Investigação

Disputa por herança motivou assassinato de empresária em Tubarão, aponta polícia

Cunhado da vítima e mais três pessoas foram indiciados pelo crime

Por Lucas Renan Domingos - lucas.domingos@engeplus.com.br

Em 14/07/2025 às 20:19
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Foto: Divulgação/Redes sociais

O assassinato da empresária Cristiane Bittencourt de Souza, de 44 anos, tem relação com desavenças familiares por herança. Foi o que concluiu a Polícia Civil no inquérito que elucidou o homicídio ocorrido no dia 22 de abril de 2025, quando a vítima foi alvejada com disparos de arma de fogo na avenida Procópio Lima, no bairro Humaitá, em Tubarão.

A Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Tubarão apontou que o crime foi articulado por um parente de Cristiane. Conforme apurou o Portal Engeplus, o cunhado da empresária é acusado de ser o mandante da morte. O marido dela e irmão do homem apontado como articulador do crime também foi alvejado, mas resistiu aos ferimentos.

Quatro homens foram indiciados pelo assassinato: o mandante, o executor, o motorista do carro onde estava o autor dos disparos e um mecânico que teria emprestado a sua arma para ser usada no crime. Todos responderão por homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificada. O mecânico também foi indiciado por posse ilegal de arma de fogo.

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“O autor dos disparos e o motorista do carro onde ele estava foram presos. O mandante do homicídio e o dono da arma usada no crime estão foragidos seguem foragidos”, confirmou o delegado André Crisostomo, da DIC de Tubarão e responsável pelas investigações.

Testamento gera divisão na família

No centro do crime está um testamento. A Polícia Civil apurou que o sogro de Cristiane deixou o documento indicando que sua herança deveria ficar com a esposa. O casal possui quatro filhos. Três deles (um homem e duas mulheres) ficaram insatisfeitos e lutam para invalidar a decisão do pai. O quarto filho, que é o marido da empresária, apoia a mãe e briga para que seus irmãos não consigam retirar os direitos da idosa de 83 anos.

Em janeiro, a sogra de Cristiane foi vítima de uma tentativa de homicídio e, assim como o filho, conseguiu sobreviver. A idosa teve a casa invadida e foi agredida. “Durante as investigações, nós conseguimos provar que o mesmo atirador que tirou a vida da Cristiane foi o que participou da tentativa de homicídio da sogra dela”, afirmou o delegado.

Um dos filhos havia conseguido a posse de um imóvel deixado pelo pai. Na Justiça, a idosa conseguir reaver a propriedade. “O dia do assalto foi justamente quando a sogra da Cristiane conseguiu recuperar a posse do imóvel”, detalhou Crisóstomo.

 

O dia do crime 

A empresária, ao lado do marido, era proprietária de uma rede de postos de combustível. De acordo com a Polícia Civil, no dia da morte de Cristiane o casal saiu do estabelecimento e foi seguido por um veículo Renault Sandero. Dentro do carro estavam o atirador e o seu motorista. No bairro Humaitá, a dupla parou automóvel ao lado do veículo da vítima e um deles efetuou os disparos.

“Durante o percurso, eles viram a Cristiane entrando no carro como motorista. No meio do caminho ela parou o veículo e o marido desceu para dar comida para cachorros em um terreno que é dele. Ou seja, apesar do marido de Cristiane ter sobrevivido, fica clara a intenção de matar os dois. Inclusive, eles pararam o carro pelo lado do motorista, ou seja, onde estava a Cristiane. Os tiros foram pela porta dela. Eles sabiam que os dois estavam no carro”, acrescentou o delegado.

Após os tiros a dupla fugiu. O motorista seguiu com o carro até Imbituba, onde o veículo foi abandonado. O atirador, por sua vez, ficou em Tubarão e depois acionou um transporte por aplicativo para ir até o município vizinho buscar seu comparsa. Dias depois do crime, a Polícia Civil conseguiu prender a dupla. O motorista de aplicativo que prestou o serviço também chegou a ser detido, mas foi liberado após confirmar que não fazia parte da trama do crime.

O mecânico que emprestou a arma usada no assassinato da empresária foi acusado pela Polícia Civil como participante do crime. “Ele manteve contato com o atirador antes do homicídio. Inclusive, no dia do crime, o atirador saiu da oficina deste mecânico para ir seguir a Cristiane e o marido. Após matar a empresária, ele devolveu a arma para o mecânico que ainda recebeu um valor em dinheiro como pagamento pelo fornecimento da arma”, disse o delegado.

Os investigadores acreditam que no dia da prisão do atirador e do motorista, o mecânico e o mandante do crime tenham fugido de Tubarão. A arma usada no crime foi encontrada na casa do mecânico durante mandado de busca e apreensão no imóvel. As irmãs do marido de Cristiane não possuem relação com o crime, apontou a Polícia Civil. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos acusados. 

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