Por Redação Engeplus
Em 01/02/2017 às 09:43ESPECIAL / Willian Bongiolo
Algo realmente está mudando em Hollywood. Por mais que filmes como La La Land - que fortalecem o estereótipo da mulher que só quer fama, dinheiro e um casamento estável - ganhem vários fãs e façam um enorme sucesso, existem também longas como Moana. Uma animação recheada de simbolismo e de grande empoderamento feminino, onde vemos uma princesa sem um príncipe viajar pelos mares do mundo. Sendo quem ela quiser.
Moana é uma jovem, filha do chefe de uma tribo na Oceania. Querendo descobrir o que há além da ilha onde mora, apesar de seus afazeres como próxima chefe da linhagem, Moana decide embarcar em uma aventura de descobertas, sonhos e raízes. Assim que o longa se inicia percebemos a preocupação em criar vários elementos que virão a ser tocados mais ao final. Notamos como as mulheres da família de Moana são muito mais sensatas e racionais que o patriarca, invertendo papéis e quebrando estereótipos.
Além disso, a primeira parte da animação é pautada em belos musicais. Entrando organicamente durante a trama, as músicas servem tanto para levar a história para frente, como também para nos explicar a cultura local. Assistimos as pessoas tocando tambores, colhendo cocos e dançando, tudo típico dessa tribo. Por sua vez, as letras destas são repletas de momentos simbólicos, como aquele em que o pai de Moana a reprime por querer sair de barco, ou no qual mostra para Moana as pedras empilhadas pelos ex-chefes da ilha (todos homens), onde ela também terá que colocar outra pedra em cima.
Assim que a aventura começa percebemos a grande representação da obra. Moana encontra um semideus homem (Maui) que adora se vangloriar de seus feitos, que não a deixa tomar o controle de seu próprio barco, e, ainda por cima, sente-se impotente sem um instrumento de combate (sim, muito alegórico). Outra coisa interessante de notar nessa jornada é a beleza natural. As ilhas, flores, montanhas são muito realistas e bem filmadas pelos diretores, que usam vários planos abertos para ostentar essa qualidade da animação. Aliás, essa qualidade se estende também para o mar, a relação da água com Moana é tão bem feita que essa acaba transformando-se em uma grande personagem da obra.
Contudo, existe aqui uma certa sensação episódica nos acontecimentos. Moana chega em uma ilha, resolve um problema e vai até outra. Isso se repete algumas vezes até o desfecho. Essa ligação entre os acontecimentos é fraca e muito previsível. Até mesmo a resolução para os problemas encontrados são sem imaginação e já vimos a mesma coisa em outros longas. Mas ainda é interessante notar que todos são resolvidos por ela.
(Aviso ao leitor: O último parágrafo desse texto contém um spoiler da trama, mas é necessário discutir o simbolismo deste).
Por fim, Moana tem uma última cena espetacular. Ela coloca uma concha em formato similar a uma vagina no lugar da pedra que deveria colocar em cima das outras para tornar-se chefe. Um gesto metafórico e de uma representatividade sem igual. Não apenas mostrando a força da mulher para liderar e exercer a mesma função que homens, mas também para mostrar que agora nenhum homem tomará seu lugar! Brilhante.
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