Por Redação Engeplus
Em 22/03/2017 às 10:52Especial: Willian Bongiolo
Algum tempo atrás li uma frase em algum site de cinema que dizia que "O cinema é a arte que proporciona você ver o mundo através de outra pessoa. É a arte que exercita nossa empatia", e eu não poderia concordar mais. Moonlight é a quintessência desse processo de empatia, ele nos dilacera a cada minuto que assistimos sobre a vida de Chiron. Desde sua infância até a dolorosa felicidade reprimida de um adulto.
A história se passa em três momentos da vida de Chiron: infância, adolescência e fase adulta. Ele é um menino negro, pobre e que aos poucos vê sua homossexualidade aflorar, mas por diversos fatores a reprime de diferentes maneiras. Não é um filme de fácil identificação, principalmente por Chiron ser negro, pobre e gay. São várias minorias representadas por uma só pessoa.
Por isso o filme exige do espectador certo grau de compaixão para com o próximo. Mas o diretor Barry Jenkins também constrói isso em uma de suas primeiras cenas. Chiron está fugindo de seus agressores e se esconde em um apartamento abandonado completamente escuro, e assim que Juan entra para lhe ajudar vemos a escuridão dar lugar a um facho de luz de esperança na vida da pobre criança, nos remetendo também a nossas dificuldades e medos da infância e aquela figura, seja ela paterna ou não, que idolatramos como herói.
Moonlight também desenvolve em seu roteiro a quebra de diversos estereótipos que ainda guardamos e ironicamente Hollywood ainda perpetua. O traficante, que muito provavelmente julgaríamos como o famoso "mau elemento" se mostra uma boa figura paterna para Chiron. A namorada do traficamente, que muitas pessoas chamariam de "puta" ou outras palavras machistas de baixo calão, na verdade se mostra uma adorável mulher que ajuda Chiron a se encontrar no mundo. Sua mãe drogada, sobre a qual com certeza falaríamos da falta de responsabilidade, na verdade se mostra muito amorosa, apesar das mazelas que o vicío lhe traz.
Outra coisa de grande destaque em Moonlight é o uso das cores para representar mudança do seu personagem principal. Tons em azul são usados toda vez que o personagem muda sua personalidade ou decide algo, fazendo um parelelo com a história que Juan conta para Chiron sobre a lua e a luz do luar. São esses pequenos detalhes que transforam Moonlight em uma das melhores obras desse século.
Por fim, Moonlight é um longa emblemático que leva a arte do cinema a seu mais puro patamar. É triste, melancólico, mas ao mesmo tempo transformador. Você sairá da sessão transformado, e é assim que filmes alcançam o patamar de clássico. O que com certeza ocorrerá com essa obra. Porém, muito mais que um clássico ou ganhador do Oscar, Moonlight é a empatia em forma de filme.
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