Por Lucas Renan Domingos - lucas.domingos@engeplus.com.br
Em 21/04/2025 às 16:12Natural de Forquilhinha (SC), Dom Leonardo Ulrich Steiner falou sobre a morte do Papa Francisco em coletiva na tarde desta segunda-feira, dia 21. O arcebispo de Manaus (AM) e cardeal da Amazônia demonstrou gratidão ao Santo Padre, lembrou os ensinamentos do pontífice e descartou o seu nome para ser o próximo sucessor.
Francisco foi quem nomeou Dom Leonardo como cardeal em novembro de 2019. Durante a coletiva, o arcebispo revelou que a missão na Amazônia foi um pedido feito por ele mesmo ao líder da Igreja Católica.
“Uma vez em uma conversa com ele eu disse: ‘Santo Padre, o senhor poderia um dia me enviar para a Amazônia’, quando eu era secretário da CNBB. E ele não esqueceu, graças a Deus. Eu sou muito grato por estar aqui. Não precisava ser em Manaus, mas eu tinha o desejo, sim, de servir a igreja na Amazônia”, falou Dom Leonardo.
O arcebispo é um dos sete cardeais brasileiros que estão aptos a votarem no conclave que escolherá o nome do próximo papa. Mesmo com poucas chances de ser sucessor de Francisco, ele também pode ser votado durante a reunião na Capela Cistina, dentro do Vaticano.
Ao ser questionado qual seria o seu maior desejo se fosse o novo papa, Dom Leonardo descartou a possibilidade. “Isso não dá para responder, porque não sou eu não [o próximo papa]”, sorriu o cardeal.
Legado de Francisco
Escolhido por Francisco como cardeal, Dom Leonardo tornou-se também o primeiro cardeal da Amazônia. Ele lembrou o carinho que o pontífice tinha pelo “pulmão da Terra” e pelos povos originários. O arcebispo elencou a quebra de paradigmas e bom humor do Santo Padre como seus maiores legados.
“O Papa Francisco deu muito atenção às mulheres. Hoje a prefeita do Estado do Vaticano é uma mulher. O papa também quebrou outros paradigmas, como o modo de acolhimento dos homoafetivos. Ele falou para não rejeitar, não condenar. Ele pregou o respeito pela pessoa humana, por quem não é católico, por não cristãos, por pessoas de outras religiões. João Paulo II, Paulo VI, Bento XVI tinham diálogos muito profundo sobre esses temas. Mas Papa Francisco teve gestos, e isso despertou na igreja de que ela é mais do que o modo [tradicional] dela de ser. Tem que levar em consideração todos que fazem parte do povo de Deus”, sublinhou.
Dom Leonardo recordou dos momentos de descontração de Francisco, o que para ele representava a espiritualidade do papa. “Uma vez eu estava saindo da sala da audiência e ele falou: ‘Espera um pouquinho, uma piada’. Nós voltamos e ele contou para nós não uma piada, mas um acontecido na Praça de São Pedro. Diante de tantas tarefas, tensões, das guerras todas que ele sempre buscou mediar, sempre tinha bom humor. É a característica de um homem espiritual, extraordinário”, frisou.
O arcebispo completou a coletiva afirmando que “a igreja não é feita para retroceder” e acredita que o sucessor de Francisco será alguém com um jeito diferente, mas seguindo os passos do papa argentino. Ele aguarda a convocação para ir até o Vaticano participar do conclave.
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