Por Amanda Ludwig - entrelidasevindas@engeplus.com.br
Em 16/06/2021 às 13:49A gente já conhece parte da história de Tituba mesmo sem saber. Quem aqui não ouviu falar das Bruxas de Salém? Pois então, elas existiram. Mas não como a nossa imaginação infantil nos permitia até aqui: com chapéu pontudo e voando em vassouras. Elas são mulheres que passaram por uma série de julgamentos e audiências após serem acusadas de bruxaria em uma região dos Estados Unidos. As primeiras e principais prisões aconteceram em uma vila chamada Salém, que hoje é conhecida como Danvers, nos Estados Unidos.
Neste livro, a autora Maryse Condé decide recriar a história de Tituba, uma das três primeiras mulheres julgadas em Salém. A narrativa mistura realidade e ficção. Muito se baseia na realidade da protagonista. Entretanto, após o julgamento, sua história foi “esquecida” pelos historiadores. Por isso, e a partir daí, Maryse Condé decidiu recriar alguns pontos para traçar um novo destino para Tituba.
TRECHO
"Abena, minha mãe, foi violentada por um marinheiro inglês no convés do Christ the King, num dia de 16**, quando o navio zarpava para Barbados. Dessa agressão nasci. Desse ato de agressão e desprezo.”
Assim começa o livro, e logo no primeiro parágrafo, Condé nos dá uma ideia de como será a história: forte e poderosa.
Por ter nascido sendo fruto de um estupro, ainda criança Tituba encontrava resistência em seu relacionamento com a mãe – uma escrava levada a Barbados, nas Antilhas. Essa falta se compensava, no entanto, pelo amor do pai adotivo, Yao. Logo no início da história, Tituba perde a mãe e o pai e passa a ser sozinha no mundo.
Como ainda era criança, a menina não se prendeu à Casa Grande e acabou encontrando Man Yaya, uma negra livre que decidiu cuidar dela. Durante sua formação e criação, Tituba aprendeu com a mulher como utilizar a natureza a seu favor, principalmente no uso de plantas medicinais e na crença e conversa com os mortos. Desde sempre, e até o fim da história, no entanto, estes conhecimentos foram utilizados para o bem.
Após a morte de Man Yaya, Tituba conheceu o escravo John Indien, por quem se apaixonou. Apesar dos conselhos dos espíritos em quem confiava, a mulher decidiu por se render à escravidão para ficar perto de Indien. Pouco tempo depois, o casal foi vendido a um religioso que levou eles e outros escravos de Barbados para Boston, nos Estados Unidos.
Após algum tempo, a família do novo “senhor” precisou se mudar para o vilarejo de Salem. Desde a viagem, Tituba se aproximou da esposa e das filhas deste homem, já que elas estavam constantemente doentes e também sentiam-se, de certa forma, presas a ele. Logo após este período, começou a “famosa” caça às bruxas de Salem. E após anos usando seus poderes e sabedoria para ajudar, Tituba se viu envolta em acusações de ter usado bruxaria.
A partir daí, desenrola-se um período de audiências, julgamentos e prisões para a protagonista. Durante este período, Tituba se vê sozinha e acaba alternando períodos de raiva, em que tenta defender-se, e de aceitação, em que não encontra saída para os problemas.
TRECHO
“Devo dizer que tudo isso não me preocupada muito. Eu sabia, eu estava condenada à vida!”
Um destaque especial deste livro: a transcrição das respostas de Tituba no julgamento real. Acho que essa é, sem dúvida, a parte mais interessante da obra. Até certo ponto do livro, eu não tinha entendido ainda que tratava-se da história de uma mulher que realmente existiu. Quando eu entendi isso (talvez até mais tarde do que outras pessoas), achei tudo muito genial. A história de Tituba realmente vale a pena ser conhecida.
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