Por Rafaela Custódio -
Em 09/05/2022 às 08:25Trabalhar com segurança pública é ter amor ao próximo, dedicar a sua vida para salvar outras, sair de casa sem saber o que terá pela frente e defender o patrimônio alheio simplesmente por honra ao Estado. Essas são as missões de muitos policiais militares, assim como a do comandante da Companhia de Patrulhamento Tático (CPT), capitão Giovanni Fagundes dos Santos, de 37 anos. Há oito anos na Polícia Militar (PM) de Santa Catarina, atualmente ele é responsável pelo Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT), Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam), Regimento de Polícia Militar Montada (Cavalaria) e Companhia de Policiamento com Cães (Canil).
Na última quinta-feira, dia 5, o policial foi promovido a capitão e deixou a patente de tenente. Ele realiza mais um sonho e busca chegar a coronel. O amor pela segurança pública vem de berço. Isto porque toda sua família atua na área. Sua mãe é policial civil, seu pai, padrasto e avós atuam ou atuaram na Brigada Militar (RS).
"Iniciei minha carreira há oito em Florianópolis com o Curso de Formação de Oficiais Policiais-Militares (CFO/PM). Mas há seis anos atuo em Criciúma e escolhi a cidade por ser a mais próxima de Porto Alegre. Está no sangue o amor pela segurança pública", relata.
A PM na visão do capitão
Para o capitão, atualmente a Polícia Militar está com a segurança estabilizada. "Em 2015 e 2016 tivemos muitos homicídios na região por guerras de facção. Foram períodos conturbados, com ações mais enérgicas, e na ponta da lança estava CPT. Tivemos operações coordenadas e focamos em alvos, executamos as operações. Hoje, temos uma manutenção, fizemos trabalho preventivo de qualidade e estamos estáveis, mas é importante ressaltar que vivemos em uma região instável, pois são muitos habitantes e pode acontecer algo a qualquer momento, mas nossas guarnições trabalham para manter a ordem", explica.
Ser capitão é uma grande responsabilidade, segundo o militar. "É um posto importante. Sou oficial intermediário, já ocupo a função de capitão, pois estou há quatro anos atuando na função, e comandar a CPT é função de capitão. Atualmente, o 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM) conta com apenas três capitães, ou seja, eu e os capitães Figueiredo e Peruchi", cita.
Sonho na PM
O capitão admite que comandar a CPT é um sonho realizado, porém ainda almeja mais. "Atualmente, me sinto realizado ao comandar a CPT. Temos um time comprometido e que trabalha muito. São 52 policiais na CPT e me sinto honrado com o posto de comandante. Mas também tenho o desejo de comandar um batalhão e, claro, tenho em pensamento ser comandante geral. Porém, são processos naturais. Hoje, meu foco é atuar na CPT e dar meu melhor para que o trabalho seja realizado com sucesso", conta.
"Amo trabalhar na CPT porque meus policiais são muito bons. Ano passado habilitei todo 9º BPM com fuzil, agora vou habilitar Içara com o mesmo armamento. É um processo após o assalto de 2020. Após essa ação criminosa, nós recebemos muitas críticas e precisamos animar novamente nossos policiais. Nossa ação foi acertiva na época", acrescenta.
A busca pelo conhecimento
Além de habilitar os policiais com fuzis, o capitão comenta que tem ministrado palestras e buscando cada vez mais conhecimento. "Quero buscar ainda mais aprendizado para também especializar minha tropa. Conhecimento nunca é demais e querer saber mais e mais é muito importante para a segurança pública", argumenta.
Para o capitão, buscar conhecimento faz parte da estratégia da PM. "Nós atuamos na prevenção dos casos, mas as pessoas têm a imagem da polícia ostensiva, que está sempre fazendo operacional, entretanto, somos mais do que isso. Temos uma doutrina que é ser uma polícia comunitária, ou seja, atuar na causa e não na consequência. Estamos atuando em ações sociais", comenta.
"Em 2021, iniciamos um projeto de aulas de karatê. Também temos um planejamento envolvendo pré-vestibular, ou seja, explicar aos adolescentes e jovens de comunidades mais carentes a importância de um vestibular ou até mesmo de um concurso público e ajudar essas pessoas com a educação. Não são todos os estudantes que têm a mesma oportunidade na vida e nós podemos mudar isso de alguma maneira. Nosso objetivo é atuar na prevenção. Se esse jovem está estudando e focado em uma atividade, ele não está no crime", complementa.
Equoterapia
A Polícia Militar e a Associação de Pais e Amigos dos Autistas da Região Carbonífera (Ama-rec) atuam em projetos em conjunto, como cinoterapia e equoterapia. "São projetos que envolvem a Cavalaria e o Canil. É um trabalho mágico e que nos traz muitos resultados. Nós conseguimos mudar a vida das crianças e ajudarmos muitas famílias", afirma o capitão.
Ações conjuntas
De acordo com o capitão, a Polícia Militar atua ligada por setores. "Estamos nas ruas e muitas vezes trocamos informações com o setor de inteligência, por exemplo. Essa comunicação resulta em apreensões de drogas, armas e, claro, também na prisão de criminosos", explica.
A CPT ainda atua em eventos com grandes aglomerações com a cavalaria, por exemplo. "A cavalaria tem papel fundamental em eventos que têm grandes públicos como jogos de futebol, manifestações e festas. O policial visualiza melhor o ambiente em virtude de estar montado no cavalo e o criminoso também percebe o militar à distância. Dois policiais montados servem como 20 policiais no chão, pela presença e por conseguir visualizar a área melhor", comenta.
Família
O policiail é casado com Thieise e tem duas filhas. "Minha mulher entende minha função e reconhece minha missão com a Polícia Militar. Hoje, nunca faço apenas meu horário de trabalho, estou sempre atuando a mais e muitas vezes por escolha, pois gosto de conversar com minha tropa e de entender o que está acontecendo no dia a dia da CPT. Minhas filhas também sabem da minha função e gosto de estar com elas sempre, ou seja, levo para escola, converso e explico detalhes da carreira militar", finaliza.
Abaixo você confere fotos do capitão:
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