Transtornados

Ninguém é o que não é por muito tempo

Chef PV Show traz a psicologia pura da mesa do boteco até você

Por Mano Dal Ponte - transtornados@engeplus.com.br

Em 14/10/2020 às 09:34
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Será que as pessoas mudam? Ou será que a medida que vamos conhecendo-as, vamos percebendo o que cada indivíduo é? A psicologia responde e a nossa análise de botequeiro também.

Certo dia eu estava no bar com amigos, entre uma cerveja e outra, veio a confidência:

- Eu vou voltar com ela. Ela está diferente, mais compreensiva, não briga tanto!

Eu logo disse, espera. Antes de voltar em definitivo, veja como ela se comporta com o passar dos dias. Ninguém é o que não é por muito tempo!

A minha frase ficou marcada na memória do pessoal. Mas será que ela tem sentido?

Segundo a psicologia, a personalidade tem uma parte inata e outra aprendida, portanto, existem traços que permanecem e outros que podem se adaptar. Rosenberg e Rovland (1960) trabalham com a palavra atitude. Para eles, as atitudes possuem:

  • Respostas cognitivas: crenças e pensamentos sobre o objeto
  • Respostas avaliativas: emoções associadas ao objeto (repulsa, prazer, desprazer ou atração).
  • Respostas comportamentais: são expressadas nas intenções de agir.

Resumindo, nossas ações (nossos comportamentos) são precedidos de fatores cognitivos e emocionais e, portanto, fazem parte de uma única expressão, a atitude. No entanto, esses fatores atribuem componentes orgânicos e sociais, dos quais muitas vezes somos inconscientes e que não podemos prescindir com tanta facilidade.

Sendo assim, concluímos que as pessoas não mudam, elas apenas se adaptam. O problema é que os gatilhos são dados o tempo todo. Se ela pensa que é ruim você ir jogar bola, ir ao bar ou sair com os amigos, você só vai impedir ela de brigar com você não ativando esses gatilhos, ou seja, não indo a tais lugares.

É meu amigo, a vida é feita de escolhas. O mesmo também vale quando a questão se inverte. Quando ele é ciumento demais, quando ele impede você de vestir tal roupa ou usar tal maquiagem.

Nós podemos resistir, regular e negar que somos dotados de instintos, mas nunca podemos provocar a abolição ou supressão de tudo aquilo que fomos dotados por milhões de anos de evolução filogenética. Somos compelidos a uma adaptação social saudável.

Se você espera que seu amor realmente vá mudar, esqueça. Você pode - sim -  tentar focar nas coisas boas da relação. Valorizar atitudes mais importantes, companheirismo, doação. Agora, querer que o outro goste do que odeia, isso jamais irá acontecer.

Se adapte ou lembre-se: “Ninguém é o que não é por muito tempo.”

Chef PV Show (14/10/2020) 
 

 

Mano Dal Ponte, Chef PV ShowDiego de Mathia e Mateus PQP Mastella
AO VIVO no Transtornados na Transamérica Criciúma FM 92,5

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