deixar o ambiente agradável, principalmente livre de barulhos. Uma música de fundo pode fazer toda a diferença para que a cliente saia com vontade de voltar. “O fato é que dá muito resultado, então mesmo sendo sofrido, as mães procuram, porque recupera muito bem essas mudanças que citei”.

O professor ainda ressalta que nas primeiras seis semanas a técnica só pode ser feita duas vezes por ser muito intensa. Depois disso, por um período, pode ser feita durante 30 minutos todos os dias da semana para obter o resultado almejado. Depois a pessoa pode voltar a fazer duas ou até três vezes por semana reduzindo para 20 minutos. O trabalho do profissional que aplica a técnica também deve ser cuidadoso. “Até no tom de voz. Muitas vezes temos que fazer correções posturais. O toque, tem que tomar cuidado com a posição que a gente vai corrigir, porque tem muita correção postural e a mãe pode ficar desconfortável e até mesmo eu como homem. Tem que ser profissional. Não é um exercício fácil e aí elas podem não querer fazer mais”, pontua.

Outro benefício da técnica é a melhora do sono. De acordo com Alves é um exercício que libera muitos hormônios. “Libera dopamina, então a gente gera na pessoa que tá fazendo uma vontade, se bem orientado, se o entorno é bom, de voltar.  E a dopamina vai sendo processada no nosso corpo até virar melatonina. No caso das mães que têm poucas horas de sono acaba ajudando, mas é uma tarefa complexa também no pós-parto, porque precisa descansar entre uma sessão e outra e as mães que acabaram de ter bebê geralmente estão dormindo pouco e não conseguem ter as devidas horas de sono para descansar e processar aquelas informações que a gente trouxe durante o exercício.

Aulas de hipopressivo com o profissional ainda tem vagas abertas para esta sexta-feira, dia 14, em Criciúma. Interessados podem entrar em contato pelo telefone (48) 9 99252068.

 

Sobre Alexandre Alves

(Foto: Alexandre Alves e Bruna Blauth em visita ao Portal Engeplus)

O professor de Educação Física e especialista na técnica em atividade física na gestação e pós-parto Alexandre Alves, trabalha com hipopressivo há 7 anos. Ele já atendeu com a técnica do hipopressivo celebridades como Thais Fersoza, Carolina Ferraz, Karina Bacchi, Fabiana Justus e Rafa Brites.

Ele está inaugurando em São Paulo a terceira unidade da sua Academia Fitmommy que realiza atividade física pré e pós-parto. Costuma vir para a região a convite da fisioterapeuta Bruna Blauth. Já realizou curso na região para gestantes. Dessa vez está em Criciúma para um curso sobre pós-parto

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