Dia dos Professores

Convite inusitado para a melhor escolha da vida: a história de Luiz Eduardo Conti nas salas de aula

Professor há 10 anos, ele dá aulas no curso de Direito das Faculdades Esucri

Por Rafaela Custódio -

Em 13/10/2020 às 09:27
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Foto: Rafaela Custódio / Portal Engeplus

Ser professor vai além de explicar conteúdos ou apenas dividir seu conhecimento dentro de uma sala de aula. Lecionar é difícil? Imagina ter duas profissões? Esse é o caso de Luiz Eduardo Conti, de 41 anos. Advogado e professor, ele se divide entre as salas de aula e o escritório de advocacia. 

Advogado há 15 anos, ele é formado pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), de São Leopoldo (RS), e começou a dar aula em agosto de 2010. Atualmente, está nas Faculdades Esucri, no curso de Direito, e é professor de cinco turmas com quatro disciplinas. Nesta terça-feira, dia 13, o Portal Engeplus inicia uma série de três reportagens sobre o Dia dos Professores que é comemorado na próxima quinta-feira, dia 15.

“Fui morar em São Leopoldo sozinho. Conheci a Universidade por meio de um amigo do Ensino Médio. Ele me falou sobre a Unisinos, acabei gostando do ambiente e fui cursar Direito. Me formei seis anos depois. Hoje, trabalho com direito eleitoral e direito público”, conta. 

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Conti nunca pensou em ser professor. Seu desejo sempre foi advogar. Porém, os caminhos acabaram o levando para as salas de aula. “Minha intenção sempre foi ser advogado e exercer essa profissão. Nunca pensei em ser docente, apesar de possuir tios professores”, comenta. “Sempre li muito sobre direito, fiz parte do movimento estudantil e, nessa época, os meus professores e colegas sempre falaram que eu tinha jeito para falar e para explicar, mas pensava em realizar pesquisas e não em ser professor”, acrescenta. 

Timidez: o primeiro obstáculo 

Apesar de hoje conseguir conversar e se expressar para os alunos, Conti sempre foi tímido e precisou se readaptar para conseguir encarar as salas de aula. “Um colega foi entregar o currículo para o curso de Direito na Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e o coordenador do curso relatou que precisava de alguém com mestrado. Eu fiz mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), então meu amigo acabou me indicando. Conversei com o coordenador e na outra semana já estava nas salas de aula”, lembra. 

Como tudo aconteceu muito rápido, Conti precisou readaptar a rotina, pensamentos, estudar ainda mais e também perder a timidez. “Minha primeira aula foi para a segunda fase. Estava vindo do mestrado, acabei falando muita coisa e os alunos, infelizmente, não entenderam muito bem a minha aula e conversaram comigo sobre isso. Tive que rever meus conceitos e novamente me readaptar para conseguir passar o conteúdo de uma forma didática e que os acadêmicos pudessem compreender os meus ensinamentos”, recorda. 

“Como eu era muito tímido, ficava olhando para o fundo da sala, tentava me concentrar para conseguir explicar. Hoje, já tenho uma aula mais didática e sou mais parceiro dos alunos. Acredito que ser professor vai além de uma sala de aula. Sou amigo dos alunos, porém não deixo de cobra-los quando necessário, e o estudante precisa separar essa situação”. 

Uma década nas salas de aula 

Em agosto deste ano, Conti completou dez anos como professor. Uma marca especial e de muito aprendizado. “São dez anos que mudei muito. No dia 15 de outubro, não recebo felicitações, eu agradeço por ser professor. A sala de aula mudou minha vida. Cada semestre é um aprendizado diferente. A evolução é constante e, assim como os alunos aprendem comigo, eu também aprendo com eles”, afirma. “A evolução não é apenas nos estudos que realizo para conseguir dar aula, mas também nos desenhos que faço nos quadros para exemplificar determinados temas e, com certeza, as aulas que desenho são as mais esperadas pelos acadêmicos”, garante. 

Hoje, Conti faz doutorado na UFSC e também é aluno. “Entendo meus professores, pois estou nos dois lados. Na sala de aula, aprendi a ser uma pessoa melhor. Já dei conselho e já fui aconselhado. Não sabia falar em público e aprendi. São inúmeras situações que mudaram ao decorrer desses dez anos. A sala de aula me obriga a estudar diariamente e estar sempre buscando ser melhor. Obviamente, não sei de tudo e estou longe de saber e tenho que ter humildade de admitir isso”, analisa. 

Coronavírus: mais mudanças 

Com a chegada da pandemia do coronavírus, os professores precisaram, mais uma vez, se reinventar. As salas de aula deram lugar aos encontros virtuais. “Valorizo muito o contato presencial com o acadêmico. Temos interação com os alunos e na expressão do estudante conseguimos ver se o aluno está ou não entendendo o assunto. Na sala de aula, dou aula em pé, escrevo no quadro e, com aula virtual, isso não existe muito. De uma hora para outra, todos os professores precisaram se readaptar”, cita. 

“Ser professor é vocação. Ser professor vai além de aula sala de aula”.
Luiz Eduardo Conti
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Hoje atuando nas Faculdades Esucri, Conti já trabalhou na Unesc, no Centro Universitário Barriga Verde (Unibave) e na Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). “Em todos os lugares aprendi muito e criei amigos. Fui homenageado duas vezes em formaturas e também fui paraninfo”, conta. “Quero continuar advogando e também dando aula. Estou em fazendo doutorado e vou defender minha tese em 2021”, finaliza.

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