Por Redação Engeplus
Em 21/02/2017 às 07:23ESPECIAL / Vinícius Alexandre R. Fabrício
Nesta semana troquei de categoria e testei uma novidade no mercado, o recém-lançado Sport Utility Vehicle (SUV) Creta, da sul-coreana Hyundai. O SUVzinho - pois se trata de um veículo utilitário esportivo compacto - chegou com a missão de incomodar os concorrentes Honda HR-V e Jeep Renegade, e colocar uma pulga atrás da orelha do consumidor na hora da escolha.
Chegando na concessionária para o agendado testdrive, que apesar de previamente combinado, não especificava o veículo que seria disponibilizado, fiquei curioso em conhecer mais daquele carro que estava logo na entrada da loja, em posição de destaque. Para a minha felicidade foi ele o escolhido e rapidamente enquanto aguardava a preparação do veículo para iniciar o teste pude passar os olhos nas diversas versões que ali estavam no showroom.
É um belo carro em todas as versões, mas também como de regra em todos (ou quase) os veículos, a versão top de linha é a que chama mais atenção e foi ela a eleita para o teste. De pronto chamam a atenção as grandes rodas diamantadas de 17 polegadas com pneus 215/60, os detalhes cromados, o moderno conjunto óptico (com luz diurna de led), ampla grade frontal e a antena tipo “barbatana”, que conferem um ar “esportivo” e uma “carinha de mau” ao carro.
Abro o carro com uma chave presencial e aí tenho uma bela surpresa, pois é algo do meu gosto pessoal – bancos de couro marrom. Bem acabados e costurados, lisos nas laterais e do tipo “furadinho” no centro e que harmonizam bem esteticamente com o restante do acabamento, que alterna entre couro preto (volante, descanso de braço central e parcialmente nas portas) e plásticos, tudo bem desenhado, recortado e encaixado.
No volante estão os comandos do som, telefone e piloto automático. No painel, velocímetro e tacômetro analógicos e entre eles o computador de bordo digital, com destaque para a função que monitora a pressão individual dos pneus.
À direita, onde estaria o local da chave de ignição, apenas um botão que serve para ligar/desligar o carro (lembra da chave presencial?). No painel ao centro a central multimídia com GPS integrado, câmera de ré com linhas adaptativas (fornece uma previsão da trajetória) e que pode se conectar com sistemas Android e IOS. Logo abaixo, os controles do ar-condicionado digital, que apesar de não ser dualzone possui saída na parte traseira.
Encontrar uma boa posição de dirigir não demora, o banco possui uma generosa margem para ajuste de altura, que em razão da minha estatura (1,84m), regulo no mínimo (o mais próximo do assoalho) e ainda assim tenho uma ampla visão frontal e periférica. Piso no freio, aperto o botão e saio da concessionária para uma volta de 60 minutos, um misto de trecho urbano/rodoviário. Logo tenho outra surpresa: o carro tem ventilação no banco do motorista! E funciona bem!
O motor 2.0 de 16 válvulas e comando variável que foi herdado do Elantra, se mostrou suficiente para o modelo e trabalha bem com um escalonado e ágil câmbio automático de 6 velocidades, com opção de trocas manuais, mas sem o paddle shift. O carro é extremamente silencioso para andar em velocidade de cruzeiro, mas quando exigido e ultrapassa os 4000 giros do motor, mostra força e acelera forte, pena que aí nem mesmo o bom isolamento acústico impede que o ruído invada a cabine.
O carro também conta com um porta-óculos
O carro é confortável, fruto do acerto da suspensão (mais pra macia do que dura) e da boa distância entre eixos, pois a plataforma também é a do Elantra e não do HB20. A direção é elétrica progressiva, que é quase um padrão atualmente - leve quando parado ou em baixa velocidade e vai ficando rígida ao se ganhar velocidade – questão de segurança.
Por falar em segurança o carro tem os freios ABS com EBD, controle de estabilidade e de tração. Freia bem e com segurança, mas é possível sentir um rolamento frontal da carroceria, que é quando a frente do carro afunda e se tem a impressão que a traseira quer “passar por cima”, provavelmente em razão do acerto da suspensão que preza pelo conforto e que talvez fosse resolvido se a montadora adotasse freios a disco também na traseira. Conta ainda com 6 airbags e o que a marca chama de cornering lamp, que nada mais é que uma luz em diagonal para iluminar melhor as curvas, não testado pois era dia, mas que na teoria é algo inteligente e útil.
Por fim deixo para relatar a minha primeira experiência com duas tecnologias encontradas no carro e que só conhecia na teoria. O assistente de partida em rampa e o sistema Start-Stop que a Hyundai chama de Stop & Go e posso afirmar que ambos funcionam muito bem.
Para testar o primeiro, tratei logo de encontrar uma rampa “de respeito”, daquelas íngremes o suficiente para causar temor em novos motoristas e de serem evitadas por aqueles com menos intimidade com os pedais e a modernidade me surpreendeu. O carro ficou completamente parado por algo em torno de 3 segundos depois de soltar o pedal do freio, tempo mais que suficiente para levar o pé ao acelerador e partir.
Quanto ao Stop $ Go, ele tem uma luz indicativa que mostra quando o sistema está apto a entrar em funcionamento e demorou cerca de 5 minutos para que ele se mostrasse pronto. Possivelmente o sistema deve checar alguns parâmetros antes de liberar a função, para evitar que havendo algum problema, o carro pudesse desligar e não ligar novamente.
Chego ao semáforo, paro totalmente o carro, mantendo o pé no freio e o sistema entra em ação pela primeira vez. Confesso que achei realmente estranho o carro desligar completamente o motor e juro que cheguei a pensar “imagina se não liga mais”. Mas, luz verde, solto levemente o pedal e como num passe de mágica o carro está ligado e pronto para seguir.
O veículo foi cedido gentilmente pela Concessionária Atual Veículos – Hyundai Criciúma.
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