Uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público de Santa Catarina foi motivo de uma entrevista coletiva na tarde de hoje na Prefeitura de Criciúma. No documento, o promotor Luiz Fernando Ulysséia pede a paralisação das obras de revitalização na Praça Nereu Ramos, em Criciúma, alegando que a troca do tradicional piso petit pavet pelo novo paver é uma ameaça ao patrimônio histórico de Criciúma. O Ministério Público foi provocado a mover a ação pelos professores da Unesc: Paulo Sérgio Osório, Marli de Oliveira Costa, Carlos Renato Carola e Giani Rabelo; pela jornalista Marli Vitali e pela arquiteta e urbanista Ízes Regina de Oliveira.
A juíza Tatiana Cunha Espezim, então, solicitou explicações à prefeitura com o prazo de até a próxima segunda-feira, dia 31. “A juíza foi coerente e não determinou a paralisação imediata, o que seria um prejuízo muito grande ao município, já que estamos entrando em época de Natal”, destacou o prefeito Clésio Salvaro.
Na entrevista coletiva, cerca de 20 comerciantes estiveram presentes para defender a continuidade das obras. Na entrega das explicações, na segunda-feira, eles prometeram estar presentes. “A juíza não tem prazo final para avaliar nossas explicações. Até essa decisão as obras continuam normalmente, sem paralisação”, explicou o procurador do município, Giuliano Frassetto.
O arquiteto da prefeitura, Giuliano Colossi, explicou toda a história da Praça Nereu Ramos e disse que o patrimônio histórico será preservado. “No miolo central e na antiga Praça da Bandeira, onde hoje se encontra o Monumento ao Mineiro, o petit pavt será preservado”, ressaltou Colossi. Ele contou que a colocação do petit-pavé iniciou no fim da década de 60 e foi completado nas ruas adjacentes na década de 80.
“Trocando um anel de brilhantes por um de brinquedo” – A arquiteta e urbanista Ízes Regina de Oliveira disse que ela e os outros profissionais acionaram o Ministério Público porque acreditam que não é necessária a troca. “O petit pavet é um calçamento nobre. Estamos trocando a nobreza e a beleza por algo pobre. Estamos trocando um anel de brilhantes por um de brinquedo”, explicou ela.
Segundo Ízes, o grande problema do petit-pavé na Praça Nereu Ramos é a manutenção. “A colocação e a manutenção foi mal feita e agora Criciúma está pagando caro. Essas pedras foram muito caras e agora estamos descartando”, concluiu.
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