Religião

Dom Leonardo Steiner, o novo cardeal da Igreja Católica, volta a Forquilhinha, sua terra natal

Ele é o primeiro cardeal da Amazônia, um sinal da atenção e do cuidado pastoral do Papa

Por Rafaela Custódio -

Em 04/11/2022 às 12:17
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Foto: Rafaela Custódio/Portal Engeplus

A cidade de Forquilhinha está em festa neste fim de semana. Isto porque os moradores recebem e celebram a chegada do cardeal Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus nomeado como cardeal pelo Papa Francisco, numa celebração na Basílica de São Pedro em Roma em agosto deste ano. Ele é o primeiro cardeal da Amazônia, um sinal da atenção e do cuidado pastoral do Papa Francisco com as igrejas e os povos desta região que, por amor à verdade e à justiça, deram a vida.

Steiner é natural de Forquilhinha e tem 71 anos. Atualmente, o arcebispo de Manaus é presidente da Comissão Especial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para a Amazônia e desde 27 de março de 2022 vice-presidente da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), criada em junho de 2020 como órgão não exclusivamente episcopal, resultado da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos da região Pan-Amazônica, celebrado de 6 a 27 de outubro de 2019 no Vaticano, em Roma.

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“O Papa Francisco não avisa antes [sobre a nomeação de cardeal]. Foi totalmente uma surpresa. Não havia ainda na Amazônia um cardeal. Sabemos que a Amazônia está no coração do Papa. O povo sabe que o Papa Francisco lembrou mais uma vez da população do Estado”, afirma Steiner, que pode ser um dos futuros Papas. “Isso nem passa pela minha cabeça. A minha idade e a minha saúde descartam. Esse ministério é muito refletido e precisa de pessoas como João XXIII, Paulo VI, João Paulo II e está tendo Papa Francisco, que é um homem extraordinário com capacidade de trabalho e com muita capacidade de olhar para o futuro. É um homem completamente evangélico”, acrescenta.

O atual cardeal ainda ressaltou que Forquilhinha e, claro, toda a Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec) ganharam com sua nomeação. “O Papa Francisco brincou que na igreja não pode haver 'nepotismo', isso porque eu e o Dom Frei Paulo Evaristo Arns somos primos e nascidos em Forquilhinha. Isso me fez lembrar que esta pequena comunidade gerou grandes pessoas para a sociedade e para a Igreja. Não é mérito nosso e, sim, da comunidade que nascemos, pois nós trouxemos a identidade que desenvolvemos. Somos dois cardeais da mesma comunidade e tem um significado histórico e um significado para Santa Catarina”, comenta. 

Missão 

Para Steiner, como cardeal, ele terá a missão de levar a igreja que saiba ouvir culturas diferentes da Amazônia. 

 

Portal Engeplus · Dom Leonardo Steiner

 

Celebração com a comunidade

Steiner é o 13º filho de 17, sendo um, filho do coração, de Leonardo Steiner e Carlota Arns Steiner, de uma família de imigrantes alemães. Ele conta que enquanto seus pais foram vivos, sempre retornou a cidade natal. Agora, ao menos, uma vez por ano, ele está em Forquilhinha para visitar a comunidade e familiares. 

“Sempre procurei voltar, pois existe um costume na família um encontro anual. Tenho procurado celebrar a comunidade. Sempre procurei celebrar em uma das paróquias de Forquilhinha. Agora como cardeal, é uma oportunidade de agradecer a herança da fé que recebi. É um momento de agradecer de tradição”, ressalta. 

Olhar atento aos necessitados

Steiner destacou a importância de a Igreja e a comunidade olhar para a população mais necessitada.

 

Portal Engeplus · Dom Leonardo Steiner

 

Conheça a história de Dom Leonardo Steiner:

Nascido em 6 de novembro de 1950, em Forquilhinha, é o 13º filho de 17, sendo um, filho do coração, de Leonardo Steiner e Carlota Arns Steiner, de uma família de imigrantes alemães.

Após ter recebido seus estudos primário e ginasial no Grupo Escolar Frei Baltazar e no Ginásio Normal D. Daniel Hostin respectivamente, ambos em sua terra natal, continuou os estudos secundários, em 1963, nos seminários dos Frades Menores: Nossa Senhora de Fátima, Rodeio, SC, São Luis de Tolosa, Rio Negro, PR, Santo Antônio em Agudos, SP, onde se formou em 1971.

Ingressou na Ordem dos Frades Menores, em 20 de janeiro de 1972 quando foi admitido no Noviciado da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, em Rodeio, SC. Em 1973, mudou-se para Petrópolis, RJ, onde estudou Filosofia e Teologia, durante cinco anos, no Instituto de Filosofia e Teologia, (ITEF), dos Frades Menores. De 1973 a 1977, também foi professor no Colégio dos Meninos Cantores de Petrópolis. Fez seus votos solenes em 2 de agosto de 1976 e foi ordenado sacerdote em Forquilhinha em 21 de janeiro de 1978 pelo Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, seu primo. No mesmo ano foi-lhe confiada a tarefa de mestre dos postulantes em Guaratinguetá, SP, e serviu como vigário paroquial na igreja de São Benedito. 

Desde 1979 foi professor e assessor de formação, por um período de três anos, no Seminário Santo Antônio em Agudos, exercendo também seu ministério pastoral na paróquia de São Paulo Apóstolo.

Ainda 1979 iniciou o curso de Pedagogia na Universidade Sagrado Coração, na cidade de Bauru, SP, onde obteve o bacharelado em Pedagogia em 1980. 

De 1983 a 1986 foi mestre de postulantes e vice-pároco em Guaratinguetá, bem como assistente das Equipes de Nossa Senhora. 

Em 1985 foi nomeado assistente do Mosteiro Nazaré das Clarissas em Lages, cargo que ocupou durante uma década. Foi também secretário de formação e estudos na Província Franciscana da Imaculada Conceição, até ser eleito mestre de noviços e irmãos de profissão temporária, em Rodeio, em 1987. Ao mesmo tempo, serviu na paróquia local de São Francisco de Assis. 

Em 1990 foi eleito membro da primeira Comissão Pro Ratio Studiorum (para o Sistema de Estudos) dos Frades Menores e cinco anos mais tarde foi Visitador Geral da Província Franciscana do Rio Grande do Sul.

Em 1995, mudou-se para Roma para continuar seus estudos na Pontifícia Universidade Antonianum, onde obteve o mestrado em Filosofia em 1998. Em 1999, foi nomeado Secretário Geral da mesma Universidade por quatro anos. Em 2001 recebeu seu doutorado em Filosofia com a tese intitulada “A Asseidade. O Conceito de Deus em Bernhard Welte”. 

De volta ao Brasil, em 2003 tornou-se vigário da paróquia do Senhor Bom Jesus dos Perdões e professor da Faculdade de Filosofia, do Instituto São Boaventura, em Curitiba.

Em 2 de fevereiro de 2005 foi nomeado Bispo Prelado de São Félix do Araguaia, MT, por São João Paulo II. Recebeu a ordenação episcopal em 16 de abril pelo Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, na Catedral de São Paulo Apóstolo, Blumenau, SC. Os co-consangrates foram os bispos Angélico Sândalo Bernardino, de Blumenau e Heinrich Timmerevers, bispo auxiliar de Münster, Alemanha. Fez sua entrada na Prelazia durante uma celebração realizada em 2 de maio na Catedral da Assunção da Virgem Maria, em São Félix do Araguaia. Escolheu 'Verbum Caro Factum' (Verbo feito Carne) como seu lema episcopal. 

Durante seu episcopado na prelazia territorial, tomou posição firme no conflito entre os sem-terra e os grandes proprietários, defendendo os povos indígenas da prevaricação. No âmbito da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 2007 tornou-se membro da Comissão Pastoral dos Ministérios Ordenados e da Vida Consagrada, e Vice-Presidente da Região Oeste 2, da qual foi também bispo de referência para sacerdotes, para o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e para a juventude. Ocupou esses cargos até 10 de maio de 2011, quando, durante a Sessão da 49ᵃ Assembleia Geral, foi eleito Secretário Geral da mesma CNBB para o mandato de quatro anos seguintes.

Em 21 de setembro de 2011, Bento XVI o nomeou bispo titular de Tisiduo e, ao mesmo tempo, auxiliar de Brasília. Em 2012, a Conferência Nacional dos Bispos o escolheu para participar da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada de 7 a 28 de outubro, em Roma, com o tema “A Nova Evangelização para a Transmissão da Fé Cristã”. Em 20 de abril de 2015, foi reeleito para um segundo mandato como secretário geral da CNBB.

Concluiu seu mandato como Secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispos em 7 de maio de 2019, durante a 57ᵃ Sessão Assembleia Geral.

E em 27 de novembro do mesmo ano, o Papa Francisco o nomeou para a sede arquiepiscopal de Manaus, no coração da Amazônia. Entrou na arquidiocese em 31 de janeiro de 2020.

Em 06 de outubro de 2021, em Sessão Solene da Camara Municipal de Vereadores de Forquilhinha, recebeu o Título de Cidadão Benemérito de Forquilhinha.

Atualmente, é presidente da Comissão Especial da CNBB para a Amazônia e desde 27 de março de 2022, vice-presidente da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), criada em junho de 2020 como órgão não exclusivamente episcopal, resultado da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos da região Pan-Amazônica, celebrado de 6 a 27 de outubro de 2019 no Vaticano, em Roma.

Em 27 de agosto de 2022 foi criado cardeal pelo Papa Francisco numa celebração na Basílica de São Pedro em Roma. O primeiro cardeal da Amazônia, um sinal da atenção e do cuidado pastoral do Papa Francisco e da Igreja para com as Igrejas e os povos desta região que, por amor à verdade e à justiça, deram a vida.

Nomeado pelo Papa Francisco, realizou no último dia 24 de outubro, a cerimônia de Beatificação de Benigna Cardoso da Silva, mais conhecida como Menina Benigna, uma jovem católica, assassinada, aos 13 anos de idade, ao defender-se do assédio sexual de um jovem que, enfurecido, a golpeu várias vezes com um facão. O fato ocorreu em 24 de outubro de 1941. A cerimônia de beatificação aconteceu em Crato, sua terra natal, no Ceará.

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