Por Lucas Renan Domingos -
Em 01/04/2024 às 17:15Alunos da Associação de Pais e Amigos de Autistas (AMA) de Criciúma terão sessões semanais de equoterapia e cinoterapia, métodos terapêuticos e educacionais com uso de cavalos e cães. O projeto em parceria com o 9º Batalhão de Polícia Militar de Criciúma (9º BPM) foi assinado na tarde desta segunda-feira, dia 1º, data que também marca o abril azul, mês de conscientização sobre o autismo.
Atualmente, a AMA atende 260 alunos com Transtorno de Espectro Autista (TEA) a partir dos cinco anos. As crianças, adolescente e jovens realizam aulas na instituição duas vezes por semana, sempre no contraturno escolar. Os adultos participam das atividades na associação todos os dias de segunda a quinta-feira.
José Augusto Freitas, presidente da AMA de Criciúma, destaca que um dos benefícios da terapia com animais é a socialização. “Quem possui o Transtorno Especto Autista geralmente tem receios para socializar. A interação com o cavalo ou com o cão ajuda os nossos alunos a terem mais interação e contato afetivo e emocional com o próprio animal e com as pessoas. Eles se sentem mais seguros, demonstram carinho, relaxamento e até mesmo confiança, já que eles podem segurar o cão com a guia, por exemplo”, disse.
Outro resultado da equoterapia e da cinoterapia é o desenvolvimento motor. “Entre os benefícios físicos estão o equilíbrio, a força, a coordenação motora e outras capacidades que podem ser aprimoradas ao andar a cavalo”, acrescentou Freitas.
Raul e Hanna em sintonia
Com 8 anos, Raul Gerônimo Freitas está acostumado a interagir com os cavalos. Filho do presidente da AMA, ele já participou de equoterapia em outros momentos, mas com os custos todos bancadas pela família. Estudando na instituição que agora possui parceria com a Polícia Militar, ele terá a oportunidade de realizar a atividade com mais frequência.
E foi ele o primeiro a montar na Hanna, a égua do 9º BPM que vai participar da equoterapia. Com o sorriso estampado no rosto, ele cavalgou, fez carinho e deu até um beijo durante uma exibição do projeto no pátio do batalhão. Para confirmar, ainda questionou os colegas que o assistiam: “Estão vendo isso?”, falou.
Os efeitos da equoterapia são facilmente percebíveis por quem interage com Raul. “Há três anos o meu filho faz equoterapia. Eu sei o quão importante é esta atividade. Ele evoluiu a coordenação motora, o equilíbrio, a força. Sem falar nos resutlados psicológicos. Ele também tem TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) e melhorou muito a sua concentração, ajudando em suas atividades do dia a dia”, reforçou o presidente da AMA.
Oportunidade para todos
Professora de educação física da AMA, Aline Rocha Neves possui capacitação em equoterapia. Ao discursar na assinatura do termo para início do projeto, ela se emocionou com a oportunidades que os alunos da instituição terão era realizar a terapia.
“É uma terapia que tem um custo alto, um custo elevado e que, infelizmente, são poucos que conseguem ter acesso. A maioria dos nossos alunos é carente. E se não fosse por esse projeto, não teriam realmente acesso a esse tipo de terapia. Vamos poder oportunizar essa terapia para as crianças que têm muita necessidade. São alunos que realmente precisam, que têm muita dificuldade de interação.
Animais cuidadosamente escolhidos
O comandante do 9º BPM, tenente-coronel Mário Luiz Silva, explica que até mesmo os animais que vão participar das terapias precisam ter perfis definidos. Mesmo sendo cães e cavalos acostumados a atuarem em ocorrências policiais como prisões, apreensões de drogas, controle de distúrbios civis, e controle de multidões, eles são escolhidos para atuarem na cinoterapia e na equoterapia em um momento em que já estão terminando as suas jornadas no serviço militar.
“Os nossos cavalos são de porte mais altos. Então tem que ser um animal um pouco mais baixo, mais dócil. Geralmente são cavalos mais velhos, ou seja, com uma energia mais restrita. Os cães, da mesma forma. O Marley será o cachorro que vai participar das atividades da AMA. Além de ser dócil, ele está acostumado com esse tipo de interação, porque atua na cinoterapia que realizamos com a Afasc”, explicou.
As atividades são acompanhadas pelos policiais militares e por uma equipe multiprofissional da AMA formado por educadores físicos, psicólogos e fisioterapeutas. O projeto inicia na próxima semana e não tem data para terminar.
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