Impactos econômicos

Entidades empresariais apelam por solução para o trânsito no Morro dos Cavalos

Constantes bloqueios na BR-101 em Palhoça preocupa o setor produtivo

Por Lucas Renan Domingos - lucas.domingos@engeplus.com.br

Em 07/04/2025 às 18:59
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Foto: Thiago Kaue/Secom GOVSC

O acidente com um caminhão-tanque carregado com álcool etílico reacendeu o debate para uma solução no trânsito no Morro dos Cavalos. Não é a primeira vez que um incidente no trecho da BR-101 em Palhoça (SC) deixa a principal rodovia federal de Santa Catarina bloqueada durante horas, gerando impactos para a mobilidade e economia.

Em 2022, deslizamento de terra trancou as pistas Sul e Norte. Já em 2024, outra queda de barreira bloqueou a rodovia. Nesse fim de semana, o tombamento do caminhão-tanque provocou um incêndio de grandes proporções, que destruiu 21 carros e três carretas, deixando o trânsito prejudicado por mais de 15 horas.

Carreta carregada com combustível tombada na BR-101 - Foto: Eduardo Valente/GOVSC

Diante das frequentes ocorrências no trecho, associações que representam setores da economia se manifestaram em prol de uma solução rápida para o problema. A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) lembrou que o projeto de duplicação da rodovia previa a construção de túneis no Morro dos Cavalos. Os projetos foram concluídos em 2010. A licença de instalação foi emitida em 2014, mas as obras nunca foram executadas.

“Faixas adicionais numa rodovia com esse grau de importância são paliativos inaceitáveis e colocam os usuários constantemente em risco. A sociedade catarinense, com fundamental participação de nossa bancada federal, precisa intensificar a cobrança da solução definitiva, que é a construção dos túneis”, disse o presidente da Fiesc, Mário Cezar de Aguiar.

Para ele, os recorrentes e graves problemas registrados no Morro dos Cavalos refletem a omissão e o desrespeito do governo federal com Santa Catarina. “Basta atualizar os projetos e a licença”, afirmou o presidente da Fiesc, acrescentando que os recursos devem ser privados, para garantir celeridade à execução.

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A entidade propõe que a obra seja feita pela concessionária do trecho Sul (CCR Via Costeira), cujo valor do pedágio é menos da metade do valor do trecho Norte (Arteris). Além disso, avalia a Fiesc, a concessão Sul tem contrato mais longo e se fizer a obra, a incorporação dos valores do investimento ao pedágio terão menor impacto na tarifa paga pelo usuário. Os túneis são estimados em cerca de R$ 1,2 bilhão.

Aciva

A Associação Empresarial do Vale do Araranguá (Aciva) também manifestou sobre e episódio desse fim de semana. Em nota, a entidade defendeu a união dos políticos do Sul de Santa Catarina em busca de uma definição sobre obras estruturantes para melhorar a mobilidade no Morro dos Cavalos.

“A Aciva apela aos representantes políticos de Santa Catarina para que intensifiquem a articulação e a cobrança junto ao Governo Federal e ao DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), exigindo a execução urgente das obras de duplicação definitiva no trecho, incluindo a construção de túneis ou alternativas técnicas que garantam segurança e fluidez ao tráfego”, publicou a Aciva.

A associação afirmou que os danos causados para a economia do Sul de Santa Catarina quando há bloqueios no Morro dos Cavalos são “imensuráveis”, já que a região é dependente da rodovia para transportar produções.

“O Morro dos Cavalos é um gargalo histórico da logística catarinense, especialmente prejudicial para o Sul do Estado. A cada acidente, vidas são colocadas em risco, e a economia regional sofre com prejuízos imensuráveis. Empresas têm seus fluxos interrompidos, cargas perecíveis são perdidas, deslocamentos são inviabilizados, e o turismo é afetado”, diz a nota da Aciva. 

Bombeiros durante combate ao incêndio na BR-101 no Morro dos Cavalos - Foto: Eduardo Valente/GOVSC

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