Luto

Morre jornalista David Coimbra, aos 60 anos

Profissional trabalhou em Criciúma e lutava contra o câncer

Por Thiago Hockmüller - thiago.hockmuller@engeplus.com.br

Em 27/05/2022 às 12:09
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Foto: Divulgação

Morreu na manhã desta sexta-feira, dia 27, o jornalista David Coimbra, aos 60 anos de idade. Ele lutava desde 2013 contra um câncer no rim esquerdo que se espalhou para outras três partes do corpo, segundo informado pelo Grupo RBS, onde Coimbra atuava como comentarista e colunista do jornal Zero Hora e do Portal GZH. O jornalista estava internado desde domingo, dia 22, no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre (RS), e deixa a esposa Márcia Camara e o filho Bernardo.

Durante a trajetória profissional, Coimbra trabalhou em Criciúma, na sucursal do Diário Catarinense em 1986. Também fez parte das redações do Jornal Manhã, Rádio Eldorado e RCE TV, antes de se transferir para o grupo RBS. “Tinha um grande talento no texto e logo se destacou na editoria de esportes, com a crônica. A marca dele, além do talento, era a alegria de viver, a leveza diante da vida. E era muito, muito ligado aos amigos”, conta a jornalista Nádia Couto.

Neste período, Nádia dividiu apartamento com Coimbra. No local morava também o repórter fotográfico Ulisses Job. “Nunca tivemos nenhum desentendimento. Era muita alegria, muita parceria. Era um amigo-irmão. Daqueles com quem a gente sabe que pode contar. Ele deixa sua marca na vida, com alegria, com leveza. Pra mim foi um presente da vida ser amiga do David”, completa a jornalista que pretende ir a Porto Alegre para se despedir do amigo.

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“Velhos bons amigos”

A relação de Ulisses Job com Coimbra iniciou aos 12 anos. Moradores do mesmo bairro em Porto Alegre, viraram amigos na infância e a amizade se perpetuou. Foi Coimbra o responsável por trazer Job para Criciúma, inclusive trabalharam juntos no Jornal da Manhã.

“Nós éramos amigos, jogávamos futebol de salão, ele tinha uma jogada danada, levantava a bola, driblava o adversário e saia em disparada. Tinha o costume de escrever no guardanapo o que pensava, gostava de ler muito. É vazio que sinto, agora é lembrar das coisas boas. Era um amigo de infância, que me deu a maior força para ser um repórter fotográfico, me formar e ser um jornalista”, conta Job.

O último bate-papo com Coimbra foi em uma chamada de vídeo, em grupo. Aliás, grupo chamado “Velhos bons amigos”, que traduz a história de amizade entre o fotógrafo Ulisses e o cronista David. “Sempre foi prestativo, esteve perto, querendo conversar. Nesta chamada ele comentou sobre a doença, mas sempre sorridente, querendo saber como as coisas estavam, querendo se encontrar. Trabalhamos no Jornal da Manhã, em uma época que o jornal era preto e branco. A escrita dele era coisa de começar a ler e não conseguir parar”, recorda.

Coimbra também foi autor de diversos livros, o último deles, “Hoje eu venci o câncer”, lançado em 2018, foi um relato pessoal sobre a descoberta da doença e o período de tratamento. Abaixo, confira a nota do Hospital Moinhos de Vento:

O Hospital Moinhos de Vento informa com pesar o falecimento do jornalista David Coimbra, nesta sexta-feira (27), aos 60 anos, em decorrência de complicações em função de um câncer renal. Ele estava internado na instituição desde o dia 22 de maio e, na última quinta-feira, foi encaminhado ao Centro de Terapia Intensiva.

Jornalista, radialista, escritor e cronista, foi um dos autores mais reconhecidos do Rio Grande do Sul. Com passagens por diferentes redações do Sul do país, assinou obras literárias, cronista, apresentador, conquistou prêmios e sempre foi um querido amigo dos colegas.

David deixa a esposa, Marcia Camara, e o filho, Bernardo. E também deixa como legado uma marca indelével na crônica gaúcha, inspirando gerações de leitores.

Porto Alegre (RS), 27 de maio de 2022

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