Por Denis Luciano - denis.luciano@engeplus.com.br
Em 29/09/2017 às 09:30Há exatos 25 anos os deputados Eduardo Moreira (PMDB), Jarvis Gaidzinski (PL) e Ruberval Pilotto (PDS), representando o Sul de Santa Catarina, eram três dos 441 votos favoráveis à abertura do processo de impechment do presidente Fernando Collor de Mello (PRN). Em 29 de setembro de 1992 a Câmara dos Deputados realizava a sessão histórica com a votação que selava o destino do primeiro presidente alvo de impeachment no Brasil e América Latina.
Eleito presidente em 1989, o primeiro no voto desde 1960, Collor de Mello suplantou Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição com 42,7% contra 37,8% sob a bandeira do “caçador de marajás” e do governo para os “descamisados”. Implantou o polêmico Plano Collor, pelo qual bloqueou recursos das contas bancárias dos brasileiros. Extinguiu órgãos do governo e privatizou empresas.
A denúncia do irmão
Exerceu um mandato pirotécnico a partir de março de 1990, com suas práticas esportivas para as câmeras e discursos contundentes, de punho cerrado. Logo isolou-se, perdendo gradualmente base no Congresso, fruto também da fragilidade de seu pequeno Partido da Reconstrução Nacional (PRN).
Em maio de 1992 a Revista Veja publicou denúncias de seu irmão, Pedro Collor, que acusava a existência de um esquema de corrupção liderado pelo tesoureiro de campanha do presidente, Paulo César Farias. No mês seguinte o Congresso instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que em agosto emitiu relatório acusando o presidente de corrupção e crime de responsabilidade, culminando com a votação de 29 de setembro.
A renúncia
Instalado o processo no Senado, o vice-presidente Itamar Franco (PRN) assumiu o governo em 2 de outubro de 92, tornando-se presidente efetivo a partir de 29 de dezembro, com a renúncia de Collor. Ele perderia os direitos políticos por oito anos e voltaria à cena como senador por Alagoas, em mandato que exerce até hoje.
Como SC votou
Dos 16 deputados federais de Santa Catarina, 15 votaram pelo impeachment de Collor. O único voto contrário foi do deputado Nelson Morro (PFL), um dos 38 a ficar com o presidente na votação. Houve ainda, além dos 441 votos favoráveis, 23 ausências e uma abstenção.
Além de Moreira, Gaidzinski e Pilotto, a bancada catarinense votou pelo impeachment com os deputados Ângela Amin (PDS), Cesar Souza (PFL), Dejandir Dalpasquale (PMDB), Dércio Knopp (PDT), Hugo Biehl (PDS), Luci Choinacki (PT), Luiz Henrique (PMDB), Neuto de Conto (PMDB), Paulo Bauer (PDS), Renato Vianna (PMDB) e Vasco Furlan (PDS).
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