Autenticidade

Country com sotaque brasileiro: Alexandre Netto propaga gênero pelo Sul do país

Artista catarinence se inspira em lendas Norte americanas e aposta em ritmo internacional

Por Emanuela Teixeira - emanuela.teixeira@engeplus.com.br

Em 27/06/2025 às 13:42
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Foto: Divulgação/Alexandre Netto

O gênero musical sertanejo é amplamente tocado e apreciado no Brasil. Nos Estados Unidos o equivalente mais próximo é a música country. É nesse estilo que o cantor natural de Balneário Rincão, Luiz Alexandre de Oliveira da Luz, conhecido pelo nome artístico Alexandre Netto, decidiu trilhar sua carreira. O músico se apresenta por bares e festivais na região Sul, com a presença de uma banda que o acompanha nas apresentações, marcadas por energia e autenticidade.

Segundo o cantor, seu nome artístico foi escolhido em homenagem a seus dois avôs. Um se chamava Alexandre e o outro Luiz. Ele explica que suas principais influências vieram de nomes conhecidos do country americano como Bruce Springsteen, Luke Combs, Waylon Jennings e Willie Nelson. “Todos eles têm algo em comum: autenticidade. São artistas que fazem música com alma, com verdade e isso é o que mais me inspira”, apontou. 

O repertório do artista combina músicas clássicas do country e do rock americano, além de releituras de sucessos brasileiros. “Levo também para os palcos minhas composições autorais, que sempre é um momento diferente nos shows”, destacou. Netto possui um EP e dois singles lançados, Bar DowntownBackseat of My Truck, que já ultrapassaram 100 mil acessos no Spotify. “Tem muita coisa vindo ainda. Estou com três músicas que pretendo lançar esse ano”, revelou o cantor.

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Confira o clipe de sua última música, Bar Downtown, lançada no ano passado:

Além de cantar, o artista toca violão e compartilhou que quando vai compor uma música, normalmente a história surge primeiro, depois ele encaixa a melodia. “O violão me ajuda a encontrar o clima certo para cada letra”, contou. Seus trabalhos são gravados em parceria com produtores e músicos. Segundo ele, algumas vezes os profissionais nunca trabalharam com a estética do gênero, porém para ele é um diferencial. “Gosto de participar de perto dos arranjos e da produção, então sempre busco alguém que entre na vibe da música junto comigo”, acrescentou. 

Netto contou que um sonho seria gravar feat com Willie Nelson, cantor, compositor, escritor, ator, poeta e ativista americano. Uma das figuras do rock e country dos Estados Unidos. “Ele é uma lenda e um mestre em contar histórias”, afirmou.

 

Como tudo começou

O cantor relata que, por muito tempo, se considerava um ‘músico de escritório’, alguém que tocava mais em casa, do que para o público. “Durante muito tempo, a música foi algo íntimo para mim, eu tocava sozinho, porém fui tocando em público e percebi que o pessoal gostou. Comecei sem acompanhamento e após seis meses formei minha banda, nosso primeiro show foi no pub Old West, em Içara, onde até hoje somos uma atração recorrente”, revelou. O cantor afirmou que a banda que toca com ele não é fixa, ou seja, os membros mudam.  

Embora tenha ouvido diversos estilos musicais ao longo da vida, como pop e sertanejo, sempre teve apego por músicas que contam histórias e têm alma. “Desde cedo, me encantei por estilos que têm essa identidade, o que me levou naturalmente ao country e ao rock americano. Pois eles têm essa força narrativa que me fisgou. Quando me familiarizei com os artistas, senti que era esse o caminho que combinava comigo”, ressaltou.

A barreira do idioma e outros desafios

Conforme o cantor, a principal adversidade que enfrentou foi em relação ao idioma, já que boa parte das suas canções são em inglês. “No começo, a barreira do idioma foi um desafio, mas acabou virando combustível. Pois me fez aprender inglês, me tornando fluente. Dominar o idioma foi importante, até porque uma coisa é você entender inglês, outra é conseguir se expressar e contar uma história”, relatou Netto.

Outro desafio citado pelo cantor foi abordar os sentimentos. “Sempre digo que a música country tem muito a ver em escrever sobre sentimentos complexos de uma maneira simples, de forma que a maioria das pessoas e principalmente o trabalhador consiga entender”, enfatizou.

O músico observa que no cenário musical de Criciúma a maior dificuldade seria conquistar espaço para estilos que não são os mais populares e para músicas autorais. “Temos visto um público cada vez mais receptivo e curioso por novos sons. E quando temos a oportunidade de tocar em algum lugar novo, o público se surpreende e lembra o quanto gosta desse tipo de música e isso é muito positivo”, avaliou.

Conexão com o público e planos

Para Netto, a melhor parte de sua trajetória é o contato direto com as pessoas. “Quando você vê alguém cantando junto uma música que você escreveu ou vibrando com a energia da banda no palco, tudo vale a pena”, frisou. Entre os momentos mais marcantes da carreira, ele destacou o alcance de 100 mil streams no Spotify; a participação na Festa da Tainha e quando teve a oportunidade de se apresentar no berço da música country, em Nashville, no Tennessee (USA). “Ver o público reagindo bem, mesmo sendo um brasileiro cantando, me deu confiança. Foi uma validação bem legal”, destacou.

O cantor ressalta que é preciso estar sempre evoluindo, fazer mudanças para conseguir atingir um público maior, mas sem perder a essência. “A música exige muito emocionalmente, pois não é somente a parte musical, tem toda uma parte de negócio por trás, contratar músicos, montar repertório, montar estratégias e tentar fechar mais shows em locais diferentes”, pontuou.

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