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Mitos e verdades sobre o exame de DNA

Conheça como funciona o teste de investigação de paternidade

Por Redação Engeplus

Em 20/01/2020 às 09:00
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A exposição frequente há mais de 20 anos em novelas, séries e programas de auditório leva o exame de DNA ao imaginário popular e as rodas de conversa. Na ficção ou na vida real uma coisa é certa: onde ele está, há emoção. Alegria, drama, tristeza, euforia, alívio, alguma dessas sensações sempre estão presentes nas histórias de quem faz o teste.

Na teledramaturgia as corriqueiras inserções dos exames de DNA nas tramas mostram a criatividade dos roteiristas, porém se descolam bastante da realidade. O caso mais recente está em Amor de Mãe, atual folhetim das 21h da TV Globo. Na história, determinada a saber se Sandro (Humberto Carrão) é seu filho biológico, Vitória (Taís Araújo) tira cabelos de uma escova dele e leva ao laboratório como amostra para teste, junto a uma mecha dela.

Os cabelos contêm o código genético, porém não são utilizados como amostra em um teste de DNA, explica a bioquímica do Laboratório Búrigo Karina Cancelier Praessler. “Salvo raríssimas exceções utilizamos sempre uma amostra de sangue para a realização do exame, como segunda opção fazemos a raspagem da parte interna da bochecha, outro local com boa carga de material genético. No caso dos cabelos, para serem considerados viáveis cientificamente, é necessário uma boa quantidade de fios, todos com o bulbo capilar, aquela parte branquinha da raiz. Retirados de uma escova, como no caso da novela, tem valor zero, porque são incompletos e velhos”, esclarece.

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Roteiros da ficção televisiva costumam aparecer circunstâncias que colocam em cheque a confiabilidade do teste. No mundo real, quando seguidos todos os protocolos, os exames de DNA possuem precisão de 99,99%, nos casos em que estão envolvidos o suposto pai, a mãe e o filho(a), bem como os possíveis mãe e filho nos casos em que se investiga a maternidade biológica, assegura a bioquímica do Laboratório Búrigo.

“O DNA é um fragmento retirado do núcleo da célula que contém toda a carga genética que herdamos dos nossos pais no momento da fecundação. Nosso código genético é como uma identidade e se compõe de uma mistura dos nossos genitores. Para saber se um homem é o pai de uma criança, por exemplo, o laboratório faz uma análise comparativa de características dos códigos genéticos. Tudo o que sobrou que não combina com o da mãe precisa condizer com o do pai. Se for identificada qualquer traço distinto de ambos, automaticamente se exclui a possibilidade do vínculo genético”, detalha Karina.

 

Mitos e verdades

Três modalidades de testes de investigação de paternidade por DNA podem ser realizados e uma série de regras precisa ser seguida:

Trio: o mais comum, quando se coleta amostras de material genético da mãe, do(a) filho(a) e do suposto pai;

Duo: quando participam apenas o suposto pai e o(a) filho(a).

Pai falecido: nos casos em que o suposto pai biológico faleceu, os laboratórios utilizam parentes de primeiro grau para comparação do código genético – o máximo de pessoas possível, para aumentar a precisão do diagnóstico.

Esclarecidas as categorias, as bioquímicas do Laboratório Búrigo Karina Cancelier Praessler e Rafaela Tasca elucidam os mitos e verdades sobre os exames de DNA.

 

É possível fazer as coletas de amostra separadamente?

Não. Todos os exames feitos por nós ocorrem na presença de todas as partes, que assistem um a coleta de amostra do outro. Depois de apanharmos as amostras, lacramos e etiquetamos com o nome do proprietário do material genético e mostramos a todos.

“Já houve um caso em que o suposto pai e a mãe da criança não se davam a um ponto que não podiam estar na mesma sala. Mesmo assim organizamos de uma forma em que todos poderiam ver o procedimento da retirada do sangue um do outro”, relata Rafaela.

 

Mesmo se moram em cidades muito distantes não há essa possibilidade?

Todos precisam estar no mesmo ambiente. No nosso caso, em Criciúma.

 

É possível o suposto pai fazer o teste sem o consentimento da mãe?

Somente quando está registrado como pai na certidão de nascimento.

 

É necessário haver testemunhas para se validar o teste?

Sim. Todas as coletas de amostras no Laboratório Búrigo são realizadas por um(a) bioquímico(a) e um(a) técnico(a). Ambos assinam como testemunhas no momento da coleta, documento que tem inclusive validade judicial.

 

O DNA é alterado com o uso de medicamentos ou outras substâncias, como drogas?

Não. Os únicos casos em não se faz exame de DNA é quando um dos envolvidos fez transfusão de sangue ou transplante de medula nos últimos seis meses. Nesse caso há chance de material genético de outra pessoa mesclado e se requisita esse período para a restauração da normalidade. A raspagem da parte interna da bochecha é outra alternativa viável, já que o código genético desse local não sofre interferência.

 

E se há dois supostos pais gêmeos?

“É uma possibilidade bem inusitada, mas já aconteceu”, diz Karina. Nos casos dos gêmeos univitelinos, gerados na mesma placenta e conhecidos popularmente como “idênticos”, a carga genética é igual, portanto não é possível distinguir.

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