Por Emanuela Teixeira - emanuela.teixeira@engeplus.com.br
Em 13/06/2025 às 17:36Apesar de ser um cenário ainda modesto, a cena musical de Criciúma se mostra diversa, reunindo estilos variados e talentos locais. Um desses nomes é o cantor Rafael Teodoro Gonçalves, natural e morador do município carbonífero. Além dos shows que faz, ele também atua como professor de canto. A música sempre fez parte da sua rotina, mas hoje o artista celebra o fato de conseguir viver exclusivamente dessa paixão.
O cantor se apresenta com voz e violão em restaurantes, pubs, festas particulares e casamentos na região de Criciúma. No repertório dele estão listados diferentes gêneros musicais. Tudo depende do ambiente onde está se apresentando, sem se prender a um estilo fixo. “Eu costumo alterar o ritmo, para que a música combine com a ocasião e com o lugar. Assim eu posso agradar o máximo de pessoas possível”, contou.
Sucessos de artistas nacionais consagrados fazem parte do setlist, combinados com suas próprias composições, que são fruto suas experiências. “As músicas autorais acontecem de forma espontânea, mas sempre pensando num sentimento que vivo naquele momento”, pontuou.
De um grupo de jovens a trabalho
Rafael começou cedo na música, por influência do pai, Sergio Gonçalves. “Eu lembro de cantar uma música de Moraes Moreira na rádio, quando eu tinha 3 anos. Meu pai tocava violão e usava uns livrinhos que me ensinava a tocar as músicas. Com o tempo fui aprendendo”, destacou.
Outras inspirações foram os cantores que lhe chamavam atenção na época. “Eu aprendi a tocar violão com as músicas sertanejas dos anos 80 e 90, Chitãozinho e Xororó e Leandro e Leonardo”, apontou.
Aos 15 anos ele foi convidado para tocar em um grupo de jovens na igreja, onde conheceu sua esposa. “A partir desse momento passei a tocar em eventos da igreja. Como ordenações de padres e nos primeiros seis anos do Cerco de Jericó da Catedral São José”, contou o músico.
Fora das celebrações religiosas, a carreira iniciou quando uma amiga, que trabalhava em um shopping, o chamou para fazer uma apresentação na praça de alimentação. “Fiz um repertório de músicas e comecei a me apresentar. Depois desse dia, iniciei a procura por outros lugares para tocar e estou até hoje nisso”, contou.
Músico e professor de canto
Desde o início do ano passado, Teodoro também atua como professor de música no Espaço Conexão Sonora. A oportunidade, mais uma vez, veio por meio de um convite de uma amiga. "Com a oportunidade de me tornar professor, muitos sonhos relacionados a música voltaram a tona. Como, por exemplo, lançar as minhas músicas autorais", lembrou. Ele assina quatro canções, que serão gravadas nas próximas semanas.
Nas aulas, Rafael busca transmitir o mesmo sentimento de quando está cantando. “A maior lição que eu tento passar aos meus alunos é de curtir a música, para poder perceber os benefícios que ela nos traz”, contou. Segundo ele, a experiência vem sendo positiva. “Hoje eu vivo um sonho: viver da música, com o apoio total da minha esposa”, afirmou.
Cenário musical de Criciúma
O artista contou que não tem um estilo musical preferido, ou que goste mais de tocar. “Eu acredito que a música faz uma conexão com todos os sentidos humanos. O músico é um artista e ele deveria ser livre de preconceito em todos os sentidos”, refletiu. “Eu espero que mais artistas e bandas tenham espaço e reconhecimento da sua arte, sem preconceito dos estilos”, acrescentou.
Por conta da dificuldade dentro desse meio, muitos artistas escolhem não trabalhar com a música, mas sim ter ela como um lazer, ou entretenimento. Rafael, no entanto, apostou no seu sonho. “Na nossa região temos ótimos artistas se apresentando. Creio que a nossa maior dificuldade seria ter maior reconhecimento e valorização da música como uma arte. Para que talvez outros possam também viver com dignidade a profissão”, lembrou.
Na avaliação do cantor, o lado sentimental da indústria musical vem sendo deixado de lado, tomado pela economia. “O cenário musical, como tudo hoje em dia, tem buscado muito a questão comercial. Temos vários artistas e músicas lindas, mas muitas são só para ganhar dinheiro”, afirmou. “Os sucessos duram pouco tempo e dificilmente se cria um hit que dura mais de três meses”, acrescentou, ao afirmar que isso é o reflexo da sociedade que busca algo novo a todo instante.
Nas suas canções, o músico mostrar alegria ou um sentimento de nostalgia. “A música mexe com as emoções e podem nos transportar para outros lugares. É muito gratificante quando percebo que as pessoas estão emocionadas ao ouvir determinadas músicas que marcaram as suas vidas”, destacou.
Momentos marcantes da carreira
Ao longo de sua trajetória, Rafael se deparou com diferentes situações, desde as mais emocionantes, passando pelas mais afetuosas e chegando até as mais inusitadas. Em um pub da cidade, já viu um dos clientes do estabelecimento chorar ao ouvir uma das canções que cantava. “Isso me deixou muito satisfeito por perceber que o meu objetivo tinha sido atingido através da música”, lembrou.
Com um primo, ensinou um amigo a tocar violão com uma música de Jota Quest e até mesmo quando não poderia mais tocar, não deixou de dar uma palhinha para agradar o público. “A situação mais engraçada foi na última música de um show, quando o local estava fechando. Uma senhora pediu para tocar uma música gaúcha e começou a dançar sem a música mesmo, pois já havia encerrado e o lugar não permitia que continuasse a tocar. Eu toquei sem o som ligado para tentar agradar”, concluiu.
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