Médicos de Alma

Eles alimentam a alma e levam esperança

Reportagem do Portal Engeplus acompanhou por uma tarde, o serviço prestado por jovens que se sentem bem, fazendo o bem

Por Douglas Saviato - douglas.saviato@engeplus.com.br

Em 08/05/2014 às 10:16
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Foto: Douglas Saviato

Maquiagem pronta, roupa vestida, acessórios em dia, alegria e entusiasmo. Tudo pronto para a festa! Uma festa que foge ao tradicional. Uma farra por corredores, quartos, recepções. Uma diversão com funcionários, crianças, jovens, adultos, idosos, homens e mulheres. Com visitantes, acompanhantes e pacientes. Caracterizados como palhaços, os Médicos de Alma chegam ao maior hospital do Sul do Estado, o São José, de Criciúma, para levar amor e sorrisos, o que para alguns ficou do lado de fora do centro hospitalar.

Formado por sete voluntários fixos, integrantes da ONG Médicos de Alma levam, semanalmente, amor para pacientes internados no hospital São José, de Criciúma, e Nossa Senhora da Conceição, de Urussanga. A reportagem do Portal Engeplus acompanhou por uma tarde, no dia 30 de abril, o serviço prestado por jovens que se sentem bem fazendo o bem.

Caracterização - Para entrar no clima, antes de começar as visitas, a reportagem também se caracterizou de Médico de Alma. Com peruca, nariz de palhaço e tintura no rosto deu início às visitas, às 14h42min. Na recepção do hospital, os voluntários interagiram com alguns acompanhantes de pacientes. Entre eles estava a simpática Josefina. Descendentes de italianos, os médicos abriram os trabalhos da tarde com a famosa música La Bella Polenta, cantada timidamente pela senhora.

Alegria na recepção - Em seguida, todos subiram pela rampa em direção aos quartos. Antes disso, em outra recepção, no segundo pavimento, mais um momento de interação. Desta vez, com música, coreografia e direito a canção especial. Para uma das acompanhantes, a canção fez referência à cor do seu cabelo: "esse cabelo cor de ouro é que me deixa louco, esse sorriso nos seus lábios que eu me entrego todo". Sorriso que esteve presente no semblante de todos aqueles que ali estavam e no rosto das pessoas que cruzavam pela equipe.

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Veja um pouco dos sorrisos repassados, dos abraços dados, do amor e da alegria recebida para quem está dentro de um centro hospitalar. 

Primeiro quarto - No primeiro quarto visitado, a música não foi a maior alegria. Com duas senhoras acamadas e dormindo, a alegria para outra paciente e para a acompanhante de uma das idosas foi em ver o sorriso no rosto pintado dos palhaços. Foi preciso alguns minutos para as primeiras lágrimas. A acompanhante de uma das pacientes não conteve a emoção em receber a visita e lembrar dos últimos dias ao lado da sua avó. Após o choro, uma parada para bater fotos e conversar. 

Do pagode ao Zezé ​- Os médicos seguiram pela ala da clínica cirúrgica masculina e feminina do hospital e encontraram a jovem Maria Eduarda do Amaral Vieira, de 15 anos, que havia realizado um procedimento cirúrgico no joelho no dia anterior. Ao som de pagode, os médicos levaram ânimo ao quatro. “Achei muito legal, nunca tinha visto, não conhecia. Me alegrou”, conta Maria Eduarda. A visita teve que ser interrompida por causa do efeito do remédio no joelho através do soro. No quarto ao lado, Zezé di Camargo e Luciano estiveram presentes na música tocada e cantada pelo grupo.

 Reportagem à vontade - Nos primeiros minutos entre os palhaços, a reportagem do Portal Engeplus já estava à vontade. Caracterizado, eu, Douglas Saviato, me senti parte do grupo que havia conhecido minutos antes. Cantando, ensaiando passos coreográficos e cumprimentando todos, a visita prosseguiu.

Toque no bandeiro emociona - Às 15h30min eram três quartos visitados. Andando pelos corredores, um dos integrantes da ONG com um pandeiro nas mãos, se aproximou de um senhor de 70 anos de idade sentado em uma cadeira de rodas. Ao chegar ao lado dele e dar uma batina do bandeiro, provocando um pequeno som, um choro sem fim tomou conta do paciente, que tem dificuldade para falar. Segundo familiares, especialmente naquele dia, o idoso estava emotivo. E para emocionar ainda mais, os médicos cantaram sua música preferida, segundo o filho, Menino da Porteira. Ao som de: "Toda vez que eu viajava pela estrada de Ouro Fino. De longe eu avistava a figura de um menino..." as lágrimas foram se acalmando.

Foto no corredor - Com Menino da Porteira, funcionários no corredor do hospital, além dos pacientes, os enfermeiros, os técnicos de enfermagem e os funcionários do hospital se empolgaram com os palhaços. Mais uma parada para fotos. De acordo com a enfermeira Stela Clarinda, que atua no hospital São José há 28 anos, a visita do grupo é gratificante, recarrega as energias, além de tirar o ar pesado dos corredores do hospital.

 Visita na oncologia - Os médicos seguiram pelos corredores e, a pedido, visitou outro quarto. Posteriormente, quando se passava das 16 horas, o grupo seguiu em direção à ala oncológica. Paredes pintadas, videogame e quatro crianças em tratamento. No primeiro quarto estava a jovem Sara Ghedin, de 13 anos. Sorridente, a paciente, que tem um câncer raro nos ossos, é uma velha conhecida da ONG, que se sente em casa na ala dominada pelas crianças. Enquanto um dos integrantes jogava videogame com um dos pequenos, outra conversa com a mãe de um dos pacientes. Eu permaneci no quatro de Sara, ouvindo sua história.

Lepo, Lepo para afastar a tristeza - Acompanhada com a mãe e com o pai, seus verdadeiros heróis, Sara passa por um tratamento alternado, permanecendo sete dias no hospital e 15 dias em casa. Ao contar sua história, um momento de tristeza; a voz fica embargada e os olhos se enchem de lágrimas. No entanto, os palhaços logo chegam e nada de música triste, como exige a paciente. Com som de Tchê Tchererê Tchê Tchê e, posteriormente, Lepo Lepo com direito, inclusive, a coreografia, a alegria tomou conta do quarto. Foi na ala oncológica que integrantes da ONG estiveram por mais tempo.

Esperança da recuperação - Em conversa com a mãe de um dos pacientes, a expectativa de recuperação. O filho em tratamento há um ano e quatro meses havia recebido a informação que seus dois irmãos eram compatíveis para doação de medula óssea. Entre a rotina cansativa, a esperança pela cura e o fim do tratamento, e equipe se despediu daquela mãe e da quatro crianças em tratamento. Também me despedi, mas com a vontade de voltar naquele local e não reencontrar aquelas crianças ali, mas em casa, na rua brincando, na escola.

Sorissos e cumprimentos - O grupo se deslocou por volta das 17h20min para a saída do hospital. No meio do caminho, mais sorrisos e cumprimentos. Por onde passavam, entre as enfermeiras, as profissionais da limpeza, entre o médico recém-formado, entre o mais experiente, sempre com a mesma simpatia. Às 17h30min, ao cruzar a porta principal do hospital São José, a última parada. Duas senhoras foram as privilegiadas em receber a última música dos Médicos de Alma.

Foto oficial - Enquanto mais uma vez os médicos, as outras integrantes pararam para fazer pose para fotografias, ao lado de fora do centro hospitalar registramos na foto oficial a visita, com a minha presença, que pela primeira vez se vestia de palhaço e ia para uma reportagem apenas com o olhar observador. Uma das conclusões da visita é que existe muita vida dentro de um hospital. Em uma tarde imerso em um personagem, ao lado de pessoas do bem, que fazem o bem ao próximo e com tantas outras pessoas, que por motivos diversos não encontram motivos para sorrir, a vontande é voltar e ajudar quem precisa com pequenos é gestos, como um simples sorriso.

Acompanhe do sonho a realização da consquista de uma sede, a origem e o príncipio do projeto.


Vídeo: Produção Vuê Filmes

Confira amanhã a segunda parte da reportagem sobre a ONG Médicos de Alma e como você pode ajudá-la.

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