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Criciúma, aposenta a camisa 23 do Éder

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Por Mateus Mastella

Em 03/08/2024 às 09:23
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Foto: Didé Fontana e Celso da Luz/CEC e Rafaela Custódio/Engeplus

Aposentar: dispensar do serviço, com o ordenado inteiro ou parcial; reformar, jubilar. Assim o dicionário mostra o significado da palavra. Uma expressão forte, impactante. Resultado de um sábado histórico que fica marcado para a torcida Carvoeira. Dia 18 de novembro de 2022, meu aniversário (não muda nada no contexto hehe), Vilmar Guedes abriu negociações com Éder. Dia 17 de janeiro de 2023, Éder pisava, de novo, no Majestoso para assinar com o Criciúma.

Dia 18 de novembro de 2023, já falei que é o meu aniversário, Éder marcou o primeiro gol do acesso à elite do futebol. Dia 3 de agosto de 2024, o fim de uma história.

Eu poderia destrinchar páginas, de algumas palavras mal escritas, o tanto que Éder representa para o Criciúma. Não tenho capacidade de colocar aqui ou de falar lá na transmissão o tamanho da importância do que o menino de Lauro Muller que virou ídolo representou e representa ao nosso clube.

Este texto que estou fazendo vem bagunçando a minha mente desde o dia do jogo contra o Juventude, quando soube que ele iria parar. Agora, sexta-feira à tarde, ao colocar tudo isso em uma página de word, na matéria que foi programada às 9h23 deste sábado, não sinto que ainda está bom. Mas é uma forma de demonstrar a importância deste profissional.

Profissional que soube respeitar os processos. Profissional desde o tempo de garoto, quando jogou à Série A de 2004. Profissional quando estava na seleção da Itália e nunca deixou de torcer para o Criciúma. Profissional quando me recebeu em sua casa, em Lauro Muller, em 2013, 2014, não lembro o ano, e escrevi na página do jornal A Tribuna, uma página desta história que iria se encontrar anos mais tarde. Profissional em entender que o desejo suprimiu a força do campo, que não tem mais aquela velocidade explosiva, intensa, pulsante que só parava no fundo da rede. Profissional que me fez narrar o gol mais importante da minha vida, no dia do meu aniversário e, minutos mais tarde, do pedido de casamento do meu amor, da Talise Freitas, no centro do gramado. Profissional que PAGOU CERVEJA PARA A TORCIDA no jogo de hoje a noite.

Foi bicampeão Estadual, modernizou internamente o Criciúma e foi importante para o presidente Guedes, sendo o principal pilar para a arrancada para a Série A. O cara da camisa 23, que ganhava bem em qualquer time a fora, voltou para cá com um salário irrisório, apenas para dizer que tinha vencimentos, para mostrar que antes do jogador, tinha um torcedor em campo.

Éder deu o primeiro passo aqui e dará o último passo neste sábado. Foi campeão. Foi vencedor. Foi feliz. Foi alegre. Foi único. Foi diferente. Foi inteligente. Foi família. Foi Éder. Mas a história não para aí. Vira a chave, começa a partida como jogador e termina como diretor. Um novo capítulo começa. E é um capítulo que vai durar muitos anos, porque a missão dele é profissionalizar ainda mais o futebol e aprender com as pessoas que ali estão.

Por isso, de tantas homenagens que o Criciúma está preparando, penso que poderia e deveria ter mais uma: aposentar a camisa de número 23. Não tem como a gente não associar que o próximo que usar a 23, não irá relembrar tudo que Éder fez pela equipe. Vai ser uma comparação desumana para o próximo jogador. E hoje, quando se fala em 23, todos mentalizam em Éder.

Por isso, ao ser substituído, finaliza também a história da camisa 23. Será uma bela homenagem por quem carregou as nossas cores, o nosso nome, o nosso orgulho. Éder, obrigado por tudo. Se eu tivesse um desejo, o pedido está pronto:

Aposenta a 23 do Éder, Criciúma!

Ah, eu sou um homem de palavra e você também. Faça o gol neste sábado. Você merece mais do que ninguém marcar e comemorar tudo o que conquistou. 

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